Ardente Como O Sol romance Capítulo 100

Após Delfina terminar a refeição, Rodrigo pediu para chamar as gêmeas.

Quase todos se reuniram, ainda sem entender o que estava acontecendo, mas ficou claro pela expressão de Rodrigo que havia um problema.

Ele era naturalmente sorridente, portanto, vê-lo tão sério era um sinal de que algo estava errado.

As gêmeas, culpadas pelo que haviam feito na noite anterior, tentaram fingir inocência quando foram chamadas: "Então... nós temos um encontro marcado para mais tarde. Se vocês quiserem continuar por aqui mais um pouco, nós duas vamos embora primeiro."

"Qual é a pressa?" - disse Rodrigo: "Ainda não resolvemos o assunto pendente, aonde vocês pensam que vão?"

"Que assunto?"

"Que assunto? Vocês sabem muito bem" - respondeu Rodrigo com um tom de voz severo: "Vou perguntar só uma vez: como a mochila da minha irmã caiu?"

Elas olharam nervosamente uma para a outra e depois rapidamente para Thales.

Ele segurava um cigarro entre os dedos, com a luz vermelha da brasa tremulando, e seus olhos frios intimidando.

Delfina estava sentada ao lado dele, com uma expressão calma e serena que era impossível de ler.

"Foi sem querer, só esbarrei nela." - As gêmeas insistiram com teimosia: "Sra. Holanda, sabemos que você ficou chateada por ter se perdido na trilha durante a noite, mas nós já pedimos desculpas ontem, por que você ainda está nisso?"

"Foi realmente sem intenção. Só queríamos preparar algo especial para a Adélia, estávamos tão empolgadas que talvez não tenhamos prestado tanta atenção."

Delfina disse: "Intencional ou não, todos nós sabemos a verdade."

"Você só está procurando um motivo para brigar conosco. Da última vez você me deu um tapa sem motivo, e eu nem reclamei. Você não pode nos acusar sem provas."

Thales olhou para Delfina: "Da última vez?"

Explicar o motivo daquele tapa da última vez significaria ter que revelar as palavras sujas e desrespeitosas que elas disseram sobre o Thales...

Todos os presentes eram amigos de Thales e Adélia. Delfina não queria dizer, e nem podia.

Ela franziu a testa e ficou em silêncio.

Ao ver a reação, as gêmeas ganharam confiança e intensificaram as acusações: "Ah, claro, você tem seu irmão para te apoiar, e a família de vocês tem poder e influência. Então a gente merece ser pisoteada por você, é isso?"

A irmã mais nova puxou levemente a mais velha, com uma expressão de quem tentava conter a situação: "Deixa pra lá."

Veja só, a culpa caiu sobre ela novamente.

Nem a febre o impedia de curtir o drama.

Delfina, sem querer gastar suas palavras, olhou para Rodrigo: "Rodrigo, você pode parar de fazer mistério?"

Ela não sabia o que estava acontecendo, mas se Rodrigo havia chamado todos, havia um motivo.

"Haha, Não esperavam por essa, né?" - Rodrigo riu friamente, conectou o cartão de memória da câmera no computador, mexeu um pouco e virou a tela para as gêmeas: "Vejam vocês mesmos."

Alfredo franziu a testa: "Espera aí, esse vídeo não foi eu que gravei?"

Rodrigo respondeu: "Quando eu estava verificando a câmera, eu a abri por curiosidade e encontrei algo muito interessante."

As habilidades de filmagem de Alfredo deixaram muito a desejar, as imagens foram capturadas de forma bem despojada, sem nenhuma técnica de movimento de câmera.

Quando escureceu na colina, a iluminação se tornou insuficiente. No vídeo, o ambiente ficou escuro, mostrando apenas as colinas à distância, cujos contornos ondulados se perderam na escuridão da noite.

O áudio de fundo era muito silencioso, ouvindo-se apenas o som de passos sobre folhas e galhos. Não demorou muito para que vozes surgissem na gravação, com duas mulheres conversando.

"Não se preocupe, esse pedaço de floresta é como um labirinto. Mesmo eu que venho aqui com frequência às vezes me perco, ela não conseguirá voltar tão cedo…"