Ardente Como O Sol romance Capítulo 101

"Logo mais a chuva de meteoros começará, e Thales Dantas vai até fazer o pedido de casamento, quem vai se preocupar com ela? Depois que o pedido acabar, se percebermos que ela sumiu, a gente procura. Melhor deixá-la por lá mesmo..."

"Se ela não voltar, a culpa é dela por não ter senso de direção..."

As faces idênticas das gêmeas mudaram de expressão instantaneamente, ambas viram o pânico incontrolável nos olhos uma da outra.

Elas jamais imaginariam que suas conversas privadas estavam sendo gravadas por Alfredo Dutra!

Delfina também ficou surpresa.

Alfredo ergueu levemente as sobrancelhas: "Olha só."

Todos os irmãos a viram crescer, e ao ouvirem isso, imediatamente ficaram inquietos.

"Vocês são loucos? Como podem fazer uma coisa dessas? Fazer isso com a Delfina bem debaixo do nariz do Thales, vocês estão pedindo para se dar mal!"

"Não dá para acreditar, vocês falavam tão convictamente, eu até pensei que fossem inocentes!"

"Essa capacidade de inverter a verdade, deveriam ter virado advogados, até uma sentença de morte vocês conseguiriam reverter."

"Vocês duas enlouqueceram?" Adélia Cunhal olhou incrédula, "Se algo acontecer com a Fina, como vocês vão arcar com a responsabilidade?"

Ao dizer isso, ela notou que Rodrigo Silveira tinha uma expressão estranha enquanto apontava para o vídeo no computador que ainda não havia terminado de ser exibido.

Pode-se ouvir claramente as duas dizendo, entre risadas:

"Adélia já não suportava ela há tempos, só não queria dizer. Agora temos a chance de dar uma lição nela."

"Quem mandou ela ficar grudada no Thales o tempo todo, realmente incomoda."

A sala caiu em um silêncio sepulcral, todos que estavam furiosos agora se calaram.

Afinal, era uma amiga que ela tinha trazido, e no final, tudo tinha sido orquestrado por ela.

A noiva não gostava da irmã de consideração e, de propósito, deixou-a sozinha na montanha de noite...

Os olhares falavam por si, Adélia ficou paralisada por alguns segundos, instintivamente se defendendo: "Não olhem para mim assim, não fui eu que as instruí."

Ninguém falou.

Uma era a irmã que ele havia criado, e a outra, sua futura noiva. Eles não podiam tomar partido, só restava ao Thales resolver.

Além do mais, com seu primo Alfredo ali, quem ousaria acusá-la?

Rodrigo também estava perplexo; sua impressão de Adélia era de uma jovem alegre e adorável, sem — pelo menos aparentemente — um pingo de maldade.

Adélia olhou para Thales: "Você acredita em mim?"

"Eu sabia, Adélia não é desse tipo de pessoa."

Thales, sem dizer uma palavra, apagou o cigarro e disse: "Vamos voltar."

O grupo começou a guardar suas coisas, carregando as malas para o carro, preparando-se para voltar à cidade no Bernardes.

Adélia se aproximou de Thales, dizendo: "Sobre o que aconteceu ontem à noite, eu realmente não sabia, eu não tinha ideia de que elas..."

Thales, do começo ao fim, não tomou posição alguma sobre o assunto. Ele não disse que não acreditava nela, mas também não afirmou o contrário. Seu tom de voz, sem ondas, passava uma indiferença marcante.

"Cuida dos teus amigos. Não vai ter próxima vez."

Adélia percebeu, pela sua atitude, que ele não se importava se ela sabia ou não. O que realmente importava para ele era que alguém havia mexido com sua irmã sob seu olhar.

Ela não pôde evitar se sentir injustiçada.

Ela não entrou no carro de Thales, virou a cabeça, cheia de raiva, e entrou no veículo atrás.

Quando Delfina apareceu, Thales estava conversando com Rodrigo. Ao vê-la chegando, disse: "Pega a carona com o carro do Alfredo para voltar."

Delfina queria perguntar algo, mas Thales afagou seus cabelos, num gesto de consolo, mas também sinalizando para ela não questionar mais.