Ardente Como O Sol

Naquele ano, aos oito anos, Delfina Holanda foi abandonada para cuidar de si mesma em uma casa vazia. Foi Thales Dantas quem a pegou de volta, ignorada por todos. O jovem de camisa branca de uniforme se inclinou em sua direção: "Quer vir com o seu irmão?"

A partir daquele dia, Thales Dantas se tornou seu mundo inteiro.

Thales Dantas a adorava e a mimava, criando-a como uma princesinha, mas, infelizmente, ela sempre seria apenas a irmã.

Delfina via as mulheres indo e vindo ao seu redor, com seu coração de menina guardando segredos recônditos que cresceram como um campo selvagem em um canto aridíssimo.

Para Delfina, Alfredo Dutra era apenas um amigo de seu irmão, um cafajeste odioso, o tipo de pessoa que você quer evitar a todo custo.

Ela nunca pensou que um dia teria um relacionamento ilícito com Alfredo.

Durante uma reunião social, quando o álcool fluía e as emoções estavam à flor da pele, no quarto do segundo andar com as luzes apagadas, ela foi pressionada contra a porta por um homem que segurava sua fina cintura – ela estava perdida e ofegante, beijada até mal conseguir respirar.

Alfredo, suavemente mordendo sua orelha, em tom intimidante disse: "Delfina, se não quiser que seu irmão ouça, melhor se comportar."