Ardente Como O Sol romance Capítulo 73

"Deixa quieto."

Havia um soluço mal contido em sua voz, mas por serem apenas duas palavras, era difícil perceber.

Ela saiu da cama aos tropeços, querendo ir ao banheiro para tomar um banho frio, mas suas pernas estavam fracas e sua cabeça estava girando, fazendo com que ela caísse depois de apenas alguns passos.

Alfredo estava sentado bem ali, o que fez com que parecesse uma tentativa desajeitada de se jogar em seus braços.

Ele permaneceu imóvel, apenas afastando a mão que segurava o cigarro, deixando-o cair sobre seus joelhos.

Ela era leve e suave, carregando consigo um calor ardente.

As mãos de Delfina pousaram em seu peito por um momento, sentindo os contornos firmes de seus músculos.

Alfredo olhou rapidamente para a mão dela: "O que está fazendo? Está planejando me forçar a fazer alguma coisa?"

Delfina não havia pensado nisso, mas quando o tocou, seu corpo instintivamente quis se aproximar.

A agonia que se espalhava pelas profundezas de seus ossos e sangue fazia com que ela se sentisse como um cachorro faminto diante de uma grande costela quando tocava Alfredo.

Lembrou-se repentinamente da mulher elegante em um vestido justo com ele por debaixo da mesa. Naquela época, ele não parecia tão determinado a se preservar.

Com a mente turva, ela acidentalmente falou o que pensava: "Você não vale um milhão. Outras dormem com você de graça, e ainda ganham bolsas, carros, casas..."

Assim que terminou de falar, ela percebeu seu erro. Mesmo que ele fosse promíscuo, com quem ele dormia era escolha dele.

Ela tentou sair de cima de Alfredo, mas foi impedida.

Alfredo apagou o cigarro no cinzeiro, inclinou-se para frente e a desafiou: "Diga-me. Quem dorme comigo de graça? Para quem eu comprei bolsas, carros e casas?"

"Esse é um problema seu, não tem nada a ver comigo."

Delfina tentou se afastar, mas Alfredo agarrou sua cintura, trazendo-a de volta.

Dessa vez, Delfina foi puxada totalmente para os braços dele, e seus corpos ficaram perfeitamente colados.

Ela sentiu algo. Sua mente explodiu e todo o sangue em seu corpo começou a ferver, com seu coração batendo descontroladamente.

Ela olhou para ele com o rosto corado e surpreso: "Você, você..."

"Eu o quê?"

Delfina empurrou o peito dele, tentando se afastar, mas seu olhar caiu inadvertidamente na calça preta dele.

Olhando para cima novamente, ela encontrou diretamente o olhar de Alfredo, cuja preguiça e tranquilidade haviam desaparecido - seus olhos agora estavam tão escuros quanto o oceano profundo.

Sua voz era baixa e dispersa: "Isso te agrada, não é?"