Atravessando: Da Coadjuvante à Protagonista romance Capítulo 259

tia Souza chorou desesperadamente.

Ao ouvir esse som, Zélia sentiu o coração apertar.

"Mãe, o que aconteceu? Por que você está assim? Se acalme, foi aquele homem ruim que veio te procurar de novo?"

"Não é ele, é... é... o Sr. Gabriel que me demitiu..."

"O que você disse? Demitida? Como assim?"

O rosto de Zélia se cobriu de surpresa.

Depois de olhar para Júlia, que a observava curiosa, Zélia levantou-se e foi até o jardim fora do refeitório para continuar a conversa com sua mãe.

"Mãe, não chore, me conta como o Sr. Gabriel falou isso."

O choro de tia Souza apertava o coração de Zélia.

"O Sr. Gabriel apenas disse que, agora que a Senhorita voltou para a casa antiga, ele e o segundo Senhor não estão muito em casa, e só o Sr. Afonso fica. A Paula sozinha já é suficiente para cuidar dele, não precisam mais de mim."

No começo, na Casa Araújo, só havia Paula como empregada.

Tia Souza foi contratada depois que Paula, já mais velha, não conseguia mais acompanhar o ritmo.

Quando buscaram uma nova empregada, Tânia Souza tinha muitos concorrentes e dificilmente seria escolhida para entrar na família Araújo, mas graças à ajuda de Elisa nos bastidores, ela conseguiu essa vaga de emprego tão cobiçada e bem remunerada.

As palavras de Gabriel eram irrefutáveis.

Se ele tivesse dito que tia Souza tinha feito algo errado para ser demitida, ela ainda poderia se defender ou explicar.

Mas ele apenas disse que não precisava mais dela, tia Souza nem teve chance de lutar pela sua posição.

"Como assim? Você não ganhava dezesseis mil? Cadê os dez mil reais? O Sr. Gabriel reteve?"

"O contrato que assinei era de seis mil, e os dez mil adicionais eram um bônus extra dos patrões. Quando comecei a trabalhar, a patroa disse que o salário base era de seis mil, e se eu não cometesse erros ao fim do mês, receberia um bônus de dez mil reais."

O salário de uma empregada doméstica em Cidade Mar fica entre quatro e seis mil reais, então um salário base de seis mil já é considerado alto.

E esse bônus de dez mil reais era algo que não se encontrava em outros lugares.

A família Araújo tratava seus empregados muito bem. Para os Araújos, gastar dez ou vinte mil a mais por mês não era problema, contanto que o empregado trabalhasse bem e com dedicação.

"Mas mãe, você não cometeu nenhum erro no mês passado."

"Eu... eu também não sei. O Sr. Gabriel não disse que eu tinha cometido algum erro, mas ele só me pagou seis mil reais de salário."

Agora, Gabriel pagou a Tânia apenas o último mês de salário conforme o contrato, e Tânia se sentiu triste, mas sem ter onde reivindicar justiça.