CALIENTE (morro) romance Capítulo 97

- RUSSO -

Meus filhos vão nascer !

Afrodite já está pronta pra cesária e eu gostaria - com todas as minhas forças - que eu não estivesse surtanto interiormente por causa disso .

Pô , eu tô passando mal , suando pra caralho e tremendo mais ainda .

Um pinscher perderia - e feio - pra mim nesse momento , papo reto .

- Amor ? - a voz sussurada me tira dos pensamentos e eu me abaixo beijando sua testa .

Vou negar não, eu tô com medo mas eu sei que o meu não se compara ao dela . O dela está maior , e é por esse motivo que eu não sai do seu lado em nenhum momento.

E nem vou .

-- Oi , pretinha , tô aqui - seguro sua mão e a beijo sentindo sua pele gelada entrar em contraste com a quentura da minha .

Afrodite - A nossa menininha... - ela para por um momento , o frio que disse à pouco estar sentindo a faz bater o queixo violentamente - A gente não escolheu seu nome - diz , sua voz saindo trêmula .

Isso é verdade , quando fomos escolher a gente acabou não chegando a um acordo sobre qual nome dar a nossa filha . Eram tantos que ficamos em dúvida de qual era o melhor .

Engulo a saliva , olhando do seu rosto pro pano que a impede de ver a equipe médica se reunindo ao redor da sua barriga pra iniciar a cirurgia.

Falta bem pouco agora.

Afrodite - Eu pensei em um - pisco , voltando meu olhar pro seu , esperando por sua próxima fala - O que você acha de Helena ? - sua voz sai quase inaudível .

Lembro instantâneamente da mulher que deu a vida dela pra salvar a do neto , aquela que ela não teve a oportunidade de se despedir .

Sorrio , é uma homenagem a ela . Tenho certeza.

-- Eu acho lindo - beijo sua testa mais uma vez e limpo seu rosto quando uma lágrima grossa escorre por ele - Helena - repito , gravando o nome da minha filha na minha mente.

Meu peito formiga de felicidade e a certeza de que ; de agora em diante tudo vai dar certo para a nossa família , atravessa a minha mente e corpo me fazendo arrepiar .

Brenda - Nós vamos começar - seu rosto coberto por uma máscara surge por cima do tecido que nos separa e logo some .

Estremesso , nervoso .

É agora.

O monitor cardíaco ao lado da maca que confere os batimentos da Afrodite dispara e preocupado eu seguro mais firme a sua mão, mostrando através do ato que eu tô aqui com ela , que sempre vou estar.

Os segundos se tornam minutos , e os minutos passam lentamente diante dos meus olhos .

Eu não aguento mais esperar , tô agoniado, preocupado, a ponto de ter um infarto.

Os médicos não param de falar , Afrodite não para de tremer por nada e os batimentos cardíacos dela estão lá nas alturas .

Eu seguro sua mão mais forte com a minha , envolvo seu rosto com a outra e a beijo inúmeras vezes , tentando passar um pouco do meu calor pra ela .

-- Tenta se acalmar , pretinha - sussurro , isso serve mais pra mim do que pra ela .

Sei que Afrodite é forte e corajosa , ela já mostrou isso inúmeras vezes , mas também sei que chega uma hora que a pessoa cansa e é justamente esse cansasso que eu vejo ser refletido nos seus olhos quando eu os encaro.

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