Caminhar Contra A Luz romance Capítulo 60

Se alguém dissesse que não era a mãe biológica da pequena princesa, ou que ela não amava sua filha, quem acreditaria?

No fim das contas, foi a pequena princesa quem partiu o coração da mãe, e o feriu profundamente. O coração da senhora, provavelmente, já estava morto.

Só por isso ela foi capaz de dizer aquelas palavras tão frias e despreocupadas.

"Pequena princesa, me diga, você conta para a Dona Mafalda: no fundo do seu coração, você prefere ser próxima da sua mãe ou da sua Tia Rebeca?" Dona Mafalda, vendo que não havia ninguém por perto, ousou perguntar a Alina.

"Claro que é da Tia Rebeca que eu sou mais próxima."

Dona Mafalda: "……"

Ao mencionar Tia Rebeca, o rosto de Alina ainda se iluminava de alegria.

"A Tia Rebeca é linda, sabe se arrumar, tem uma elegância natural. Ela tem muitos amigos, todos gostam muito dela. Tia Rebeca sabe montar a cavalo, mergulhar, escalar, ela é uma mulher muito orgulhosa. Meu pai sempre me ensinava que, quando eu crescesse, deveria ser uma garota com personalidade, cheia de energia positiva, ensolarada e independente, como a Tia Rebeca."

"Mas sua mãe te ama muito." Dona Mafalda não pôde deixar de defender Alma.

"Não é obrigação da minha mãe me amar? Ela me deu à luz, então deveria me amar. Minha mãe vive pegando as coisas da Tia Rebeca, ainda chama a Tia Rebeca de ‘raposa’, mas Tia Rebeca nunca xinga minha mãe. Meu pai e Tia Rebeca não gostam da minha mãe, e eu também não gosto dela."

Dona Mafalda: "……"

Ao falar de sua mãe, Alina ficava cheia de mágoas.

"Como é que minha mãe pode ser tão egoísta?

Ela sabe muito bem que eu e papai adoramos a comida que ela faz. Eu já disse que ela podia voltar pra casa como empregada, meu pai até pagaria um salário, e Tia Rebeca, generosa, também concordou em deixá-la trabalhar aqui como empregada.

Mas mesmo assim ela não quis!

No meu aniversário, ela ainda ficou abraçando e beijando outra menininha.

Aquela menininha nem era eu!

Como ela pode ser mais fofa do que eu?

Aquela garota nem era filha dela de verdade!

Ao sair do camarote, Rebeca perguntou: "Alina, o que houve?"

"Tia Rebeca, estou com saudade de você, ugh, ugh, ugh..."

"Mas a gente não se viu ontem? Ontem mesmo a Tia Rebeca fez uma festa de aniversário super especial para você, você até conheceu o seu ídolo, não foi?"

"Mas eu queria que você me abraçasse e me contasse uma história." Alina disse, toda magoada.

Ao lembrar do braço que ficou a noite inteira de travesseiro para Alina, formigando até o amanhecer e sem se recuperar o dia inteiro, Rebeca ficou um pouco apreensiva.

Instintivamente, encolheu o braço.

"Alina, deixa a empregada te ajudar a dormir por enquanto. Tia Rebeca e seu pai têm algumas coisas para resolver, seja boazinha." Rebeca tentou acalmá-la.

"Tá bom... Ah, Tia Rebeca, avisa meu pai que minha mãe ligou, ela quer falar com ele. Será que ela aceitou vir trabalhar aqui em casa como nossa empregada?"

Rebeca: "……"