Caminhar Contra A Luz romance Capítulo 99

Alma ficou imóvel por um instante.

Seu corpo inteiro ficou tenso, e Antônio, que a abraçava, também se surpreendeu.

Ele sentiu claramente que ela se esforçava para controlar a mágoa e a raiva dentro de si, só depois de se acalmar completamente é que ela se virou para olhar Oliver.

A expressão de Alma era serena e fria: "Sr. Hurst... O senhor está... me chamando?"

Oliver sentiu-se atingido por aquela pergunta.

Era preciso perguntar?

Ela era sua esposa, chamada Alma!

Se ele não chamasse por ela, chamaria por quem?

Vendo que Oliver não respondia, Antônio resolveu intervir: "Há outra pessoa chamada Alma aqui dentro? Claro que o Sr. Hurst está falando com você."

Alma sorriu suavemente: "Eu imaginei... que o Sr. Hurst nem soubesse o meu nome."

Oliver ficou sem palavras.

Seis anos de casamento.

Até hoje, ele nunca havia chamado seu nome.

Na verdade, não apenas nunca a chamara pelo nome, como quase não se comunicava com ela.

Quase sempre era ela quem o abordava todos os dias, perguntando: "O que almoçou hoje, estava do seu gosto? A roupa nova que comprei ficou confortável? Se tiver algum desconforto, me avise, para que da próxima vez eu possa prestar atenção."

Eram sempre perguntas desse tipo.

E ele, por hábito, respondia apenas: "Hum." "Não precisa."

Ou, simplesmente, nem respondia.

Seis anos se passaram. E hoje, pela primeira vez, ele chamou seu nome.

Diante da resposta dela, um traço de constrangimento passou pelo seu rosto.

Alma, porém, parecia natural.

Seus olhos calmos e suaves sorriram levemente: "Sr. Hurst, precisava de algo comigo?"

Oliver manteve-se impassível.

No fundo, queria perguntar: "Você não sempre tem algo para conversar comigo? Hoje posso te dar um pouco mais de tempo!"

Mas não disse nada.

Seu olhar cortante como uma lâmina recaiu sobre Antônio, e sua voz, fria e impiedosa, disse: "Cuide bem de si mesmo!"

"Obrigada!" respondeu Alma, de maneira educada.

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