Em geral, gosto muito do gênero de histórias como Caminho traçado: uma babá na fazenda, então leio muito o livro. Agora vem Capítulo 4 Um bebê sem mãe com muitos detalhes do livro. Não consigo parar de ler! Leia a história de Caminho traçado: uma babá na fazenda Capítulo 4 Um bebê sem mãe hoje. ^^
Naquele momento, meu coração gelou, errando as batidas. Eu seria testemunha de um suicídio se não fizesse nada. Meu instinto fez com que eu chamasse a atenção daquele homem e tentasse impedir que ele cometesse uma besteira.
— Moço! — Gritei para me ouvir. — Por favor, não faz isso! — Na mesma hora, vi que ele virou o rosto para mim.
Estava tudo escuro e a chuva caía mais fraca, entretanto ela ainda estava lá. Mesmo assim, com a escuridão, vez ou outra via a silhueta apenas de seu corpo, já que ele estava de capuz.
— Quem é você? — Nesta hora me arrepiei completamente, aquele homem gritou tão alto com uma voz tão estridente que me fez ter calafrios.
— Eu não sou ninguém, mas sei que independente do que você esteja passando, esta não é a solução!
— Como tem tanta certeza assim? — Continuou dizendo alto e raivoso.
— Eu não tenho! — Na verdade, não sabia o que falar. — Mas sei que você também que isso que pretende não resolverá seus problemas.
— Que diabos… De onde você veio?
Rapidamente, ele desceu de onde estava e veio em minha direção. Meu pavor foi tão imenso naquele momento, que quem estava prestes a se lançar da ponte era eu.
Ele se aproximou tão perto de mim, que dava para sentir sua respiração. Meu coração acelerado sairia pela boca se eu falasse qualquer coisa.
O homem era alto e seu corpo também estava encharcado, demonstrando que ele estava ali há horas. Não conseguia ver seu rosto, mas senti estar tão próximo do meu.
Ele ficou em silêncio por um tempo, eu também não conseguia falar nada, só dava para escutar a neblina e nossas respirações ofegantes, não sei se ele estava tentando assimilar as coisas do mesmo jeito que eu, ou estava planejando um jeito de me matar.
— Nunca se meta em assuntos que não são da sua conta. — Dessa vez, sua voz saiu baixa e rouca.
Dito isso, ele se afastou, entrou no carro, deu partida e saiu, e eu fiquei ali assustada, mas aliviada por ele não ter feito nada contra a sua vida e nem contra a minha.
Corri mais alguns quilômetros até ver uma placa em um cruzamento. Uma direcionava para a vila, outra para a fazenda. Como queria pedir um emprego, já fui em direção à fazenda. Caminhei mais um bom bocado, até enxergar a bendita mansão no meio do nada. Já eram três e meia da manhã, claro que não bateria na porta de ninguém naquele horário, então vi um grande celeiro ao lado da enorme casa, resolvi dormir ali, bem de manhã, sairia e iria pedir emprego na casa do fazendeiro. Entrei no celeiro e notei ser um lugar de armazenamento de feno, tirei minha roupa molhada e deixei secar, deitei no feno e logo o cansaço bateu, a chuva voltou a engrossar, só me lembro disso e apaguei.
[…]
Acordei com barulho de passos vindo em minha direção e, mais que depressa, vesti a roupa, que havia deixado secando. A manhã havia se iniciado e a chuva havia cessado.
Me escondi entre o feno, quando vi um homem observar o celular. Ele andava de um lado para o outro e estava muito bem-vestido, passava a mão pela cabeça de minuto em minuto, parecia preocupado. Tentei fazer o mínimo de barulho possível, mas de repente, me veio uma vontade de espirrar que não pude segurar. O homem, que estava de costas, se virou e veio em minha direção.
— Quem é você? E o que faz dentro de minha propriedade? — Eu, muito assustada, tentei falar, mas não conseguia. — Se não responder, irei chamar a polícia!
Naquele momento, me levantei. A presença da polícia seria o meu fim. Eles contatariam a minha mãe e o desgraçado de meu padrasto saberia onde estava, então comecei a falar.
— Por favor, não precisa chamar a polícia. Meu nome é Aurora, eu não sou nenhuma ladra ou coisa assim, só acabei dormindo aqui, pois vim procurar por um emprego.
— Emprego? — Disse nervoso — Achou que arrumaria emprego invadindo a propriedade de alguém?
— Eu não invadi! — Tentei me defender — É porque cheguei bem cedo e não quis incomodar.
Ele ficou em silêncio, me analisando por alguns minutos.
— Aurora. — Sussurrou, parecendo pensativo — O que você sabe fazer, Aurora?
— Sei cozinhar, lavar, passar e cuidar de crianças, mas também faço qualquer coisa de serviço braçal, é só me ensinarem, eu costumo aprender as coisas com facilidade.
— Cuidar de crianças? — Perguntou curioso.
— Sim, eu cuidei da minha irmã desde recém nascida até os dois anos, sei tudo sobre crianças, não importa a idade.
Ele pareceu pensar por um tempo, antes de falar.
— Venha comigo!
Mais que depressa, segui aquele homem até a grande casa. Ele entrou e eu continuei a segui-lo. De repente, comecei a escutar um barulho de bebê chorando. Quanto mais caminhava, mais o barulho ficava mais alto e nítido, então ele entrou num quarto e avistei um pequeno bebezinho deitado na cama. O pobrezinho chorava tanto que parecia já estar sem forças, o homem olhou para mim e disse.
— Faça-o parar de chorar!
Eu, ainda desacreditada, me aproximei do pequeno ser, peguei-o no colo e vi que estava sujo e morrendo de fome.
— Ele está com fome e provavelmente com as fraldas cheias.
— Me siga. — Falou virando as costas.
Voltei a segui-lo, agora com o bebê no colo, chegamos a uma cozinha, lá preparei o leite e dei ao bebê, logo percebi que o bebezinho precisava de um banho urgente.
— Onde posso dar banho nele? — Perguntei com a voz mais firme.
O homem me guiou até um quarto, onde havia um banheiro com uma pia grande, com aquecedor na torneira. Ele me deu uma bolsa, onde continha duas fraldas e uma peça de roupa, enchi a pia com água morna, peguei uma toalha na gaveta. Logo fui para o quarto, tirei a roupinha e a fralda, coitadinho! Parecia que não havia sido trocado há mais de um dia. Vi se tratar de um menininho recém-nascido, pois o umbigo ainda não havia caído. Levei-o cuidadosamente para o banheiro e fiz tudo sob o olhar daquele homem. Dei um banho bem gostoso no bebê e percebi o quanto ele ficou relaxado, pois em seguida, após vestir sua roupinha, ele dormiu. Coloquei-o na cama e fiquei de pé, frente ao homem. Ele me encarava com um olhar indecifrável, parecendo querer ler a minha mente.
— Quantos anos você tem? — Perguntou direto.
— Dezoito, senhor. — Não era completamente mentira, pois só faltavam dois meses para completar.
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