Casada à Força: Jogo Proibido nas Chamas romance Capítulo 103

Desde que participou do concurso de trajes clássicos, Stella havia ficado famosa, e o trabalho aumentara consideravelmente. Pilhas de contratos se acumulavam diante dela; ela assinava um após o outro, enquanto o saldo em sua conta bancária subia vertiginosamente.

Felizmente, todos esses trabalhos eram de prestação única: bastava dedicar alguns dias tirando fotos e pronto, sem impactar demais seu cotidiano. Talvez, em parte, isso também se devesse a Antônio; Leonardo jamais ousaria exigir horas extras dela, pois não suportaria vê-la exausta.

Wanda morria de inveja, e quanto mais invejava, mais se sentia injustiçada, reclamando frequentemente diante de Stella. "Casar com um bom marido é mesmo uma bênção. Olha pra você, depois olha pra mim: uma princesa e uma criada."

"Calma, sua vez chega, cedo ou tarde."

"Deixa pra lá, não precisa me consolar." Wanda suspirou, desanimada. "Eu juro, ainda vou me casar com um bom marido, senão, nunca vou ter vez nesse mundo."

"Lá vem você de novo." Stella balançou a cabeça. "Chega de papo, vou pro estúdio de fotografia."

Wanda segurou-a pelo braço e sussurrou: "Espera. Tenho uma coisa pra você."

"O quê? Que mistério é esse?"

Wanda tirou do bolso algumas folhas de papel dobradas cuidadosamente. Curiosa, Stella desdobrou-as, e uma caligrafia elegante saltou à vista.

"Te vi hoje de manhã na porta da empresa. Você emagreceu bastante. Está bem? Ele não está te machucando, está?"

Era uma carta de Norberto. Stella olhou em volta, cautelosa. "Você é maluca? Se arrisca passando recado do Norberto pra mim! Se Antônio descobrir, você pode dar adeus aos seus tornozelos."

Dito isso, devolveu a carta para ela.

"Você acha que eu queria? Todo mundo sabe o quanto seu marido se importa com você. No caminho, Norberto me abordou, cercado de seguranças, implorando pra eu te entregar isso. O que eu podia fazer?"

"Se encontrar ele de novo, diga que estou bem, ele não precisa se preocupar. Essa pessoa me trata muito bem, nunca me fez mal." Stella continuou: "Diz pra ele parar de causar confusão com a família, que case logo com a Zara. Eu já sou de outro, não existe mais possibilidade entre nós."

"Te invejo tanto… De um lado, um querendo casar com você; do outro, outro esperando por você. Deus não é justo, distribui mal os privilégios."

Antônio, salvando alguém? Ele não era bombeiro, por que estaria fazendo isso?

Stella espiou para a tela grande do celular dela.

Era um vídeo do aplicativo de gravação instantânea, um site onde as pessoas postavam vídeos curtos em tempo real. Todo o conteúdo era notícia fresquinha, com cliques disparando e conquistando milhares de seguidores.

A cena parecia saída de um filme de Hollywood: Antônio pendurado apenas por uma corda de segurança, do lado de fora da janela do 22º andar da Torre do Comércio Mundial. Ele segurava a corda com uma das mãos, enquanto o corpo balançava no vazio, lutando para alcançar o 20º andar.

Entre o 20º e o 21º andares havia um elevador panorâmico transparente, onde Yasmin estava presa, sem conseguir subir nem descer. De repente, o elevador despencou e ela, apavorada, tapou os ouvidos e gritou desesperada.

A cena era realmente assustadora.

Antônio acelerou a descida. Num deslize, perdeu o apoio e caiu vários metros, rolando pelo ar. O coração de Stella disparou, e ela, tensa, fechou os olhos de tanta aflição.