Casada à Força: Jogo Proibido nas Chamas romance Capítulo 123

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Ao despertar, o canto dos pássaros do lado de fora era ensurdecedor, chilreando sem parar, formando uma fileira preta em cima dos postes.

Antônio foi até a janela e, com uma tosse forte, fez com que eles batessem as asas e voassem alto, dispersando-se em todas as direções.

Na vila, as casas baixas estavam alinhadas de forma irregular. Os idosos jogavam damas sob as árvores, as mulheres se ocupavam preparando o café da manhã, e de cada chaminé saía fumaça, envolvendo toda a vila em uma névoa, tornando-a tão difusa quanto uma aquarela.

Os olhos de Stella estavam inchados e vermelhos, seu rosto demonstrava frieza, cabeça baixa, sem dizer uma palavra e nem sequer sorria mais.

O semblante de Antônio também não estava bom; seu rosto bonito, ao passar por Stella, se tornava ainda mais carregado, tomado por uma irritação incontrolável, exigindo que ela voltasse logo.

Por que ela o evitava como se ele fosse um vírus, fugindo dele em todos os momentos, sem dar-lhe sequer a chance de trocar algumas palavras?

Ao desembarcarem do avião e voltarem para casa, Antônio recusou os cumprimentos de todos, puxando Stella para o andar de cima.

Com um estrondo, trancou a porta do quarto por dentro.

De repente, Antônio empurrou as costas de Stella contra a parede gelada, seu rosto belo estava extremamente sombrio. "Mulher, o que você pensa que está fazendo? Desde ontem à noite você não fala uma palavra, faz essa cara pra quem? Está brava comigo?"

"A empregada obediente não tem direito de ficar brava, nem coragem pra isso, não é?" Stella desviou friamente o assunto, sem querer se prolongar na conversa. "O senhor deve estar cansado, vou preparar seu banho."

Seria mentira dizer que não estava brava, era evidente que estava furiosa, cada parte do seu corpo anunciava isso.

"Eu sei por que você está brava, está incomodada porque eu encostei em você?" Antônio disse com maldade: "Se tem tanto medo de mim, por que não vai embora logo? Não precisa mais devolver o dinheiro, apenas suma!"

Stella franziu a testa, sentindo uma pontada no coração, e olhou incerta para Antônio à sua frente.

"Eu mandei você ir embora, não ouviu? Suas malas estão lá embaixo, pegue e saia da minha frente, o mais rápido possível." Antônio sentia que estava perdendo o controle, sua expressão de impaciência era clara.