O coração de Robin disparava como se quisesse saltar pela garganta.
As palmas, ligeiramente úmidas, se fecharam em punhos. Teoricamente, Edward não podia vê-la. Além disso, com os óculos escuros escondendo aquele olhar frio que sempre a deixava arrepiada, ela deveria estar tranquila.
Mas a realidade estava longe disso.
O pânico se agitava dentro dela, como se a empurrasse a fugir — até lembrar que aquele era seu quarto. Fugir para onde?
— Não tente me enrolar — disse, assumindo um tom indiferente. — Não vou cair nas suas armadilhas.
Edward soltou um riso baixo.
— Robin, não acha que aqui está silencioso demais?
A mudança repentina de assunto a pegou desprevenida.
— Seu coração está batendo tão rápido — ele acrescentou.
Robin parou de respirar por um instante.
Deu alguns passos para trás, protegendo o peito, sentindo o calor subir-lhe ao rosto.
Nesse momento, a porta do banheiro lateral se abriu e Henry surgiu, ainda úmido do banho.
A testa de Edward se contraiu levemente ao captar o som.
— Quem está no seu quarto?
Robin havia esquecido completamente que Henry estava ali. Sua garganta se apertou, mas logo lembrou que não havia nada de impróprio — ele só havia usado o banheiro. Não tinha motivo para se sentir culpada.
Henry, que planejava sair para não deixá-la desconfortável, mudou de ideia ao ver Edward. Sair agora seria entregar a cena de bandeja ao rival.
— Estou com sede depois do banho. Posso tomar uma xícara de chá? — perguntou, limpando a garganta, com um tom propositalmente casual.
Robin suspirou. Se era chá para um ou dois, pouco importava.
— Sente-se, eu sirvo.
— Por que ele está no seu quarto? — Edward perguntou, a voz baixa e carregada.
A frieza no tom fez as mãos de Robin tremerem levemente.
Henry, no entanto, apenas sorriu e respondeu:
— Se o sempre ocupado Sr. Dunn pode estar aqui, por que eu não poderia?
— Pelo visto o grande doutor anda com tempo livre — retrucou Edward, com um meio sorriso frio. — Viver muito não é sempre uma bênção, afinal.
— Pode ser, mas agradeço a você por me permitir viver mais para passar tempo com minha noiva.
— Então o critério dela anda bem duvidoso... de todos os homens, escolheu alguém à beira da morte.
— Melhor do que escolher quem precisa de ajuda até para andar e é cego.
O ar ficou pesado.
Cada palavra era como uma lâmina, cortando fundo no ponto fraco do outro, e nenhum parecia disposto a recuar.
Robin franziu o cenho e pousou a chaleira na mesa com força.
— Ainda querem chá? Porque, se não, quero dormir. A porta é por ali.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Casada em Segredo com o Herdeiro
O livro e ótimo, só que fiz que e gratuito mais agora estão cobrando, antes não era assim, pq mudou??...