CAPÍTULO 04
Mayara Gomez
Dou aquela fiscalizada nos animais e pego carona com o patrão para ir à cidade, preciso comprar muitas coisas para fazenda e umas para casa. O seu Luiz me deixou lá, para escolher enquanto vai resolver as suas coisas.
Compro tudo o que preciso, e só faltou ir à lojinha buscar a pipa do Murilo, meu irmão mais novo. Prometi para ele faz tempo, e só agora me dou conta.
— Olá Dona Meiry, você têm pipa, linha e rabiola aqui? Pergunto para a vendedora que conheço desde criança.
— Oi! Minha linda, tem sim! Venha, entre que vou te mostrar! Estas aqui são ótimas, olha! — Diz Dona Meiry, mostrando os modelos.
Fico distraída olhando as coisas, quando percebo um olhar penetrante e presunçoso sobre mim, com seu cabelo e roupa impecáveis, "não acredito que esteja aqui", pelo jeito o destino não está a meu favor. Porque alguém tão rico estaria numa lojinha como esta? Sou tirada dos meus pensamentos com uma voz intimidadora e sensual:
— Eu não mordo! Bom, só se você quiser! — Ri cinicamente.
Não me dou ao trabalho de responder, esse homem realmente deseja me tirar do sério. Ainda não entendi qual é a dele e porquê comigo!?
Decido pegar logo as coisas para o Murilo, e sair depressa dali, já que o clima ficaria mais pesado se permanecesse na loja. Dou de ombros, me virando para sair, quando o ser duvidoso me chama:
— Não vai me dizer qual é o seu nome? Penso que me deve isto, já que entrou na minha propriedade sem ser convidada, e saiu sem se explicar... — Me olha com deboche.
Eu até responderia se a pergunta fosse apenas do meu nome, mas não resisto a retrucar com sarcasmo e ira, alguém que só aprendeu a intimidar!
— Escuta aqui Sr. Superioridade! Eu só me apresento para quem eu queira, e mereça a minha atenção! E este com certeza não é o seu caso! — Digo a soltar fogo pelas narinas!
— Que pena não é? — Ele diz muito cínico.
"Além de arrogante, ainda é debochado", penso. Saio rapidamente daquele lugar antes que eu esqueça que ele é um cadeirante e ataque um tanto de coisas em cima dele.
Paro em frente da loja, esperando o seu Luiz, ainda bem que o avisto do outro lado da rua, já me esperando.
— Tá tudo bem, menina? Parece chateada! — Comenta o seu Luiz.
— Está tudo bem, sim! Só me estressei um pouquinho na loja, com aquele... bom, deixa pra lá! — Respondi, percebendo que já falei demais.
— Hum... — Respondeu apenas, e se depois se calou.
Voltei para casa em silêncio, já me preparando para mais tarde buscar a Loiuse, mas hoje com certeza esperarei do lado de fora, já chega de imprevistos por hora!
Em casa está tudo quieto, mas meu pai chora no banheiro. Tem algo acontecendo que eu não sei, mas preciso descobrir. Vou até o quarto e o minha mãe está dormindo, tão pálida que me assusto. O meu pai terá que me explicar algumas coisas.
— Pai?— Toc- toc! — Pai? Preciso saber o que está acontecendo! Abre esta porta! Por favor, pai!
Ele abre a porta, com os olhos vermelhos de tanto chorar, e me diz, quase sem controle:
— Eu não sei, ela só tem piorado e não temos dinheiro para levá-la ao médico. Não sei mais o que fazer filha! Eu... Eu... — E chora.
Pego-me chorando com ele, quando sinto as lágrimas rolando pela minha face, sem saber o que fazer, apenas digo:
— Vai dar tudo certo pai! Vamos dar um jeito nisso! Logo conseguiremos dinheiro para levar ela ao hospital, não se preocupe!
Ele apenas assente e me abraça. E eu sei que, no fundo eu precisava mais do abraço do que ele...
Ricardo Taylor
Questiono Billy sobre a situação, e ele me explica que a bela moça atrevida, veio buscar a irmã mais nova, que é sua funcionária, ajudando na limpeza e organização da mansão. Ela se chama Louise e mora na fazenda vizinha, não precisando assim morar na mansão Taylor. Mas a irmã dela prefere acompanhar a moça todas as tardes por questões de segurança.
— Como se duas moças, fosse diferente de uma só andando sozinha durante a noite, nesse lugar escuro e sem segurança! - Ri incrédulo.
— A moça parece se preocupar com a irmã senhor. — Billy explica receoso.
— Sei lá! Elas que sabem não é! Mas como estão as coisas Billy? Precisa de alguma coisa?
— Senhor Taylor, tem uma égua que está prenha, e acredito que o antigo veterinário não percebeu, inclusive já faz um tempo que ele não vem e estou pensando em ir a cidade amanhã procurar por outro. Billy fala.
— Como assim, Billy! Precisamos de um veterinário fixo, que se possível more aqui, ou se estabeleça nas redondezas. Tenho uma quantidade grande de gado, e não podemos correr riscos! Amanhã iremos atrás de um na cidade.
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