CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 103

Eduardo sabia o que Renata ia fazer assim que ela estendeu a mão para pegar no telefone, mas ele não se moveu, deixando que ela agarrasse no aparelho.

Renata deu uma olhada na tela, que ainda estava bloqueada, com notificações do Whatsapp e de chamadas perdidas.

Eduardo não viu?

Então por que ele estava fixado na própria tela?

Com um ar de descontentamento, Renata perguntou enquanto mexia no telefone: "Por que você está aqui?"

"Você ocupou a minha cama, onde mais eu deveria estar? Ou será que você está decepcionada por eu não ter dormido com você?" Eduardo provavelmente passou a noite em claro, com claros sinais de vermelhidão sob os olhos. O seu casaco estava jogado de lado, restando-lhe apenas a camisa fina e as calças sociais. Os botões da gola estavam desfeitos, exibindo uma descontração e um desleixo pouco comuns.

Renata levantou os olhos incrédula e disse: "Como você consegue manter uma face tão distinta e ainda assim falar essas coisas indecentes?"

Era isso o que ela queria dizer?

Ela estava perguntando por que ele não tinha ido dormir em outro quarto, em vez de passar a noite sentado no sofá como um fantasma, Deus sabe se ele ficou imaginando coisas enquanto ela dormia.

A cena parecia inquietante ao pensar nisso.

Eduardo ignorou a ironia dela: "O que é essa imagem de fundo no seu telefone?"

Renata: "…"

O fundo de tela dela era um desenho animado feito à mão. Por si só, isso não seria um problema, mas a figura do desenho parecia exatamente com as roupas usuais de Eduardo, só que sem cabeça, e ao lado havia um espaço em branco com as palavras — "Cabeça arrancada".

Eduardo perguntou em seguida: "Você realmente quer arrancar a minha cabeça?"

"Não é óbvio? Você não sabe o quanto é irritante?"

Ela abriu o Whatsapp e viu que Gail Berman havia enviado um endereço e uma mensagem: "Isso é o suficiente para você? Se não for, eu penso em mais alguma coisa."

Renata guardou o telefone e se dirigiu ao guarda-roupa.

Havia meses que ela se mudara dali, e Eduardo tinha dito que mandaria a empregada mandar fora as suas coisas. Portanto, Renata não tinha muita esperança de encontrar roupas para trocar, mas como estava vestindo algo muito amarrotado e com um forte odor de álcool, decidiu dar uma vista de olhos. Uma camiseta serviria.

Para sua surpresa, suas roupas ainda estavam penduradas em ordem, de acordo com seu costume, de curto a longo, e até os acessórios combinando estavam embalados e pendurados juntos.

Não era para terem mandado tudo fora?

Mas Renata só passou essa questão obviamente flertante pela cabeça, sem verbalizá-la.

Ela pegou as roupas e foi para o banheiro. O sabonete, a pasta de dentes, a escova de dente, o copo para enxaguar — todos os seus pertences estavam lá.

Depois de se lavar e trocar de roupa, Renata foi-se logo embora

Ela pensou que Eduardo poderia detê-la, e já tinha até preparado uma resposta, mas quando ela saiu, ele apenas comentou casualmente: "Leve os lençóis que você sujou."

Renata deu um riso frio e pensou que nunca mais chamaria Alice Silva de hipócrita. Se ela conseguia domar um demônio como Eduardo, ela era verdadeiramente uma Bodhisattva, uma santa que aliviava o sofrimento dos outros!

Renata saiu rangendo os dentes e, irritada, enrolou os lençóis caros da cama, juntamente com o travesseiro, arrastando-os para fora.