CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 11

O ambiente barulhento e agitado da barraca de comida estava cheio de fumaça e animação.

Renata prendia o seu cabelo levemente ondulado com uma presilha de tubarão num coque simples, e conforme ela baixava a cabeça, alguns fios caíam ao redor de suas têmporas, cobrindo parcialmente o seu rosto. Seus cabelos negros tornavam a sua pele clara parecer ainda mais deslumbrante.

Ela apontou para o menu e disse algo ao homem ao seu lado.

Ele assentiu com a cabeça, e Renata sorriu, estendendo a mão para chamar o empregado.

Alfonso levantou uma sobrancelha: "Parece que sua esposa está se divertindo bastante sem você, hein?"

Eduardo não disse nada, apenas se virou e saiu da cabine...

No boteco, Lázaro engoliu um gole de cerveja, ainda incrédulo: "Você é mesmo a Nata? Aquela que restaurou com sucesso um vaso de porcelana azul e branco extremamente danificado?"

Renata: "..."

Lázaro já tinhafeito essa pergunta várias vezes no caminho, e ela agora nem sabia mais como responder.

Sr. Luís deu-lhe um leve chute por baixo da mesa: "Bebe menos, Nata, não ligue para ele."

Renata obedeceu docilmente: "Está bem."

"A comida chegou, cuidado para não se queimar!"

O empregado anunciou, trazendo um prato de mariscos ao alho. Renata mal pegou nos pauzinhos quando o seu telefone tocou.

Ela colocou os palitos de lado e tirou o celular da bolsa.

Seus dedos estavam prestes a deslizar para atender a chamada quando viu que era Eduardo que estava a ligar...

Renata hesitou, não atendeu e finalmente colocou o telefone no modo silencioso sobre a mesa.

O telefone tocou duas vezes e parou.

Renata não se mostrou surpresa; Eduardo sempre foi impaciente. Se ela demorasse um segundo a mais para atender, ele desligava.

Mas desta vez, o que foi diferente é que, logo após a chamada ser encerrada, uma mensagem no Whatsapp apareceu na tela.

Ela abriu a mensagem sem pensar e se surpreendeu no segundo seguinte; era de Eduardo, com apenas duas palavras diretas: "Venha aqui."

Renata franziu a testa, seu olhar varreu inconscientemente os arredores e finalmente pousou sobre uma Bentley preta na entrada do hotel cinco estrelas do outro lado da rua.

O carro de Eduardo era personalizado, ela reconheceria de primeira.

Renata ignorou a mensagem e continuou a comer, mas estava visivelmente distraída.

Lázaro, percebendo que Renata mal tocava na comida, pensou que ela estava envergonhada e usou os pauzinhos comuns para colocar um camarão na sua tigela: "Não precisa de ser tão formal, as pessoas do TJ são muito fáceis de lidar, basta nos tratar como amigos. Se precisar de tirar uma folga, o Sr. Luís nem vai se opor, ele até prefere que nós vamos logo embora."

Realmente, era difícil manter as pessoas nesse campo de trabalho. Não era só uma questão de promoção; lidar com esses objetos antigos e partidos todos os dias não ajudava a encontrar um namorado. Depois de um dia duro de trabalho, mal sobrava tempo.

Poucos jovens aguentariam esse tipo de sofrimento e solidão, então Sr. Luís tentava fazer o que podia para reter os funcionários, sendo relativamente tranquilo com as regras.

Renata sorriu e disse: "Obrigada."

Ela estava prestes a se inclinar para comer o camarão quando outra mensagem de Eduardo chegou -

"Você vem, ou eu devo ir aí?"

Mesmo através da tela, ela podia sentir a intensa irritação e descontentamento do homem.

Renata conhecia bem o temperamento de Eduardo; ela rapidamente comeu o camarão que Lázaro lhe tinha servido, colocou os palitos de lado e disse com certo pesar: "Desculpe, Sr. Luís, mas surgiu um imprevisto e eu preciso resolver. O motorista da aplicação já chegou e está me apressando, preciso sair."

Sr. Luís era compreensivo: "Vá, vá, eu também estou de saída, não tenho mais a energia de vocês jovens."

Renata pediu desculpas aos outros e pegou na sua bolsa, caminhando rapidamente em direção à Bentley.

A porta do passageiro se abriu e fechou, e Renata entrou rapidamente, dizendo ansiosamente: "Vamos embora."

O homem ofegou em voz baixa e a soltou, mas os seus lábios ainda estavam perigosamente próximos, como se fossem se unir novamente no segundo seguinte.

Eduardo passou o dedo pelos lábios, removendo um traço de sangue vermelho-claro, sorriu ironicamente, mas parecia mais frio do que se não estivesse sorrindo: "Você me mordeu?"

Renata limpou os lábios com a manga da blusa, com um ar de desprezo: "O que foi, Alice Silva não foi suficiente para você? É por isso que você está tão excitado como um garanhão?"

Eduardo manteve a expressão inalterada: "Ainda não nos divorciamos. Tocar nela não é tão seguro quanto tocar em você."

A palavra "segurança" soou especialmente irônica!

Renata riu de raiva, desejando poder lhe dar um tapa naquele momento.

"Se ela soubesse o quão desprezível você é, talvez te deixasse de novo, não é?"

Mal ela terminou de falar, e eles ouviram um "pom pom" do lado de fora, alguém batendo no vidro do carro...

Ambos olharam na direção do som e viram Lázaro de pé do lado de fora, inclinado tentando ver se havia alguém dentro do carro.

Os vidros do carro eram escurecidos, permitindo ver de dentro para fora, mas não de fora para dentro.

Eduardo não baixou o vidro, apenas olhou para Lázaro de cima a baixo com um olhar crítico.

Depois, com um tom de voz frio e sarcástico, ele disse: "Este é o seu novo homem?"

Lázaro estava vestido de forma simples, mas de boa qualidade, e usava um relógio que valia mais de dez mil reais no pulso, mas isso era pouco aos olhos de Eduardo, que gastava fortunas sem se preocupar.

Renata ainda não tinha respondido quando o olhar de Eduardo passou de Lázaro para a barraca de comida do outro lado da rua: "Você está fazendo esse escândalo para se divorciar de mim, só para ficar com um homem que te leva a lugares como esse para comer?"

Seus comentários eram mais desagradáveis e cortantes a cada palavra: "Renata, você se cansou de iguarias e agora quer experimentar uma comida simples?"

Renata olhou para o perfil impassível do homem e sentiu que o seu esforço de anos não tinha valido a pena.

"Sim, o Sr. Adams é rico e atraente, dando presentes que custam milhões, mas sua esposa prefere comer numa barraca de rua a permanecer casada com você. Por que você acha que é?"