CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 13

Eduardo, percebendo que já a tinha pressionado o suficiente, suavizou seu tom: "Discussões entre marido e mulher podem ser picantes, mas passado um certo ponto tornam-se desagradáveis. Não tenho tempo para joguinhos de divórcio e reconciliação. Volte para casa esta noite; não vou ter em conta as suas atitudes nesse período."

Renata nem escutou direito o que ele disse, nem parou para pensar no que ele quis dizer com 'varrer o chão'. Ela só ouviu ele reclamando de seu baixo salário, de não poder alugar um lugar para morar, e ainda por cima, acusando-a de fazer drama!

"Eduardo, você está doente? Mesmo que meu salário seja baixo, mesmo que eu tenha de dormir debaixo de uma ponte e comer pão amanhecido, eu definitivamente não voltarei. Ou você se decide e resolve a nossa situação no cartório, ou nos veremos no tribunal!"

Ela desligou o telefone de forma abrupta e bloqueou o seu número imediatamente.

Ela estava prestes a bloqueá-lo no WhatsApp também, mas decidiu não fazê-lo. Afinal, precisava manter algum meio de comunicação para tratar do divórcio.

Renata jurou que, assim que tivesse os documentos em mãos, bloquearia Eduardo de uma vez por todas e cortaria relações para sempre.

Nesse momento, duas colegas de trabalho conversavam sobre fofocas ao lado: "Aquele homem que veio perguntar sobre a Julia esta manhã era tão bonito! Será que ele é casado?"

Renata ficou surpreendida por um instante. O homem que veio ao estúdio pela manhã era Nicolas, e ela o tinha visto, mas como tinha derramado água sem querer, estava ocupada passando o esfregão e não deu atenção a ele, indo embora de seguida.

Naquele momento...

Ela se lembrou que Julia estava justamente a limpar o seu espaço de trabalho.

As colegas continuaram brincando: "Ele perguntou qual era a posição de Julia no estúdio. Com o uniforme de limpeza e o esfregão na mão, não é óbvio?"

Renata percebeu a intenção de Nicolas ao visitar o local.

Sabendo que Eduardo tinha entendido mal, ela não ligou para explicar. Não havia necessidade de reportar seu trabalho a ele.

Ela tinha pensado que Eduardo responderia rapidamente ao aviso do advogado sobre o divórcio, mas uma semana se passou sem nenhum sinal dele.

Renata estava a ficar impaciente, mas só podia esperar.

Naquele dia, após o trabalho, Viviana a convidou para jantar num restaurante que estava a fazer sucesso, e como Renata tinha um horário flexível, chegou primeiro para guardar lugar.

Não demorou muito para o restaurante encher, e vendo a longa fila do lado de fora, Renata se sentiu aliviada por ter chegado cedo.

Ela estava enviando uma mensagem para Viviana pelo WhatsApp com o número da mesa quando ouviu uma voz não muito familiar: "Renata, você está sozinha? Posso me juntar a você? Cheguei tarde e o empregado disse que teria de esperar pelo menos duas horas."

Renata olhou para cima e viu Alice Silva, vestida elegantemente, com maquiagem leve e traços não muito refinados, mas que juntos formavam uma beleza impressionante, atraindo todos os olhares para ela.

Renata recusou de imediato: "Não é conveniente..."

Mas Alice Silva se sentou sem pedir permissão.

O rosto de Renata se tornou frio instantaneamente: "Srta. Silva, não entende o que as pessoas dizem?"

Alice Silva mostrou remorso: "Você ainda está zangada comigo? Na noite do seu casamento com Eduardo, eu não queria ligar para ele de propósito, eu não pensava que ele..."

Renata não queria ouvir mais sobre o passado e a interrompeu: "Não é questão de ódio, é só uma raiva pura e simples por pessoas dissimuladas."

O assunto estava encerrado. Se continuassem, seria uma falta de respeito.

Alice Silva ficou em silêncio por alguns segundos, olhando para Renata com um olhar complicado, e perguntou cautelosamente: "Ouvi dizer que você está tendo problemas com Eduardo? Você está tentando se divorciar?"

Renata não se surpreendeu que Alice soubesse disso, mas a ideia de Eduardo mantê-la em suspenso enquanto compartilhava sua situação com outra pessoa a fez amaldiçoar mentalmente a ambos, várias vezes!

Renata, contudo, não se intimidava com a interrogação do homem, e sacudiu a mão que doía ao dizer: "Você não viu? Eu bati nela."

"Eduardo," Alice Silva se aproximou dele, vulnerável, abraçando a sua cintura com uma voz um pouco rouca: "Eu não tinha a intenção de irritar a Srta. Soares, só mencionei Vinicius casualmente, mas não esperava que ela reagisse assim... Se eu soubesse que a Srta. Soares ainda não o tinha esquecido, eu jamais teria trazido o assunto de volta."

Ouvindo a razão, a expressão de Eduardo tornou-se ainda mais sombria, seus lábios finos curvaram-se em um sorriso irónico, parecia que, mesmo depois de tantos anos, ela ainda não havia esquecido aquele homem.

Ele fixou o olhar em Renata, com cada palavra impondo autoridade: "Peça desculpas."

Embora ela já esperasse esse tipo de reação, o fato de ele tomar partido de Alice Silva sem sequer lhe perguntar a versão dos fatos era doloroso.

Mas Renata não permitiria que Eduardo visse sua vulnerabilidade, ela ergueu o rosto para encontrar seu olhar, e repentinamente um sorriso mordaz surgiu em seus lábios, uma provocação flagrante: "De maneira alguma."

Pedir desculpas a Alice Silva, só se o mundo acabasse!

Eduardo estreitou os olhos, seus lábios se curvaram em desagrado.

"Eu disse para pedir desculpas, não me faça repetir uma terceira vez."

A a raiva nas suas palavras era evidente, e Renata sabia que, para deixar Eduardo tão furioso, ela devia ter feito algo terrível, sem perceber que a verdadeira razão da raiva do homem não era o tapa, mas...

"Eu vou dizer de novo, impossível!"

Depois de afirmar sua posição, Renata já não tinha mais apetite para comer, pegou na sua bolsa e se virou para sair.

Mas antes que pudesse dar dois passos, seu braço foi agarrado com força, seguido pela voz furiosa de Eduardo: "Quer causar confusão só para se divorciar, não é? Tudo bem, eu aceito, amanhã às nove da manhã, no cartório!"