CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 146

Vinícius não era um homem que assumia facilmente as suas responsabilidades; apesar de sua aparência serena, no fundo, ele era bastante indiferente e poucos conseguiam realmente chegar perto dele e estabelecer uma conexão verdadeira. Contudo, naquele momento, além da raiva, sentimentos de compaixão e arrependimento surgiam no seu coração: "Então, naquela noite, você estava consciente?"

Eduardo respondeu: "Sim."

Ele estava lúcido, sabia que Renata o seguiria obedientemente porque ela o confundira com Vinícius, até mesmo na cama foi ele quem a forçara.

Vinícius não disse nada, apenas ergueu seu punho e desferiu um golpe no rosto de Eduardo. Embora raramente entrasse em brigas, ele tinha sido treinado sistematicamente desde pequeno.

"Na verdade, membros de suas famílias sempre tinham inimigos ou indivíduos buscando atalhos, observando-os de perto." O soco tinha uma força explosiva.

Eduardo recuou um passo, levantou a mão para se defender e, ao mesmo tempo, chutou o joelho de Vinícius.

O espaço do quarto de hospital era pequeno e nada à prova de som; assim que começaram a brigar, os ruídos foram imediatamente ouvidos do lado de fora.

Renata ainda não tinha descido as escadas; ela viu Vinícius entrar com uma expressão sombria e temeu que algo ruim acontecesse, então ficou por perto. Ela ouvira toda a conversa dos dois.

Ela entrou apressadamente e viu Eduardo a dar um soco no ombro de Vinícius.

Era para ter sido no rosto, mas Vinícius desviou.

"Vinícius..." Renata se apressou, puxando Vinícius, que franzia a testa de dor, para si e olhou para Eduardo perguntou: "Você foi mordido por um cachorro?"

"Afasta-te."

O tempo estava nublado e a iluminação era pouca, então, mesmo durante o dia, as luzes do quarto estavam acesas. A luz pálida das lâmpadas incidia sobre o rosto de Eduardo, criando uma atmosfera sinistra e arrepiante.

Renata tinha feito um coque, revelando um rosto que era apenas do tamanho da palma de um homem. Suas roupas claras não a faziam parecer ameaçadora, ela parecia frágil e fácil de enganar.

Mas agora ela era como uma galinha protegendo seus filhotes, barrando o caminho de Eduardo e protegendo Vinícius atrás de si.

"Eduardo, já chega!" Renata fechou os olhos por um momento; aquele homem realmente estava constantemente a baixar o seu nível de tolerância, tanto que ela não tinha mais vontade de discutir com ele.

Ela se virou para Vinícius, mas apenas o observou rapidamente antes de baixar a cabeça rapidamente: "Vamos embora."

Ela não queria que outras pessoas vissem seu estado lastimável, e também não queria testemunhar olhares de pena.

Vinícius olhou para ela profundamente, com um olhar que misturava inúmeras emoções.

O olhar pálido de Eduardo caiu sobre os dois, e ele não duvidava que, se não estivesse ali, Vinícius a pediria em casamento naquele mesmo instante. Com um sorriso sarcástico, ele provocou: "Você vai ficar escondido atrás de uma mulher para sempre, deixando ela te proteger?"

Vinícius pode não gostar de lutar e nunca acreditou que lutar resolveria os problemas, mas ele era um homem, no fundo, um homem orgulhoso e nobre; ele não podia tolerar tal provocação.

Vinícius deu um passo à frente: "Eu já queria bater em você há muito tempo."

Eduardo soltou uma risada fria: "Que coincidência, eu também."

Quando parecia que os dois iriam começar a lutar novamente, Renata franziu a testa e agarrou Vinícius: "Por que você está a discutir com um louco? Se você foi mordido por um cachorro, você vai correr para morder de volta?"

Quando ela falou, não havia raiva no seu tom, apenas desprezo, como se estivesse olhando para algo tão repugnante que nem merecia ser visto.

Eduardo deu um sorriso sem graça: "Você estava a ouvir a conversa este tempo todo?"

Senão, ela não teria entrado tão rápido; assim que ele começou a discutir com Vinícius, ela entrou.

Renata respondeu: "Sim."

Não havia necessidade de esconder isso, e também não poderia ser escondido. Bastava verificar as câmeras de segurança para saber.

"Você não tem a menor vontade de perguntar?"

Sem querer continuar a discussão com Eduardo, ela simplesmente admitiu: "Sim, eu gosto muito dele, por isso é que não quero esperar mais nem um minuto, só quero me divorciar de você o quanto antes."

Seus olhos continham um sorriso: "Se você tem um pouco de consciência, me conceda o divórcio logo, não me deixe esperar para ter um casamento glorioso."

Dito isso, como para provar a veracidade de suas palavras, ela segurou a mão de Vinicius.

Eduardo olhou para as mãos unidas dos dois, uma fúria incontida brotando em seu coração, e com veias avermelhadas em seus olhos, ele violentamente agarrou a gola de Vinicius, puxando-o para longe de Renata, e lhe desferiu um soco brutal.

O soco veio rápido e poderoso, sem dar chance para reação.

Eduardo fixou o olhar no rosto bonito, gentil e elegante de Vinicius, uma aura de arrogância e raiva espessa cobrindo sua expressão.

Seu punho cerrado fazia um som sutil de ossos se esfregando...

'Pum—'

Devido à falta de experiência em combate real, Vinicius não conseguiu reagir a tempo e recebeu um soco sólido na face direita.

Seu corpo inclinou-se para o lado, mas sua gola ainda estava nas mãos de Eduardo, impedindo-o de cair.

Vinicius reagiu com um soco.

Os dois começaram a brigar, e ambos não se esquivavam, lutando desesperadamente. Tudo o que estava no quarto foi derrubado, e os móveis foram chutados para longe de seus lugares originais, fazendo um barulho caótico.

Eduardo lutava ferozmente, com sangue já aparecendo em seus punhos: "Você também gosta dela?"

O canto da boca de Vinicius estava sangrando, e com um sorriso sarcástico, a gentileza e elegância de sempre haviam desaparecido: "Sim."

Eduardo resmungou com desprezo: "Você acha que é digno?"