CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 153

À noite, Eduardo foi chamado ao Jardim das Oliveiras por uma ligação de Alfonso.

Ao empurrar a porta do compartimento privado, para sua surpresa, Vinicius também estava lá, com ferimentos visíveis, vestindo um suéter e calças mais casuais, segurando um copo de bebida em sua mão.

Eduardo franziu a testa e deu um passo à frente.

Entre os dois estava Alfonso, sem que nenhum olhasse para o outro, a atmosfera estava visivelmente tensa e congelada, até o garçom responsável por servir as bebidas involuntariamente endireitou as costas, mergulhando numa sombra ainda mais densa.

Alfonso, com uma postura preguiçosa, recostado no encosto atrás dele, pernas cruzadas elegantemente, semi-cerrou os olhos e observou os dois bebendo sem se importar um com o outro, e falou com uma voz indiferente: "Vocês são irritantes, sabiam? Depois de tantos anos de amizade, só porque brigaram, vão agir como se tivessem que cortar relações para sempre?"

Ele havia organizado esse encontro justamente para tentar melhorar a relação entre eles.

Eduardo, com um olhar frio, falou com uma voz baixa e gelada, carregada de irritação e repressão: "Não tenho nada para falar com ele."

Alfonso retrucou: "Cale-se. Você é um estudante do ensino fundamental por acaso? Briga e já pensa em terminar a amizade?"

Eduardo, claramente descontente, encarou-o e com um gesto impaciente da mão disse: "Deixe pra lá. Só por hoje, em consideração ao seu mau humor por causa do seu divórcio, não vou discutir com você."

Vinicius, que estava ao lado e ouviu sobre o divórcio, pausou brevemente o ato de beber, e alguns segundos depois, inclinou a cabeça para trás e esvaziou seu copo de uma só vez.

Alfonso pressionou a testa com a mão, finalmente entendendo a sensação que seu professor tinha ao tentar persuadi-lo a se dar bem com um colega, sentindo uma vontade quase violenta de dar um tapa em cada um para trazê-los à razão: "Vinicius, o que Eduardo se ressente é apenas a sua atitude em relação à Renata. Declare sua intenção de vê-la apenas como uma irmã daqui em diante, e este assunto estará resolvido."

A voz de Vinicius era rouca e profunda, talvez por ter bebido demais: "Impossível, pergunte a ele o que ele fez no passado."

Alfonso: "..."

O rosto de Eduardo estava sombrio e frio, com um brilho escuro em seus olhos e um olhar hostil fixo em Vinicius: "Mesmo se eu não tivesse feito nada no passado, você e ela nunca teriam um futuro."

Vinicius ergueu uma sobrancelha, seu tom calmo misturado com uma provocação sutil: "Hipóteses são incertas, quem pode dizer com certeza?"

"Por isso você está destinado a nunca tê-la. Antes, quando ela não era casada, você nem sequer tinha certeza de poder se casar com ela, quanto mais agora."

As mulheres que a Família Gomes havia apresentado a Vinicius eram todas solteiras, de famílias abastadas e competentes.

"Antes, talvez eu não pudesse vencer a oposição e me casar com ela, mas agora, o meu casamento ainda está sob meu controle," Vinicius olhou diretamente para Eduardo, "já que vocês se divorciaram, eu e ela estamos ambos livres para casar, então, se eu a cortejar, isso é perfeitamente justo."

A tensão entre eles era evidente, como se estivessem em uma disputa acirrada.

Alfonso, observando a intransigência de ambos, levantou-se e disse: "Vou sair um pouco para fumar."

Ele não foi muito longe, inclinou-se para acender o cigarro com um isqueiro, e a fumaça azulada turvou seu rosto bonito. Alguém saía do compartimento ao lado, e quando Alfonso levantou os olhos, seu olhar passou por dentro do local.

No interior do compartimento escuro, um grupo de homens e mulheres estava sentado, mal podendo discernir seus rostos.

Seu olhar fixou-se em uma pessoa, e após um breve momento, ele soltou um 'tsk'.

Assim que terminou o cigarro, Alfonso perguntou a um garçom que estava por perto: "Quem reservou aquele compartimento?"

O garçom, reconhecendo Alfonso, respondeu com respeito: "Sr. Barros, parece um pouco desconhecido, é da Família Barros."

Alfonso voltou para o compartimento, onde os dois homens continuavam com a mesma atitude indiferente um com o outro. Ele não se importou mais e foi direto até Eduardo: "Renata está no compartimento ao lado, cercada por um monte de homens."

Alfonso, incapaz de aguentar mais essa encenação, disse: "Srta. Silva, é melhor não se meter nos assuntos amorosos alheios. Briga de marido e mulher, ninguém mete a colher. Se entrar uma terceira pessoa no meio, pode se queimar."

Alice Silva entendeu o significado por trás das palavras de Alfonso, e seu rosto ficou vermelho de vergonha: "Eu só... Desculpa, não pensei nisso."

Sua aparência frágil não despertou a piedade dos três homens presentes. Vinicius olhou para Eduardo, que mantinha um rosto inexpressivo, e disse: "Então foi por ela que você se divorciou da Renata?"

Eduardo não ofereceu explicação.

Vinicius deu uma risada fria: "Você realmente a manchou."

Diante das palavras maldosas e quase cruéis de Vinicius, Eduardo não mostrou nenhuma reação. Ele se levantou e disse a Alfonso: "Vou embora."

...

No camarote, Renata não esperava que o relaxamento que Viviana mencionou fosse ir ao Jardim das Oliveiras para beber. Ela na verdade não gostava muito desse lugar, principalmente porque era fácil encontrar conhecidos.

O grupo de Eduardo era cliente habitual daqui.

Ela não bebeu, optando por um suco natural sem qualquer teor alcoólico, algo que se destacava no grupo. Quando o garçom saiu, ela pareceu vislumbrar Alfonso através da porta aberta.

Mas ela não era próxima de Alfonso, então não tinha certeza se estava correta.

Se realmente fosse ele, então era muito provável que Eduardo também estivesse lá, e só de pensar nisso já a deixava desconfortável. Ela não queria encontrar seu ex-marido na primeira noite após o divórcio!