CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 16

Mortícia ficou surpreendida e perguntou: "Não dormiu? Então o que é essa marca vermelha no seu pescoço...?"

Ela parou de falar pela metade, arregalando os olhos: "Você não andou se metendo com Alice Silva, novamente, não é? Essa marca no seu pescoço foi ela que fez? Você quer me enlouquecer, não é? Eu te aviso, não importa se foi no passado ou agora, eu jamais vou aceitar vocês dois juntos!"

Se não fosse pelo fato de haver apenas um travesseiro na cama, ela teria atirado outro sem dúvida.

Eduardo tocou instintivamente seu pescoço e disse: "Você está enganada."

Ele não entrou em detalhes, apenas franziu a testa e foi para o banheiro.

Lá embaixo, Renata saiu do hospital sob o sol escaldante e recebeu uma mensagem de Viviana, convidando-a para jantar juntas à noite.

Como ainda era cedo e ela não tinha que ir ao estúdio, decidiu dar uma volta no supermercado e comprar alguns itens essenciais para a vida cotidiana.

Depois do trabalho, Viviana dirigiu até lá para a ir buscar: "Hoje eu fechei um grande negócio, vou te levar para comer uma comida deliciosa, para comemorar que você finalmente se livrou daquele homen impotente!"

Renata sorriu e brincou: "Se o seu pai ouvir isso, ele vai te dar uma surra."

Aquele homem era Eduardo, que dominava grande parte da economia de Quioto, um renomado magnata do mundo dos negócios. Quem se atreveria a ofendê-lo? Se Eduardo ouvisse o que Viviana disse, não seria apenas a loja de antiguidades que estaria em risco, mas talvez até o Grupo de Barros.

"Eu só falo isso contigo, você ainda não me conhece."

Ao chegarem ao local do jantar, Renata olhou para o clube deslumbrante à sua frente com descrença e perguntou: "Isso é o que você chama de jantar delicioso?"

O Jardim das Oliveiras é o clube mais sofisticado de Quioto, com preços altos e uma variedade de opções, mas é famoso pela comida insípida. No entanto, as pessoas que vêm aqui não estão interessadas na comida.

"Um jantar que custa seis dígitos não é bom o suficiente? Hoje à noite vamos celebrar como deve ser, ninguém sai daqui sóbrio! Eu sempre odiei sua vida de sopa e água, não sei como você aguentou por três anos. Eduardo costumava vir aqui, mas desta vez somos nós que vamos aproveitar!"

A vida de Renata durante os anos de casamento foi como a de uma freira, entre a empresa e a casa, vivendo uma rotina monótona, muito diferente da vida desenfreada que ela tinha antes do casamento.

O empregado guiava-as à frente, mas Viviana viu que Renata estava desanimada o caminho todo, pensando que ela estava triste pelo divórcio: "Se estiver triste, pode chorar à vontade mais tarde. Hoje à noite nós estamos entre nós e eu não vou rir de você."

"..."

Renata definitivamente não queria chorar, o problema era que... ela não tinha conseguido resolver nada hoje.

Ela estava tão deprimida justamente porque o divórcio não tinha acontecido, e com a situação de Mortícia, ela estava distraída.

Ela falou melancolicamente: "Não me divorciei."

O barulho do clube era alto demais e Viviana não ouviu como deve ser: "O quê?"

"Eu e o Eduardo, não conseguimos nos divorciar hoje."

Depois de entender, Viviana ficou em silêncio por um bom tempo antes de perguntar, incerta: "Você não quer se divorciar?"

Renata tinha os seus sentimentos por Eduardo, isso era óbvio. Apesar de ele ter sido frio com ela após o casamento, ele nunca a deixou querendo por nada materialmente. Quando Renata estava desesperada e sem saída, foi ele quem a tirou do abismo.

Mulheres tendem a ser emotivas e podem desenvolver sentimentos especiais por homens que as salvam em momentos heroicos.

Eduardo: "..."

Ele estreitou os olhos, com um olhar agora imperscrutável e calmo.

Alfonso não disse muito mais, apenas passou o número do salão privado e desligou.

"Eduardo, o que houve?" Alice Silva, no carro, percebeu a mudança de humor dele após a ligação, e o clima ficou visivelmente tenso.

Eduardo balançou a cabeça, sem responder, parou o carro e disse: "Você pode subir sozinha, as suas feridas ainda não cicatrizaram, não se apresse para dançar."

"Eduardo," Alice Silva mordeu o lábio: "você ainda está chateado porque eu mencionei Vinicius na frente da Renata ontem?"

Eduardo franzia a testa, baixou a cabeça para acender um cigarro, a fumaça se dissipando e ocultando sua expressão naquele momento: "Não, só não provoque ela de novo."

"Fui eu quem a provocou? Eu só mencionei um nome e ela partiu para a violência. Você não acha que a mimou demais?"

Sua voz se elevou sutilmente no final, carregada de ressentimento.

Após terminar o cigarro, Eduardo apagou a chama calmamente e disse: "Tenho mais o que fazer, se precisar de alguma compensação pela situação de ontem, é só pedir."

Alice Silva olhou para ele, os olhos cheios de raiva: "Compensação? Por que você deveria compensar por ela? Quem bateu foi ela, quem deveria se desculpar é ela..."

No fim, ela conteve a voz, suspirando profundamente: "Tudo bem, você quer compensar por ela? Então se divorcie dela e case comigo!"