CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 221

Ela mordeu o lábio, desviou o olhar e, com as mãos apoiadas no peito de Eduardo Adams, disse relutantemente: "Desculpe, eu entendi mal você ontem à noite."

Assim que terminou de falar, ela o empurrou com força. Eduardo, pego de surpresa, caiu direto da cama.

Renata Soares não podia se preocupar com mais nada, virou-se rapidamente e levantou-se da cama, nua, correndo para o banheiro.

Passando pela pia, ela olhou de relance para o espelho.

Do pescoço ao colarinho, até o abdômen, estava marcada.

Embora não tivesse memória, só de ver o estado de seu corpo, ela podia imaginar mais ou menos o que aconteceu na noite anterior.

Renata: "......"

Foi só quando ela estava deitada na banheira, com o corpo envolto em água morna confortável, que começou a lembrar-se da noite anterior.

Eles tinham uma festa no dormitório na noite passada, ela não saiu do quarto privado depois de entrar e não comeu nada de fora, então quando teria sido drogada? Se a droga foi colocada na bebida, qual seria a situação das outras três?

Ela e Marisa saíram do quarto primeiro, depois Janaina e Karina ligaram para ela?

O hotel foi reservado por ela e ela tinha todos os cartões de acesso.

Renata tentou instintivamente pegar o celular para ligar, mas só então percebeu que seu telefone tinha sido jogado fora pelo misterioso indivíduo de ontem à noite.

Se a droga foi colocada por sua colega de quarto, quem seria a pessoa misteriosa da noite passada?

Pensando nas coisas, o tempo passou especialmente rápido, e a banheira do Jardim das Oliveiras era termostática, ela nem percebeu quanto tempo tinha ficado lá.

Até que foi interrompida por uma batida urgente na porta: "Renata, se você não sair agora, eu vou entrar."

Era a voz de Eduardo.

Tomar banho de estômago vazio pela manhã pode causar hipoglicemia, e Renata já estava lá dentro por quarenta minutos. Ele esperou até agora para bater na porta, o que já era dar tempo suficiente para ela se acalmar.

Renata voltou a si e percebeu que estava um pouco tonta, com a pele dos dedos toda enrugada. Ela rapidamente levantou-se da banheira, enrolou-se no roupão e saiu.

Eduardo jogou-lhe as roupas e disse calmamente: "Troque-se e vamos ver quem dirigiu essa peça ontem à noite."

......

Escritório do gerente.

Quando Renata e Eduardo entraram, suas três colegas de quarto já estavam sentadas no sofá como codornizes assustadas, muito longe da alegria desinibida da noite anterior.

Karina foi a primeira a vê-la, franziu os lábios e choramingou: "Renata, onde você estava ontem à noite? Eu e Janaina ligamos tanto para você e você não atendeu, pedimos ao gerente para verificar as câmeras de segurança e ele não permitiu, quase chamamos a polícia."

Ela parecia realmente miserável, com o cabelo em desalinho, o rosto cansado e os olhos vermelhos, e até soltou um arroto de bebida enquanto falava.

Ela olhou para Renata emocionalmente, e se não fosse pela presença dos seguranças, provavelmente teria corrido em sua direção.

Renata: "Onde você e Janaina dormiram ontem à noite?"

Ela estava quase certa de que tinha sido drogada no quarto privado, pois todas as bebidas trazidas pelo garçom eram lacradas. Seu olhar varreu as três, cada uma com uma expressão diferente, mas todas mostravam preocupação...

Então, quem colocou a droga?

Elas tinham um bom relacionamento na universidade, conviveram por quatro anos, nunca brigaram ou ficaram chateadas, mas depois da formatura cada uma seguiu seu caminho, e ao longo dos anos apenas trocavam mensagens em feriados. Independentemente do quanto restava de seu afeto, certamente não era tão puro quanto antes.

Karina: "Dormimos no quarto privado, queríamos reservar outro quarto, mas estávamos com medo de você não nos encontrar se voltasse, e acabamos sendo trazidas para cá antes mesmo do amanhecer."

Janaina, desde que Eduardo entrou, não tirou os olhos dele. Ela era mais sensível e tinha uma observação mais aguçada que as outras duas, e vendo a seriedade no rosto tanto de Eduardo quanto de Renata, franziu a testa e perguntou: "Renata, aconteceu alguma coisa ontem à noite?"

Renata: "Sim."

Ela então voltou seu olhar para Marisa, que permaneceu em silêncio: "Marisa, e você? Onde você esteve ontem à noite?"

Renata: "..."

Veja como você é sábio, até falando sobre princípios agora.

Se um dia você me irritar, vou me vestir assim e te dar uma surra.

Eduardo parecia ter lido seus pensamentos: "Mas se fosse você, não importa como se disfarçasse, até mesmo envolvida como uma múmia, eu ainda poderia reconhecê-la."

Embora Renata tivesse certeza de que a pessoa era Alice, com base apenas neste vídeo, ela não admitiria.

"Deve ser ela..." Vinicius Gomes entrou na sala.

A expressão já cansada de Eduardo escureceu imediatamente: "O que você está fazendo aqui?"

Vinicius não lhe deu atenção, voltando-se para Renata e entregando-lhe um comprimido branco: "Isso foi o que Alice me deu ontem à noite, para eu colocar na sua bebida."

Enquanto falava, ele também olhou para a tela, incapaz de reconhecer que a pessoa era Alice.

Renata não esperava essa reviravolta; aquela mulher era realmente vil. Não importa que ela e Eduardo estivessem divorciados e não fossem rivais amorosos, usar tais métodos para atingir alguém era muito baixo.

Ela estendeu a mão para pegar, mas outra mão foi mais rápida —

Era de Eduardo.

Quando Renata se deu conta, o comprimido já estava na mão dele.

Ela estendeu a mão em vão e, após uma breve pausa, a recolheu: "Sr. Adams, o senhor está tentando protegê-la? Ou mesmo com testemunhas e evidências irrefutáveis, o Sr. Adams ainda não acredita que ela seria capaz de tal ato?"

Ela o chamou de Sr. Adams duas vezes seguidas, e o sorriso frio e zombeteiro que dançava em seu olhar parecia se materializar em lâminas afiadas, cravando-se no peito dele a cada palavra proferida. Naquele momento, ela estava ao lado de Vinicius, marcando uma linha nítida e intransponível entre eles.

Eduardo, com os lábios apertados, fixava nela seus olhos escuros e insondáveis, incapazes de revelar se estava contente ou enfurecido, mas claramente, estava furioso ao extremo. "Você acha que eu sou esse tipo de pessoa?"