CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 24

Renata hesitou por alguns segundos e parou de andar.

Vinicius Gomes estava um pouco embriagado, e era possível perceber uma clara bebedeira no seu olhar, enquanto sua camisa ganhava alguns vincos.

Com a voz um tanto rouca, ele falou com melancolia: “O que aconteceu no anterior... eu sinto muito.”

Renata ficou com o olhar distante por um momento, sabendo exatamente a qual ele se referia.

Era sobre o áudio em que ela o pedira em casamento...

Naquela época, ela estava coberta de dívidas, buscando dinheiro por todos os lados, e a revelação repentina daquele áudio só a empurrou ainda mais para um abismo sem saída!

O que mais ouvia das pessoas à sua volta era:

"Senhorita Soares, já que foi tão corajosa, por que não dorme com mais alguns homens? Uma dívida de alguns bilhões não seria difícil de cobrir, certo?"

Mesmo depois de três anos, ao lembrar-se daqueles tempos, as memórias ainda eram vívidas e impossíveis de esquecer.

“Aquilo era um acordo sobre casamento, mas no fundo, não passava de um negócio consensual,” disse Renata, mantendo-se impassível, mas isso não significava que não se importava.

"Você poderia ter recusado naquela época, até mesmo me ridicularizar, dizendo que eu estava sonhando alto, mas por que expor o áudio na internet? Mesmo que você não gostasse de mim, não deveria ter feito algo assim, não é coisa que um homem faria!"

Ao chegar ao final de seu desabafo, Renata finalmente mostrou sua emoção.

Vinicius Gomes aguardou que ela terminasse de falar e deu uma risada forçada: "Você acha que fui eu quem expôs a gravação?"

Renata não respondeu, mas a sua falta de resposta era uma confirmação por si só.

Na gravação, só estavam eles os dois, e o local de conversa tinha sido escolhido por Vinicius Gomes, um salão de chá com privacidade excepcional.

A qualidade do áudio era clara, obviamente gravada de perto.

Exceto por ele, não poderia haver ninguém mais.

A expressão amável no rosto de Vinicius Gomes perdeu um pouco da sua suavidade, e depois de um breve silêncio, ele disse de forma séria apenas três palavras: “Não fui eu.”

Fora essas palavras, não ofereceu nenhuma explicação adicional.

Quanto a se Renata acreditava ou não, isso não ficou claro.

A mulher baixou o olhar para o seu relógio, sem vontade de dizer mais nada, desejando apenas deixar o local, mas o ambiente externo estava efervescente, e não parecia que iria esvaziar tão cedo.

Ela tinha chegado no carro de Eduardo, e naquele espaço, só havia a mansão Vila Nova Esperança; se fosse embora agora, não conseguiria encontrar um táxi lá fora.

O terraço era espaçoso, Renata escolheu um lugar nem muito perto nem muito longe de Vinicius Gomes, e começou a mexer simplesmente no seu telefone.

O silêncio tranquilo durou um bom tempo, até que Vinicius Gomes interrompeu: "Como você foi passado esses anos?"

Renata pausou o deslizar de seu dedo na tela do telefone, sabendo que ele se referia ao seu casamento com Eduardo. Ela esboçou um sorriso nos lábios e respondeu casualmente: "Não muito bem, deveria ter te escutado na época."

Realmente, ninguém conhece um irmão melhor que o outro.

Quando a notícia do casamento de Renata e Eduardo se espalhou, Vinicius Gomes a tinha advertido: "Você e Eduardo não são compatíveis, ele sempre teve outra pessoa em seu coração, um casamento assim não seria feliz."

Naquela época, Renata estava desesperada e não se preocupava se eram ou não compatíveis; para ela, Eduardo era a sua salvação. Pensando agora, de fato, foi precipitado...

"Heh, ouvir ele?" Uma voz fria de repente interrompeu. Ela se virou e viu Eduardo entrando do lado de fora, com uma aura de nobreza que não conseguia esconder a escuridão em seu olhar: "Escutar ele e ir atrás daqueles agiotas, para acabar vendida no exterior como uma prostituta?"

Quando Vinicius Gomes viu quem chegava, franziu a testa, sentindo pela primeira vez a... hostilidade de um bom amigo.

"Eduardo, não fale assim tão desrespeitosamente, e não interprete mal as palavras dos outros."

"Eu não te matei, só por consideração ao vínculo mãe-filho!"

Mais tarde, Mortícia não aguentou ficar acordada até tarde, viu Renata terminar o ninho de andorinha e subiu para dormir, mas antes disse: "Não o mime demais, às vezes é preciso usar a força para domar esse malcriado ."

Ela não se preocupava com outras mulheres, mas Alice Silva, aquela flor de lótus branca... era complicada, ela conhecia bem os truques dela de antigamente.

Ouvindo sua mãe descrever seu filho dessa maneira, Renata ficou entre o riso e o choro, mas se sentiu verdadeiramente aquecida por dentro.

Sua mãe faleceu cedo e seu pai... era um canalha!

Depois de se casar com Eduardo, Mortícia preencheu completamente o vazio afetivo dela.

Se pudesse, ela também gostaria de continuar honrando Mortícia, mas depois do divórcio, eles não seriam mais uma família.

......

Voltando ao quarto, Renata foi tomar um banho primeiro, e enquanto Eduardo estava no banheiro, ela pegou num cobertor do armário e o mandou para o sofá.

O homem saiu do banheiro com o corpo molhado e, vendo o cobertor no sofá, arqueou as sobrancelhas e foi direto para a cama.

Deitada na cama, Renata franzia a testa com força: "Vá dormir no sofá."

Não havia razão para eles continuarem dormindo na mesma cama, já que estavam se divorciando.

Eduardo, no entanto, olhou para ela e riu de repente, com uma camada densa de escárnio em seu olhar: "Eu deveria dormir no sofá, para que você possa pedir o divórcio alegando insatisfação sexual?"

Ao ouvir isso, Renata corrigiu-o com justiça: "Não é que eu esteja insatisfeita, é que você tem disfunção erétil e não pode garantir uma vida conjugal básica. Eu ainda quero me casar, não atire as suas acusações em mim, fazendo o meu futuro marido me entender mal."

"Se casar?" Eduardo riu friamente: "Com quem? Vinicius Gomes?"