CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 240

Eduardo virou-se para olhar Renata, mas viu que ela rolou os olhos para ele e deitou-se de lado, dando-lhe as costas.

Alice já estava sentada na cadeira, preparada para esperar que ele perguntasse 'o que houve' e então começar a chorar, mas notou que o olhar do homem nem sequer passou por ela, muito menos perceberia o cansaço sob sua maquiagem espessa; ele provavelmente nem sabia se ela estava vestida ou não.

"Eduardo..." Ela não pôde evitar elevar a voz.

Se fosse como antes, ela simplesmente iria embora, esperando que esse homem viesse consolá-la.

Mas ela pensou muito sobre o passado recentemente. As vezes em que Eduardo estava disposto a consolá-la, Renata estava presente, e aquilo nem poderia ser chamado de consolo, mas sim de atender a pedidos, e o que ela pedia, o que ela podia pedir, era apenas aquilo que o dinheiro poderia satisfazer.

O único arrependimento que ela tinha agora era por que decidiu se afastar para o exterior para forçar um casamento e testar se esse homem tinha um pingo de sentimentos por ela.

Lembrando-se do propósito de sua visita hoje, Alice suavizou sua voz, "Eu preciso falar com você sobre algo. Podemos ir ao jardim lá embaixo para conversar?"

Ela estava passando por momentos difíceis recentemente. Queria entrar no mundo do showbiz, mas antes mesmo de passar pela porta, foi manchada por escândalos, nem chegou a fazer audições; assim que entregava seu currículo, era rejeitada. E ainda tinha gente falando em regras não ditas, mas mesmo assim, os papéis que lhe ofereciam eram aquelas personagens bobas e ingênuas de dramas de internet, que claramente fracassariam sem sequer fazer uma ondulação, e ainda por cima, uma antagonista secundária.

Ela queria voltar para o mundo da dança, mas por causa de um período anterior de negligência, sua fama no exterior já não valia mais nada. E sabendo que ela tinha ofendido Eduardo, nem conseguia mais reservar um palco para se apresentar, que dirá atrair investidores.

A companhia de dança também se desfez por causa dela.

Sua mãe, que já tinha ressentimentos contra ela, ao ver esses escândalos, decidiu cortar relações.

Seu telefone foi bloqueado por Eduardo, e quando tentou ir à Família Adams, foi parada na entrada. Foi só depois de pedir ajuda a um jornalista influente que ela descobriu que Eduardo estava ali.

Eduardo franziu a testa e desviou o olhar: "Se tem algo a dizer, diga aqui."

Alice olhou para Renata, depois para Rafael e Vinicius, que começavam a aparecer no quarto do hospital, e seu rosto pálido ficou vermelho, "Aqui? Na frente de..."

Tantas pessoas?

"Sim."

Se não fosse pelo fato de que expulsá-la diretamente faria parecer que ele estava tentando esconder algo, ele nem lhe daria o tempo de ouvir mais uma palavra inútil.

Alice viu facilmente o que o homem queria dizer, e seus olhos, já vermelhos, ficaram ainda mais avermelhados com as lágrimas que caíam. Ela ergueu o queixo, rindo de si mesma com escárnio: "Agora você teme que ela entenda mal, não é um pouco tarde? O bem que você me fez na frente dela, ela pode esquecer, ou você pode arrancar essas memórias da cabeça dela?"

A irritação esperada não veio. Eduardo a olhava com frieza, e em seu olhar havia uma clara impaciência e desdém: "Terminou? Então pode ir embora."

Foi a primeira vez que Eduardo falou com ela de maneira tão rude. Alice sentiu-se humilhada, mas mais do que isso, sentiu medo. Ela mordeu o lábio com força, "Não esqueça que meu pai morreu por sua causa..."

Alice virou-se bruscamente para olhar para Renata, mas ela não estava olhando de volta, estava ocupada tentando roupas novas que algum homem tinha lhe comprado, preparando-se para ir ao banheiro trocá-las, "Eduardo, mesmo que você tenha se apaixonado por outra e não goste mais de mim, não deveria me humilhar assim."

Pedir desculpas a Renata? Impossível.

Renata, que foi mencionada sem motivo, já estava irritada, e ao ouvir as palavras de Alice, ficou furiosa, virando-se para encarar Eduardo: "Podem deixar de me envolver no drama de vocês? Um quarto de hospital não foi suficiente para vocês, precisam de audiência aqui também?"

"Quem está em um romance de amor e ódio?" Eduardo a olhou com intensidade.

As vozes de Alice e dele soaram quase ao mesmo tempo: "Renata, você mantém tantos homens na linha, todos te servindo fielmente, enquanto ao mesmo tempo você se agarra a Eduardo e não o deixa ir. Não acha vergonhoso esse comportamento volúvel? Você não pode pisar neles só porque gostam de você e te perseguem."

Renata se virou, cruzando os braços: "Você está errada."

"Você sabe que eles gostam de você e ainda assim não os rejeita, isso não é mantê-los na linha?"

"O que quero dizer é..." Renata disse pausadamente: "Não é apenas que eu não os rejeitei, eu dei a cada um uma promessa. Eu não estou apenas mantendo-os na linha, eu quero começar um harém. Isso é só o começo, depois haverá três mil belos homens. Planejo mudar todo dia, nunca repetindo."

Ela olhou para o rosto verde de raiva de Alice: "Está com ciúmes? É compreensível, afinal, agora, os únicos que querem dormir com você são velhos que desejam trocar favores."

Mais pálido que Alice estava Eduardo, sua voz lenta: "Começar um harém?"