CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 246

Encarando o olhar mortal de Eduardo, Alfonso conseguiu conter um pouco o choque em seu rosto e, após mais um gole de vinho, demorou um pouco antes de falar novamente: "Não, mas esse tipo de problema físico, você precisa consultar um especialista, sabe? Ou talvez você deva beber algo fortificante... hum... aquele lá."

Essas coisas realmente podem ferir o orgulho de um homem.

Mesmo que ele e Eduardo discutissem verbalmente de vez em quando, era apenas uma brincadeira entre irmãos, mas se isso se tornasse sério, as palavras usadas para provocá-lo casualmente já não podiam ser ditas tão facilmente.

O habitualmente sereno Sr. Oliveira ficou raro gaguejando por um momento e, após falar, baixou a cabeça e encheu o próprio copo com mais duas doses de vinho.

Eduardo olhou para ele friamente, como se quisesse empurrar sua cabeça para dentro do vinho, e com os dentes cerrados, cada palavra saltou para fora: "Meu corpo não tem problema."

Ele tinha todas as reações e impulsos que um homem deveria ter, só que sempre travava no último passo.

"Ah," Alfonso esticou o som de sua voz em resposta: "Seu corpo não tem problemas, então é psicológico? É só com a Renata que acontece isso? E com outras mulheres?"

"Alfonso," Eduardo arrancou o copo de sua mão: "Você pode ir embora agora, bebeu tanto que não tem medo de morrer de intoxicação."

A mão de Alfonso ficou molhada pelo vinho que espirrou, e sua primeira reação foi rebater, mas considerando a situação dele, engoliu as palavras que já estavam na ponta da língua, "Se você não quer trocar de mulher, então fale claramente com a Renata, hoje em dia um amor platônico também é aceitável, quem sabe ela realmente te ama e está disposta a tolerar seu... é... defeito."

Mas o que ele realmente pensava era: com esse seu temperamento difícil, se eu fosse a Renata, eu nem quereria ficar com você.

Eduardo: "…"

Ele apertou os lábios, e sua expressão não melhorou nem um pouco com as palavras de Alfonso, que pareciam confortadoras, mas cada palavra parecia extremamente incômoda.

O que significa defeito?

Vendo que Eduardo não respondia, Alfonso tossiu para disfarçar e perguntou novamente: "Ou você já falou com ela? Ela não pode aceitar?"

Eduardo parecia abatido, "Ela se divorciou de mim por isso."

"Já estava me evitando, se eu agora for dizer a ela que não é que eu não quero tocá-la, é que não consigo com ela, não me surpreenderia se ela pegasse uma vassoura para me expulsar de casa..."

Isso não é nem perseguir a esposa até o crematório, é ser reduzido a cinzas e ainda ser espalhado.

Alfonso levou a mão à testa e ficou em silêncio por um longo tempo.

Eles não tinham acendido aquelas luzes confusas, e a luz amarela quente iluminava o topo de suas cabeças, seus rostos estavam sob a sombra de seus cabelos curtos, dificultando ver claramente.

Eduardo cerrava os dentes de raiva: "Você está rindo?"

"Não," a voz de Alfonso soava um pouco rouca e excepcionalmente lenta, "bebi o vinho com muita pressa e me engasguei."

Acredito em você, sei!

Alfonso, que estava acostumado a ver todo tipo de situação, rapidamente conseguiu controlar suas emoções: "Você não gosta dela? Por que tudo bem até o ponto crucial, e lá você falha?"

Embora soubesse que havia exagero nas palavras, a Sra. Gomes gostava de ouvir elogios e, não sendo masoquista para preferir críticas, sorriu satisfeita: "Você é sempre tão doce. Se fosse..."

Ela mudou de expressão e não terminou a frase, "Por que decidiu me visitar hoje? Será que o interesse não é tanto na visita, mas você está com vergonha de dizer?"

Era uma insinuação dupla.

Renata não escondeu sua intenção. A Sra. Gomes, embora parecesse uma dona de casa, não seria a matriarca da Família Gomes se fosse uma figura simples. Algumas habilidades são essenciais para herdeiras de grandes famílias, aprendidas desde cedo, e rodeios em conversas só irritam: "Tia, a senhora conhece a villa que fica na encosta da Montanha de Diamante?"

A Sra. Gomes estava podando rosas e, ao ouvir a pergunta, acidentalmente pressionou o dedo em um espinho, que penetrou na carne. Ela franziu a testa e soltou um resmungo de dor.

Renata rapidamente ofereceu ajuda: "Onde está o kit de primeiros socorros? Vou pegar álcool para desinfetar."

"Não precisa, é um ferimento pequeno. É comum se picar quando se poda rosas; já fui picada várias vezes esses dias. Por que de repente perguntou sobre aquela villa? Está abandonada há anos e dizem que... não é um lugar limpo. Antes havia vizinhos por perto, mas com o tempo todos se mudaram."

Mesmo assim, Renata encontrou o álcool para desinfetar as mãos da Sra. Gomes. "De quem é aquela propriedade, tia, a senhora sabe?"

"Parece que pertence a um empresário estrangeiro, que saiu do país há muitos anos. Talvez tenha morrido, já que nunca mais voltou e ninguém cuidou da propriedade."

"Alguém se mudou para lá recentemente," Renata olhou para a Sra. Gomes. "Eu peguei um trabalho, e o cliente é o dono daquela villa."

"Impossível..." A resposta da Sra. Gomes foi categórica, mas ao ver a expressão de dúvida da Renata, ela rapidamente recuperou a suavidade habitual...