CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 283

No dia seguinte.

Renata foi à mansão na encosta da montanha, e André a acompanhou.

Ao longo deste tempo, os dois se familiarizaram bastante um com o outro, embora conversassem apenas sobre assuntos diversos, pois quando o assunto era o homem sem rosto, André se fechava completamente, e nenhuma palavra útil podia ser extraída dele.

André não podia subir ao segundo andar, então ele só a acompanhou até a entrada da escadaria.

Renata normalmente subiria direto, mas naquele dia, segurando o corrimão, ela perguntou: "André, você não tem a menor curiosidade sobre como é o rosto do senhor?"

O quadro seria restaurado naquele dia, e ela tinha um encontro marcado com o homem sem rosto.

André: "A curiosidade matou o gato."

Renata mostrou os dentes em um sorriso irônico e lançou um olhar desdenhoso a André com o canto do olho: "Você é realmente sem graça."

Dito isso, ela subiu os degraus.

Ela passou o tempo restaurando a pintura no escritório e agora conhecia bem o caminho. Gostava de um ambiente arejado e iluminado, e embora Sofia a detestasse, lembrava-se de sua preferência, então sempre que Renata chegava, as cortinas e janelas estavam abertas.

Mas naquela noite era diferente.

O homem sem rosto estava lá.

Renata bateu na porta e esperou uma resposta antes de entrar. Assim que entrou, sentiu a atmosfera opressiva e sombria; ela teve que apertar os olhos para ver a figura ao lado da cortina.

"Senhor, falta pouco para terminar a restauração, hoje à noite estará pronto. Você vai sair ou devo acender a luz?" Renata realmente não suportava aquela penumbra, sempre sentia como se algo estranho se escondesse nas sombras pesadas.

"Você pode sair." O homem sem rosto estava usando chapéu, óculos escuros, máscara, e vestia preto da cabeça aos pés, inclusive com luvas nas mãos, completamente coberto, sem mostrar um centímetro de pele.

Mas Renata intuiu que ele franzia a testa ao dizer isso.

Renata apontou para a mesa de trabalho onde suas coisas ainda estavam espalhadas: "Com tanto material aqui, até eu terminar de arrumar, já teria restaurado a pintura."

Claro que isso era um exagero.

O homem sem rosto seguiu a direção apontada por ela, sem dizer uma palavra. Por fim, ele finalmente se moveu em direção à porta, "Seja rápida, essa sua pintura já foi adiada demais."

Antes disso, ele só tinha se encontrado com ela três vezes nessa identidade, e sempre em um escritório mal iluminado e de longe, falando apenas algumas palavras e até escondendo alguns de seus hábitos comuns. Ele estava confiante de que não havia revelado sua identidade, e quando era André, passava muito tempo com Renata, que suspeitava de sua identidade, mas nunca havia dado qualquer sinal.

Renata: "Na última vez, em frente ao museu, quando eu liguei para o senhor."

André soltou sua mão e franziu os lábios: "Naquela vez, eu mostrei para você a tela do meu celular, e não era você."

"Isso apenas plantou a semente da suspeita, mas mesmo antes de você me ajudar, eu não tinha certeza, foi totalmente por intuição feminina. Você viu eu tropeçar e sua primeira reação foi se afastar, e depois você me ajudou. Então, o senhor não me ajudaria, mas André sim," Renata disse com certeza, "ele sabe que eu torci o meu tornozelo, então não suspeitaria que eu estava fingindo."

Na verdade, não era apenas uma questão de sexto sentido, mas também aquela tonalidade de voz que lhe parecia sempre tão familiar.

André: "Tolo seria, se eu fosse um vilão, você já estaria morta agora."

Renata não se importou com seu sarcasmo: "Às vezes, é preciso arriscar para quebrar um impasse."

Ela ousou retirar a máscara de André porque tinha certeza de que ele não lhe faria mal; se André realmente quisesse fazer algo contra ela, não teria dado tanta volta apenas para se fazer passar por seu guarda-costas.

Renata se pôs de pé com determinação: "E a pessoa do terceiro andar? Não vai me deixar encontrá-la?"