CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 289

Carolina, após ter sido ironizada por Eduardo na noite anterior, guardou uma raiva contida e passou a noite amaldiçoando Renata. Bem cedo, ao ouvir alguém batendo à porta, ela a abriu sem se arrumar.

Para sua surpresa, do outro lado estava o homem por quem ela tanto ansiava, Rafael.

Ela ficou atônita por um momento, e instintivamente levou a mão ao rosto: "Rafael, espere um pouco, eu vou lavar o rosto, já volto."

Carolina estava prestes a voltar correndo ao quarto para se maquiar, quando Rafael a interrompeu: "Senhorita... não, Srta. Carolina, eu só tenho algumas palavras para dizer e irei embora, não me importo com sua aparência, não precisa se incomodar."

Culpa daquele cachorro do Eduardo, que o tinha influenciado.

Chamá-la de "senhorita do chá", pff.

"Rafael, como você me chamou?" Carolina ficou perplexa, ela nunca imaginou que ouviria tal apelido humilhante da boca do homem que gostava.

Rafael, com expressão séria e genuína vontade de se desculpar, disse: "Desculpe, foi um ato falho."

Carolina ainda se sentia ofendida, com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas, ela virou o rosto, escolhendo seu ângulo mais bonito para olhar para Rafael.

Ele estava imponente, com postura reta, como se estivesse em treinamento militar: "Srta. Carolina, você e Lúcia são amigas íntimas, então sempre te considerei como uma irmã. Desde que nos conhecemos, nunca tive outras intenções. Embora nossos pais tenham tentado nos aproximar, já deixei minha posição clara. Não impedirei sua amizade com Lúcia, mas peço que não mencione Renata na frente de minha mãe."

Não era mais uma questão de não falar mal dela, mas de não mencioná-la, pensava ele que ela só teria coisas ruins para dizer?

"Rafael, você acredita tanto nela assim? Ela disse que eu falei mal dela para sua mãe, e você nem me perguntou antes de me confrontar?" Carolina olhou fixamente nos olhos de Rafael. "Você não confia em mim, nem no julgamento de Lúcia? Você realmente acha que eu provocaria problemas entre você e sua mãe?"

"Renata não me disse nada", Rafael franzindo a testa, tentou explicar pacientemente: "Eu só conheço minha mãe, ela não iria se opor ao seu filho que ainda nem começou a cortejar alguém, ela não faria algo assim agora, para não se envergonhar."

Sua mãe havia chegado a essa posição, muito por conta de sua habilidade em manter as aparências, "Ela age dessa maneira para te dar confiança, para que você fique tranquilo. Quanto ao porquê, você deve saber melhor do que eu."

Rafael: "Srta. Carolina, espero que leve a sério o que eu disse hoje e que não haja uma próxima vez."

Ele veio rápido e partiu da mesma forma, fechando a porta atrás dela ao sair.

Com um 'estrondo'.

O som fez com que Carolina tremesse toda.

"Ah."

Ela gritou e jogou tudo que estava no armário de sapatos ao chão.

...

Tereza passou o dia no museu e, pelas conversas que tiveram, ficou claro que ela não era apenas um rosto bonito; ela sabia muito sobre a restauração de antiguidades e conseguia participar de conversas sobre diversos assuntos.

Eram cinco e meia.

Renata pegou sua bolsa, pronta para ir embora.

Tereza a seguiu com um sorriso: "Nata, vamos jantar juntas?"

Renata: "Não, tenho outras coisas para fazer, talvez na próxima."

Eduardo ficou em silêncio por um momento, então disse: "Mesmo quebrado, eu posso me virar com ele, que tal você voltar para a Villa Bella Vista, e ficar me observando?"

"..." Renata olhou para ele sem palavras: "Sonha, eu nunca mais vou voltar para a Villa Bella Vista nesta vida."

Eduardo estava prestes a falar algo quando um jipe parou bruscamente abaixo da escadaria, o barulho era tão alto que fez com que as pessoas ao redor olhassem naquela direção.

Rafael saiu do veículo, vestindo uma camiseta branca e calça cargo, seu cabelo curto destacava seus traços profundos e aguçados, exalando uma forte sensação de poder.

Ele caminhou rapidamente, criando uma corrente de ar por onde passava.

Chegando diante de Renata, franzindo a testa com uma estatura e presença que impunham respeito, disse: "Renata, peço desculpas pelo que aconteceu ontem à noite, prometo que não vai se repetir. Eu vou resolver as coisas com meus pais para que não te incomodem mais."

Renata tinha um sorriso educado e distante no rosto, chegando a dar dois passos para trás para manter distância quando Rafael se aproximou: "Seu pai e sua mãe só estão preocupados com você, eu entendo. Já expliquei tudo para a Sra. Barros, somos apenas amigos e nunca seremos amantes."

Ela zombou: "Embora o casamento tardio seja valorizado hoje em dia, você não é mais tão jovem, e nem tem uma namorada, não é surpresa que eles estejam preocupados. Se você continuar adiando, pode acabar perdendo até a chance de um casamento tardio."

O rosto de Rafael foi ficando cada vez mais escuro com as palavras dela, até que ele não pôde evitar e deu uma risada forçada, olhando para Eduardo ao lado: "Não tem problema, se eu perder a chance de um casamento tardio, ainda tenho o amor ao entardecer. Tenho uma longa vida pela frente, não é tão difícil superar alguém que passa os dias no escritório, talvez nem precise esperar pelo entardecer."

Eduardo lançou-lhe um olhar frio, como se estivesse contando as contas de um ábaco prestes a quebrar, "Nem o amor ao entardecer é para você, ela não é cega para se interessar por um velho todo enrugado."

Ele baixou a cabeça, dirigindo-se a Renata: "Vamos, eu te levo para casa."

Renata estava prestes a responder quando Eduardo olhou na direção de Rafael, "Ou você prefere que ele te leve?"