CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 307

Essa fala vinha com toques de reprovação e advertência.

Após Aline terminar de falar, ela fez uma careta teatral e deu um tapinha na própria boca, "Olha eu, falando do que não deve. A Nata já se divorciou do Eduardo, então, obviamente, não estamos falando da mesma pessoa, certo?"

Renata ficou chocada ao ouvir o nome de Eduardo ser mencionado por outra mulher de maneira tão íntima, e ficou sem palavras por um momento.

Os olhos de Aline brilhavam com corações, como os de uma jovem ingênua e apaixonada: "Sabe, eu e o Eduardo também somos predestinados. Só recentemente descobri que há quatro anos ele fez um curso de aperfeiçoamento na nossa escola e era muito admirado por lá. Uma pena que justamente naquele ano eu fiquei de licença médica e perdi a chance. Ah, se eu soubesse que nos encontraríamos hoje, teria ido atrás dele naquela época e não teria desperdiçado quatro anos."

Renata respondeu: "Naquela época ele tinha namorada. Se você tivesse ido atrás dele, não teria desperdiçado tempo, mas o rótulo de 'outra' você não conseguiria evitar."

"..."

A mão de Aline, que estava ao lado de seu corpo, endureceu.

Que tipo de inteligência emocional era essa?

Se isso acontecesse na Família Sousa, ela teria sido devorada sem misericórdia por aqueles demônios em minutos.

Ela forçou um sorriso tenso e conseguiu dizer: "Na verdade, encontrar-nos agora é o que há de melhor. Embora tenhamos perdido quatro anos, nosso objetivo é casar. Nossas famílias já estão discutindo o casamento, e a data provavelmente será marcada para o final do ano."

Dizendo isso, Aline tirou um convite da bolsa: "Em alguns dias, a Família Sousa organizará uma recepção no RJ, e convidamos figuras proeminentes de diversos setores."

Ela piscou para Renata: "Você não é fã do meu irmão Ivan? Se vier, terá uma surpresa."

Aline tinha um primo que era uma celebridade em ascensão, e Renata havia dito que era uma fã dele, querendo saber mais sobre a vida e a família de seu ídolo, fazendo várias perguntas sobre a Família Sousa.

Renata questionou: "Uma recepção no RJ?"

Esse tipo de evento não é algo que se possa simplesmente decidir fazer. Depende muito da sua posição social; caso contrário, mesmo que envie convites, as pessoas podem não comparecer.

A Família Sousa, por mais poderosa que fosse em Cidade A, tinha uma base tênue no RJ, embora isso pudesse ser só aparência.

"Sim, como vou me casar no RJ, meu pai quer que eu amplie minha rede de contatos para poder ajudar melhor o Eduardo no futuro."

Aline mencionava 'Eduardo' a todo momento, o que era doloroso para Renata ouvir. Ela guardou o convite e disse: "Então a maior parte da Família Sousa estará presente?"

"Provavelmente. Se você se esforçar, poderá transformar seu ídolo em marido e se tornar minha cunhada. Os pais do meu irmão Ivan são muito amáveis e de mente aberta. Casar com ele seria uma verdadeira sorte."

Uma colega de trabalho se aproximou: "Nata, o Doutor Samuel está te procurando na sala de exposições."

Finalmente, Renata teve a chance de se livrar de Aline. Ela agradeceu à colega e rapidamente se dirigiu para a sala de exposições.

Hoje o museu estava fechado ao público, e a imensa sala de exposições estava vazia. Doutor Samuel estava com as mãos cruzadas atrás do corpo, observando uma antiga porcelana chinesa.

À sua frente estava um advogado, vestindo terno e cheio de energia.

Com as mãos trêmulas, Mafalda expressou nervosismo e medo: “Advogado, quantos anos vou pegar?”

“Dano intencional ao patrimônio cultural pode resultar em até três anos de prisão; nos casos mais graves, de três a dez anos.”

“E o que acontecerá com o meu filho que quer estudar no exterior...”

O advogado a interrompeu, insinuante: “Isso não será um problema. Ele pode ficar lá fora quantos anos quiser. Hoje em dia, quem volta do exterior é muito valorizado. Depois, pode assumir um cargo executivo numa empresa listada na bolsa, com um salário anual de milhões. Está garantido.”

Um sorriso de alívio se espalhou pelo rosto de Mafalda: “Ótimo, ótimo, quando vai ser o julgamento? Eu confesso.”

...

Assim que Aline entrou no carro, sua expressão esfriou.

Ela usou uma toalha úmida para limpar cuidadosamente o braço que tinha tocado Renata várias vezes antes de fazer uma chamada insatisfeita para o Sr. Sousa com a voz manhosa: “Pai, você não disse que me traria aqui para um casamento arranjado com o Eduardo? Quando você vai falar com a Família Adams? Já faz tanto tempo, por que ainda não há nenhum progresso?”

Sr. Sousa, impotente: “Você acha que isso é a Cidade A? Basta dizer uma palavra e está feito? Aqui é o RJ, onde o Eduardo manda. Nem eu nem seu Tio Marcel podemos fazer muito. Agora quem decide na Família Adams é o Eduardo. O casamento dele só pode acontecer com o consentimento dele. Não adianta nem falar com seus pais ou avós. Você deve se fazer mais presente perto dele, ganhar a simpatia de sua mãe. Não feche o contrato tão rapidamente. Com a beleza e o charme da minha filha, conquistar ele é só uma questão de tempo.”

Aline, lisonjeada e confiante, ordenou ao motorista: “Vamos para o Grupo Família Adams.”