CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 323

Renata sentiu o aroma fresco do pinheiro, que vinha de Vinicius.

Ela hesitou por um momento, rapidamente endireitou-se e saiu dos braços dele, "Obrigada, parece que tropecei em algo."

Ela baixou o olhar para o chão, que estava impecavelmente limpo, sem nada no caminho. Então, no que ela havia tropeçado?

Vinicius, ao vê-la olhando para o chão, perguntou: "O que foi?"

Renata balançou a cabeça: "Nada não, vamos."

Provavelmente foi apenas uma sensação errada.

No carro mais à frente, Eduardo estava sentado no banco do passageiro e tinha visto a cena inteira.

Ele estava distante e sua atenção estava toda em Renata, não vendo como ela havia caído, mas tropeçar em uma estrada tão plana certamente tinha a mão de Vinicius, aquele lótus de coração negro.

Ele tinha claramente visto Renata descer do seu carro, mas desviou o olhar, fingindo não ter visto nada.

Esse homem calculista, um verdadeiro espírito de lótus.

Por fora, uma imagem de cavalheirismo e elegância, mas por dentro, cheio de segundas intenções. Não é de se admirar que Renata fosse manipulada por ele, pensando que era um homem de bons princípios sem más intenções.

Eduardo franziu a testa, abriu a porta do carro para descer, mas os dois já haviam entrado no restaurante.

Olhando para a porta agora vazia, Eduardo estendeu a mão para abrir o porta-luvas, pegou um cigarro e o isqueiro, e saiu do carro.

No restaurante, Vinicius, o cavalheiro, puxou a cadeira para Renata.

Eduardo deu uma tragada no cigarro, com uma expressão gelada, e soltou uma risada fria: hipócrita, afetado, tão verde quanto chá.

Renata agradeceu e sentou-se na cadeira, mas ao se inclinar para frente, parou.

Estava um pouco dolorida.

Não dizem que os homens naturalmente sabem o que fazer nessas situações? Como depois de três anos, Eduardo ainda era tão inexperiente?

Após fazerem o pedido, trocaram breves cumprimentos e então Renata perguntou: "Senhora Gomes, a senhora já ouviu minha mãe mencionar a Família Sousa de Cidade A?"

Sra. Gomes apertou ligeiramente a mão no copo, ficou em silêncio por um momento e balançou a cabeça: "Não."

Renata continuou: "Quando eu e Vinicius fomos a Cidade A a trabalho, encontrei a Sra. Nunes, que costumava frequentar nossa casa antes da minha mãe falecer. Aquela pintura que desapareceu sem explicação após a morte dela foi trazida por ela."

Sra. Gomes manteve a expressão inalterada, como se realmente não soubesse nada sobre essas coisas.

Até que Renata mencionou a Família Sousa.

Sra. Gomes exclamou sem pensar: "Você tem certeza de que foi sequestrada por alguém da Família Sousa? Isso é impossível, quem comanda a Família Sousa agora é o Sr. Marcel Sousa..."

Percebendo que havia falado demais em um momento de impulso, Sra. Gomes se calou, e depois de alguns segundos mudou abruptamente de assunto: "Renata, vamos comer primeiro, podemos falar sobre isso depois do jantar."

Renata insistiu: "A senhora sabe qual era a relação do Marcel Sousa com a minha mãe? A mansão na colina é de sua propriedade, mas muitos dos arranjos e itens lá são do gosto da minha mãe. Na última vez que estive em Cidade A, foi ele quem me salvou."

Só alguém que viveu lá por um longo período deixaria marcas tão profundas. Se, como André disse, eles tiveram apenas uma relação profissional com minha mãe, então essas marcas deveriam ter sido apagadas há muitos anos.

Sra. Gomes olhou para Renata, que a retribuiu com um olhar firme, embora sem desespero em seu rosto, mas com determinação.

Ela suspirou: "Não escutei sua mãe dizer qual era a relação dela com Marcel, mas suponho que fossem namorados, pois sua mãe mencionou o nome dele sem querer na minha frente uma vez. Mas se você diz que aquela mansão na meia-encosta é propriedade dele, provavelmente ele foi o primeiro amor dela. Por um tempo ela frequentava muito aquele lugar, e eu mantinha contato constante com ela. Nove vezes em dez, ela estava lá. Depois, sua mãe voltou para a Cidade Y e, ao regressar, já tinha se casado com Diego Soares."

"Então, quando eu perguntei à senhora anteriormente..."