CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 362

Ao receber a ligação de Miguel, Eduardo estava em uma reunião quando seu cérebro se esvaziou instantaneamente e todos os sons ao redor pareceram desaparecer.

Ele estava sentado na cadeira, sentindo como se toda a sua energia tivesse sido drenada, e mesmo mover um dedo parecia uma tarefa hercúlea. Levou mais de dez segundos até que a força começasse a retornar lentamente ao seu corpo.

Ele se levantou, com o rosto tenso e sem dizer uma palavra, saiu rapidamente da sala de reuniões.

Até muito tempo depois, os executivos presentes ainda se lembravam da expressão sombria e pesada no rosto de Eduardo naquele momento.

Os olhos de Renata tinham um olhar vazio, sua reação era lenta, mas não era o tipo de vazio que vem após um susto - era como se ela não estivesse olhando para Eduardo, embora os olhos estivessem fixos nele. Depois de um longo momento, ela finalmente falou com lentidão: "Desculpe."

Ela estava completamente fora de si, como se estivesse presa em um mundo espiritual inacessível, onde residia a verdadeira Renata, e a figura diante dele parecia apenas uma casca sem vida.

Eduardo segurou a mão dela com força, a dor trazendo de volta a atenção errante de Renata, "Renata."

Seu olhar disperso finalmente se concentrou no rosto severo do homem, "Eles vieram por minha causa."

"Eu sei."

Miguel já havia mencionado isso brevemente ao telefone.

"Se eu não tivesse pedido para Viviana me buscar, ela não teria sido vítima desse infortúnio."

"Renata," Eduardo segurou o pulso da outra mão dela que não estava ferida e a puxou para perto de si, seus dedos passando pelos cabelos dela e a palma da mão pressionando a nuca dela, "você não é uma deusa, não tem a capacidade de prever o futuro, não precisa se culpar por isso."

Ela se apoiou em seu peito, respirando o aroma familiar do homem que a abraçava com força, quase como se quisesse fundi-la ao seu corpo.

A respiração pesada dele caía ao lado do ouvido dela, seu peito subindo e descendo intensamente.

Abraçada com tal força bruta, Renata sentiu como se tivesse encontrado uma válvula de escape.

Desde a decepção e desânimo quando o guarda trouxe o telefone para a sala de visitas, até a culpa e tristeza por Viviana ter se ferido, a raiva imprudente contra o culpado por trás do ato e o medo escondido entre tantas emoções, tudo veio à tona quando Eduardo a puxou para perto.

Toda a sua fachada desmoronou naquele momento.

Renata agarrou a barra da camisa de Eduardo, o tecido roçando contra a queimadura em seu braço, mas a dor aguda não a fez soltar.

No silêncio do quarto, restavam apenas as respirações de ambos.

A explosão emocional intensa fez sua cabeça doer como se estivesse prestes a explodir, doía como se alguém tivesse aberto seu crânio e forçado muitas coisas indigestas para dentro.

Ela buscava desesperadamente uma válvula de escape, algo que a permitisse não pensar em nada, mesmo que fosse por um breve momento.

Ninguém falava, ninguém se movia.

O rosto de Renata estava pressionado contra o peito de Eduardo, e tudo o que ela podia ouvir eram os batimentos cardíacos acelerados dele: "Vai vir?"

"??"

O homem de repente se tensionou.

Ele realmente não tinha esse tipo de intenção, mesmo com seus corpos colados tão firmemente. Renata estava ferida e tinha acabado de passar por um grande choque. Qualquer um que não fosse um monstro não teria tais pensamentos naquela hora.

Mas uma vez que essa barreira é quebrada, e certos assuntos delicados são trazidos à luz, ele... encontrava dificuldade em se controlar.

As roupas de verão sob esse nível de abraço eram quase inúteis, ele podia sentir claramente a respiração dela em seu peito, e também o contato dela junto à sua cintura.

Ela olhava para Eduardo, sua mente estava um vazio, ela não conseguiu entender o que ele dizia.

Percebendo que ele tinha parado, ela instintivamente esticou a mão e puxou a fivela metálica de seu cinto.

A sanidade de Eduardo já estava destroçada pelo impulso físico, e o gesto claramente sugestivo de Renata o fez perder completamente o controle. Ele se inclinou sobre ela novamente, desta vez sem dar a Renata a chance de recusar.

Ele sabia que ela provavelmente só queria encontrar algo para se distrair, e ele estava ali, disponível. Mas naquele momento, poucos homens teriam a força de vontade para se preocupar com isso.

Eduardo estava coberto de suor, as veias do seu pescoço e das costas de suas mãos estavam salientes. Ele se deitou sobre Renata, sua voz tensa, "Desta vez serei mais suave, não vou machucar você, Renata, não fique nervosa."

Sua voz rouca ao extremo tinha um tom sedutor. Ele acariciava seus cabelos e beijava-a gentilmente, tentando acalmar suas emoções.

Quando ele dizia que seria suave, ele realmente era, com medo de machucá-la. Qualquer expressão diferente no rosto de Renata e ele pararia imediatamente, perguntando ansiosamente: "Está doendo?"

As mãos dela pousaram em seus braços tensos, "Eu quero dormir."

Eduardo: "…"

"Se você continuar agindo como alguém que mal consegue respirar, caia fora."

Era um desprezo e um desafio nítido.

Eduardo segurou suas mãos com um sorriso frio, levantando-as acima de sua cabeça, transformando o momento de uma brisa suave para uma tempestade violenta. Renata logo não conseguiu mais expressar seu desdém.

Os sons apressados misturavam-se a gemidos baixos que não podiam ser contidos, enchendo o quarto com uma atmosfera íntima que corava as faces dos ouvintes...