CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 369

O homem estava prestes a estender a mão para pegar o objeto quando sentiu uma intensa sensação de estar sendo observado. Levantou a cabeça e viu Eduardo parado não muito longe dali.

O rosto do homem estava sério, e ele olhava fixamente para o relógio de pulso que Renata segurava.

“...”

O clima parecia estranho.

Ele, muito sensato, recuou a mão. "Srta. Soares, lembrei-me de que tenho um compromisso, preciso ir."

Dito isso, saiu de fininho.

Renata, sem entender, virou-se e estava prestes a repreender Eduardo por ter assustado a pessoa, mas então percebeu que dois terços dos presentes estavam olhando em sua direção. O canto que deveria ser tão insignificante que ninguém notaria se ela começasse a dançar ali, havia se tornado o centro das atenções por causa dele.

Assim, ela engoliu as palavras que estava prestes a dizer e fingiu não conhecer Eduardo, afastando-se.

Antes de sair, colocou o relógio na caixa de veludo e o guardou na bolsa.

Seus movimentos cuidadosos poderiam fazer alguém desavisado pensar que ela estava guardando uma relíquia antiga irreplicável.

A expressão de Eduardo escureceu ainda mais. "Esse relógio é importante para você?"

Ele se perguntava se em sua vida passada não teria sido um relojoeiro, pois nesta vida parecia estar fadado a lidar com esses malditos objetos.

Renata não moveu os lábios, apenas emitiu um som monossilábico de sua garganta: "Hum."

Sob o escrutínio de inúmeros olhares e com jornalistas presentes, ela não ousava falar demais com ele. As pessoas ali eram extremamente perspicazes, capazes de detectar qualquer relação entre duas pessoas, mesmo que fosse apenas um olhar trocado através da multidão.

Já havia precedentes desse tipo.

Na verdade, ser descoberta não seria um problema, já que ela não estava no show business. Na sociedade atual, ex-maridos e ex-esposas reatando e casais se separando e voltando era algo comum. No entanto, o culpado por trás do ataque com ácido sulfúrico ainda não havia sido encontrado. Quem poderia dizer se o agressor não tinha espiões ali?

Ela admitiu tão prontamente que o gosto amargo se espalhou do fundo da boca até as gengivas de Eduardo. "Vinicius também tem um igual no pulso."

Talvez ela não soubesse, talvez fosse uma artimanha de Vinicius, um plano para provocar discórdia.

Caso contrário, ele não teria sido tão insistente em mostrar o maldito relógio bem diante dos seus olhos, perguntando várias vezes se ele achava bonito.

Bonito é o caramba, ele nunca tinha visto coisa tão feia.

"Hum," Renata resmungou novamente, percebendo que Eduardo continuava seguindo-a e que os olhares em sua direção estavam aumentando. Sem olhar para trás, disse em voz baixa: "Não me siga, tem muita gente olhando."

Já frustrado com a situação do relógio, e agora com Renata agindo como se quisesse nada ter a ver com ele, a mágoa de Eduardo crescia. Ele pensou várias vezes em simplesmente puxá-la para seus braços e deixar claro para todos a relação entre eles. "Quando vocês compraram esses relógios de casal?"

Definitivamente era algo do passado.

Primeiro: o relógio era claramente antigo. Segundo: embora Renata não quisesse revelar sua identidade, ela não era o tipo de pessoa que enganava.

Renata: "??"

O semblante refinado de Marcel se escureceu: "Isso porque ele não tinha intenção de tirar a vida de Renata. Ele propositalmente escolheu dois incompetentes para o serviço."

Apenas mantendo Renata por perto, ele poderia controlá-lo nos momentos críticos.

Eduardo franziu a testa: "Seria melhor se você a chamasse de Srta. Soares. Afinal, não somos íntimos e fofocas podem surgir se alguém ouvir. Já pedi à minha assistente para ligar para a sua secretária esta tarde. A proposta de parceria está em aberto, mas sob a condição de que o contrato seja anulado e que você não interfira mais nos assuntos dela."

Marcel respondeu: "Nesse caso, é melhor não fazermos negócio. Parcerias funcionam quando há uma unidade de propósito, e com essa sua atitude, temo que você acabe me prejudicando."

Eduardo estava prestes a responder quando uma mulher apareceu diante dele, com um ar gracioso.

"Sr. Adams," disse ela, uma jovem que Eduardo havia visto em um banquete anteriormente, filha única do proprietário de um grande grupo empresarial. No entanto, recentemente, a empresa da família enfrentava dificuldades financeiras e buscava investimentos: "Ouvi dizer que a empresa de tecnologia da Família Adams desenvolveu recentemente um robô médico que pode ser usado em casa para fazer alguns exames básicos e monitorar a saúde do paciente a todo momento, incluindo funções de cuidados..."

"Desculpe," interrompeu Eduardo, "esse robô ainda não foi lançado ao mercado e é considerado um segredo comercial. Atualmente não podemos divulgar detalhes específicos."

A mulher estava vestida com um elegante vestido vermelho, com cabelos ondulados e um estilo maduro tanto no rosto quanto na vestimenta.

Ela não tinha interesse real no robô; aquelas informações foram pesquisadas de última hora. Seu objetivo era encontrar um tópico que despertasse o interesse de Eduardo, mas ele encerrou a conversa antes que ela pudesse desenvolvê-la.

Enquanto ela se esforçava para pensar em um segundo assunto, Eduardo, que geralmente era reservado, tomou a iniciativa de apresentar: "Este é Marcel, da Família Sousa, atualmente no comando da família e que está planejando expandir seus negócios para o Rio de Janeiro. Marcel conseguiu, em apenas dez anos, transformar a Família Sousa, então à beira da falência, na líder de mercado em Cidade A. A elite do RJ provavelmente terá que se reorganizar."

"Você não deve focar apenas em ganhar dinheiro; também é importante encontrar uma companheira para se estabelecer. Caso contrário, todo esse patrimônio pode acabar nas mãos de estranhos."

Marcel, que até então estava confuso sobre por que Eduardo começou a elogiá-lo de repente, percebeu que o olhar da mulher de vermelho em sua direção ficava cada vez mais intenso.