CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 371

No dia seguinte.

Renata acabara de realizar um procedimento de restauração extremamente preciso e estava prestes a se levantar para pegar um copo d'água quando o celular, deixado sobre a mesa, começou a tocar.

Ela olhou de lado e viu um número desconhecido na tela, com a identificação de área do RJ: "Alô."

"Nata, sou eu..."

Renata reconheceu a voz de Aline e prontamente desligou o telefone, aproveitando para adicionar o número à lista de bloqueados.

Dois minutos depois, outra ligação chegou, de um número desconhecido. Não precisava nem pensar para saber que era ela novamente.

Essa pessoa tem algum problema? Apenas alguns dias de sossego e já começou a importunar novamente.

Após desligar a chamada, Renata configurou seu celular para rejeitar chamadas de números desconhecidos, mas antes mesmo de terminar o ajuste, o telefone tocou outra vez, uma verdadeira insistência irritante.

Ela atendeu com uma expressão de irritação: "Aline, você está doente? O que você quer me forçando a te xingar logo cedo? Você foi completamente desmascarada aqui, você acha que eu tenho água no cérebro para..."

"Senhorita Soares?", interrompeu a pessoa do outro lado da linha, apressada ao ver que Renata estava ficando cada vez mais irritada: "Aqui é do presídio de Camisa Verde, o João sofreu um ataque cardíaco ontem à noite na cela e não sobreviveu."

Normalmente, apenas os familiares seriam notificados, mas Renata era a única pessoa que, nos últimos anos, visitava a prisão a cada poucos meses, tão frequentemente que até os guardas a reconheciam, então decidiram ligar para informá-la também.

Havia outro motivo: "Não conseguimos entrar em contato com a família dele. O corpo está agora no hospital central. Será que você poderia tentar falar com eles? Se você for uma parente, por favor, venha cuidar dos procedimentos para a cremação."

"O que você disse?" Foi tão repentino que Renata demorou a processar.

"João morreu de um ataque cardíaco na noite passada."

Renata: "..."

Ele havia sobrevivido por tantos anos lá dentro e justo na noite passada faleceu, quão coincidente.

Alguém por trás disso era tão cruel, então por que apenas lhe deram um pequeno aviso ontem? Não agiram com mais severidade contra ela, certamente por alguma preocupação.

Seria por causa do Eduardo?

Se alguém tinha influência suficiente para alcançar até a prisão, dava para imaginar o quão poderoso era o respaldo. A fama dela não era suficiente para causar receio.

"Senhorita Soares? Senhorita Soares?"

A insistência do guarda trouxe Renata de volta à realidade: "Sim, o que foi?"

"O corpo do João..."

"Não consigo entrar em contato com a família dele," e nem iria tentar, ela não era tão magnânima a ponto de perdoar o assassino direto de sua mãe: "Podem descartar o corpo."

Ela desligou o telefone após falar.

Quando as coisas vão mal, parece que nada dá certo. Logo após desligar, Aline estava diante dela, e o pior é que ela não estava sozinha, estava acompanhada de seu pai.

Ela nunca tinha visto o Sr. Sousa; na última festa da Família Sousa, ele teve um imprevisto e não compareceu, mas pai e filha juntos pareciam ter sido esculpidos do mesmo molde, era difícil até de confundi-los.

O Sr. Sousa tinha um sorriso caloroso e um rosto cheio de afeto, parecendo ser uma pessoa muito amável, mas Renata não tinha uma boa impressão da Família Sousa, então, mesmo com essa aparência inofensiva, ela ainda achava que ele tinha segundas intenções.

"Senhorita Soares, Aline incomodou-a bastante recentemente, e eu a trouxe aqui para pedir desculpas, espero que possa perdoá-la considerando a sua juventude. O Tio Marcel a castigou severamente desta vez."

Renata: "Eu sou um ano mais nova do que ela."

"Tudo bem, então. Já que insistem tanto, vou aceitar a oferta com relutância."

Ela abriu a carteira e colocou o cartão lá dentro. Aline, vendo os vários cartões pretos na carteira de Renata, ficou tão furiosa que seus olhos pareciam que iam saltar.

Com a renda de Renata, conseguir um cartão daqueles já seria difícil, então eram realmente do Eduardo? E ele deu vários de uma vez?

...

Assim que a pessoa se foi, os colegas que estavam por perto para ver a cena se aproximaram: "Nata, o que a Tereza fez com você, hein? O pai dela chegou dando cinco milhões assim, tão facilmente?"

"Ela mandou a Mafalda me incriminar."

O caso do grampo de cabelo foi um escândalo, e todos no museu ficaram sabendo, "Ah, não pode ser, a Mafalda... ela não confessou que tinha inveja de você e que foi ela quem fez aquilo?"

Aline sabia manter as aparências, todos no museu já tinham desfrutado do chá da tarde que ela oferecia, recebido seus presentes.

"Nata, você não está confusa? Se fosse verdade, a Mafalda já teria confessado, há uma grande diferença entre a pena para os autores intelectuais e para os cúmplices."

"Isso mesmo, a Tereza nem trabalha no nosso ramo, a família dela é rica, não precisaria ter inveja de você."

"Mas também pode ser verdade, por que mais eles dariam cinco milhões para a Nata do nada? Nem o mais tolo dos tolos faria isso."

O grupo se dividiu em dois, e logo começaram a discutir.

Renata não deu atenção, enviou uma mensagem para Marcel: "O Sr. Sousa acabou de vir ao museu e me deu cinco milhões como indenização. Peça para o André vir buscá-lo."

Marcel respondeu casualmente: "O que é seu é seu, gaste. Pense bem sobre a viagem ao exterior, não dê ouvidos àquele idiota do Eduardo."