CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 383

Eduardo, embora não se misturasse com a política, sabia que os mundos dos negócios e da política estão sempre interligados. Pertencendo ao ápice da pirâmide social, sua vasta rede de contatos no Rio de Janeiro poderia ser descrita como abrangente, levantando a possibilidade de ser reconhecido. Alguém poderia lembrar-se das suas declarações audaciosas no Twitter e, sob influência do álcool, poderiam mencioná-las publicamente, o que a tornaria famosa na indústria.

Renata pegou seu celular e enviou uma mensagem a ele: "Estacione o carro mais longe."

Eduardo não respondeu imediatamente, e não havia mais fumaça saindo pela janela.

Ainda preocupada, Renata aproveitou que não estava sendo observada e saiu sorrateiramente.

Assim que ela deixou o restaurante, Eduardo a viu pelo retrovisor. Sua mão pousou no interruptor do vidro, que começou a baixar, mas a mulher correu em sua direção. Quando seu rosto estava prestes a ser exposto, ela deu um passo largo e parou ao lado da porta do carro, dizendo: "Levante o vidro."

"..."

Embora não entendesse a situação, Eduardo subiu o vidro pela metade e perguntou: "O evento social já acabou?"

"Ainda não, provavelmente mais duas horas", disse ela, enquanto o chefe pedia mais duas garrafas de vinho. "Não fique parado aqui, vai ser muito constrangedor se alguém te ver."

Eduardo apertou os lábios, seu semblante mudou para uma expressão de desagrado, como se estivesse profundamente ofendido, mas ainda assim, segurou sua reação para não se zangar ou fazer cena. Até no ciúmes, ele tinha que perguntar calmamente: "Somos um casal normal, por que seria constrangedor?"

"Todos que estão comendo conosco são veteranos da nossa indústria, e nem todos têm um Maybach. O que vão pensar se me virem saindo num Maybach?"

Ela já era alvo de críticas por ser jovem e ter participado da restauração da coroa. Agora, como avaliadora, estava envolvida em um evento beneficente de 'Caça ao Tesouro' civil, o que causava desagrado em alguns. O evento não era lucrativo, mas trazia fama, com jornalistas, aparições na televisão e até doações de artefatos por colecionadores estrangeiros.

Se alguém fosse de mente aberta, não pensaria muito sobre isso, mas se alguém fosse mesquinho como Arthur, certamente espalharia rumores de que ela havia subido na vida dormindo com alguém.

Eduardo pode ser ingênuo nos assuntos do coração, mas era perspicaz nos negócios. Ele compreendeu as preocupações de Renata e suspirou: "Vou te esperar no estacionamento."

Renata perguntou: "Você já comeu?"

Sua voz era suave, como se estivesse o acalmando.

"Sim", Eduardo respondeu, passando a mão em seu rosto: "Volte rápido, não é bom deixar seu chefe esperando."

Depois ele franziu a testa e acrescentou: "Beba com moderação."

Ele tinha sentido o forte cheiro de álcool nela assim que ela se aproximou, e era cachaça.

A tolerância de Renata ao álcool era notoriamente baixa. Agora, ela estava cuidadosamente protegendo a reputação de todos, mas se ela se embebedasse e se descontrolasse, todo o seu esforço seria em vão. Ele imaginou a cena caótica do chefe voltando para casa com arranhões no rosto e pegadas pelo corpo.