CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 386

Eduardo não sabia quem era a pessoa que entrava, mas como o segurança lá fora não a deteve e ela conseguiu abrir a fechadura biométrica do andar de baixo, só podia ser ou seus pais, ou Alfonso Oliveira e o espírito da flor de lótus. Mas, independentemente de quem fosse, ele preferia que essa cena não fosse testemunhada.

Ele baixou os olhos para Renata, cujas roupas estavam um pouco desarrumadas, mas ainda vestidas adequadamente. Em comparação, ele é que estava em desalinho, com as roupas parcialmente despidas e ainda algemado à cama.

Enquanto tentava romper as algemas, ele se concentrava em ouvir qualquer barulho do lado de fora, mas o carpete abafava o som dos passos e o toque do celular não parava de soar. Após ouvir atentamente por um bom tempo, não conseguiu discernir nada.

Foi então que ele percebeu que tinha sido enganado por Rafael Barros. As algemas que se quebravam facilmente naquele dia agora pareciam indestrutíveis, não importando o quanto ele se esforçasse.

Isso é que era um verdadeiro problema.

"Rafael, seu filho da mãe..."

Ele não pôde evitar de soltar um palavrão, mas antes que pudesse terminar, a voz de Alfonso veio de fora da porta e, ao mesmo tempo, o toque do celular cessou: "Por que o celular está jogado aqui na entrada..."

Eduardo se tensionou por completo e gritou em direção à porta: "Não entre..."

Mas era tarde demais. Alfonso já havia posto um pé para dentro e imediatamente percebeu a cena na cama, recuando às pressas.

Merda.

Isso é...

A expressão de Eduardo escureceu: "Você não podia ter batido na porta antes de entrar? Sua educação foi comida por um cachorro?"

Alfonso, constrangido, disse: "Desculpe, eu não sabia que vocês tinham avançado tanto."

Eles realmente haviam feito as pazes e estavam juntos, o que fez Alfonso, que às vezes ainda dormia no escritório, sentir um certo ressentimento. Por que não prolongar o sofrimento por mais alguns anos? Afinal de contas, ambas são mulheres, por que não podiam compartilhar a característica da compaixão?

Ele tentou se justificar de maneira mal-acabada: "Eu sou míope. Só vi duas sombras escuras, não vi mais nada."

"Huh..."

A resposta que ele recebeu foi um riso frio e sarcástico de Eduardo.

Alfonso não era de falar muito, nem gostava de se intrometer nos assuntos amorosos do irmão, mas a cena era tão impactante que ele não pôde evitar de fazer uma fofoca: "Não imaginei que vocês gostassem de variar tanto nas brincadeiras. Mesmo que este lugar seja só seu, pelo menos poderia fechar a porta, por gentileza."

Eduardo rangeu os dentes: "Você não disse que só viu duas sombras escuras?"

"Ah, é que o metal refletiu um pouco."

Depois de um silêncio de cinco minutos, a voz de Eduardo soou novamente, carregada de ressentimento: "Você conhece alguém que saiba abrir algemas?"

Alfonso também ficou em silêncio. A situação era tão fantástica que ele estava sem palavras. Pensando que Renata era uma mulher e considerando as pessoas que ele conhecia que sabiam abrir fechaduras...

Ele mordeu o lábio inferior: "E se chamarmos a Bruna para tentar?"

"Ela não é uma estilista de vestidos de noiva?"

A voz de Alfonso baixou, e ao prestar atenção, era possível notar um traço de rouquidão: "Ela tem muitas habilidades..."

Eduardo obviamente se lembrou do motivo pelo qual Bruna tinha tantas habilidades e depois de um momento em silêncio, disse: "Procure outra pessoa."

Ser visto em tal situação constrangedora por um conhecido já era suficiente, que dirá por outro. Ele nunca mais precisaria aparecer em jantares sociais.

Alfonso ligou para um chaveiro, e após fazer a chamada, não se afastou, apenas se encostou na parede do lado de fora e acendeu um cigarro. A ponta vermelha do cigarro brilhava na escuridão.

"..."

Para preservar a dignidade dele, Renata, muito sensata, não mencionou o ocorrido da noite passada. Depois de se arrumar, ela abriu a porta do armário e viu Eduardo com a cara fechada, parecendo extremamente ressentido.

Renata pensou por um momento e decidiu confortá-lo, dando-lhe um tapinha reconfortante no ombro: "Não se preocupe, vamos levar as coisas devagar, eu não te desprezo e não vou te demitir por causa disso."

Ela parecia não se lembrar de nada, o que deixou Eduardo furioso, falando entre dentes: "Tente beber de novo para ver o que acontece."

O café da manhã foi um pouco silencioso, Renata tentou falar com ele várias vezes, mas ele estava distante. No final, ela tomou a iniciativa de dar-lhe um beijo, o que suavizou um pouco a expressão dele, mas depois ela se dirigiu para a entrada, parecendo que ia sair.

Eduardo: "Você vai aonde agora?"

Renata tinha que ir até a Montanha de Romã hoje, ela precisava se familiarizar com o terreno para ter certeza de que poderia interceptar a Sra. Nunes, mas não podia contar isso a ele.

"Eu marquei de ir às compras com a Viviana, da última vez ela se machucou por minha causa, sinto que devo dar-lhe algo para compensar."

Eduardo também tinha planos para sair e, portanto, não a impediu. Ele queria que os seguranças a acompanhassem para garantir sua segurança, mas Renata não gostou da ideia, então ele deixou pra lá.

Montanha de Romã.

Era um cemitério, a montanha inteira estava coberta de túmulos.

Quando Renata chegou, Marcel Sousa já estava lá esperando por ela. Os dois conversaram enquanto subiam cuidadosamente a montanha, com tanta atenção que paravam para olhar cada túmulo.

Ela entregou a ele o retrato que havia desenhado da Sra. Nunes: "Veja, parece familiar?"