CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 399

Miguel baixou a cabeça, olhando para o seu próprio peito, a camisa encharcada colada ao corpo, delineando os contornos suaves dos músculos do tórax e do abdômen.

Ele segurava uma pasta, vestido formalmente com terno e gravata, certamente estava ali para tratar de negócios.

A situação ficou tensa por alguns segundos, talvez mais, e cada segundo parecia uma eternidade para Viviana, que não havia esquecido como prometeu a Miguel da última vez que manteria distância dele, e agora, poucos dias depois, se encontravam novamente.

Realmente, inimigos se cruzam em caminhos estreitos, como se o destino quisesse me punir.

Uma mulher de meia-idade, que parecia ser a cliente, começou a falar com uma voz trêmula: “Se... Senhor Advogado Miguel... por favor, seque-se.”

Ela procurou freneticamente por um lenço de papel ao redor.

Miguel passou a mão pela camisa molhada, sua voz soando fria: “Srta. Viviana, como consegue se manter inteira até hoje?”

Por onde passa, o azar parece segui-la, como se estivesse amaldiçoada, não apenas trazendo infortúnio para si mesma, mas também para aqueles ao seu redor.

Viviana forçou um sorriso seco, depreciando-se: “Talvez porque desastres durem mil anos.”

“Parece que a Srta. Viviana tem uma boa noção de si mesma.”

“??” Viviana ficou descontente, era aceitável ela se menosprezar, mas não aceitava que outros fizessem o mesmo. E, nesta situação, ela ainda era a vítima. Miguel ignorava os verdadeiros culpados e se fixava nela, como se não estivesse procurando motivo para implicar: “Miguel, não pense que só porque você é advogado eu vou...”

Renata rapidamente colocou a mão sobre a boca dela, silenciando as palavras seguintes com um som abafado de "mmph". Viviana se virou, olhando para ela com uma expressão de mágoa e comunicou com os olhos: "Você é minha melhor amiga, e está do lado dele?"

"Não estou do lado dele, só quero que você se acalme antes de falar, para não se arrepender depois. Se ainda quiser brigar com ele depois de se acalmar, eu te dou um copo d'água."

Pelas situações anteriores, Viviana sempre estava em desvantagem diante de Miguel.

Viviana: “...”

Ela afastou a mão de Renata, lembrando-se bem das experiências passadas. Para evitar ser arrastada por Miguel para visitar tribunais e prisões, decidiu se conter. Se fosse para disputar, ele seria o segundo sem ninguém ousar reivindicar o primeiro lugar. Apenas por causa de um comentário sobre "literatura yaoi", ele a atormentou por dois dias inteiros, e ela teve que implorar por piedade até que finalmente a situação se acalmou. Sem mencionar a vez que ajudou a comprar um presente de aniversário para o avô dele, uma verdadeira odisseia de correria e conversa fiada.

Tornou-se uma das suas memórias mais desagradáveis.

Sem poder expressar sua raiva a Miguel, ela direcionou sua fúria para aqueles dois excêntricos.

A mulher que havia jogado a água, ao perceber o erro e ver que a vítima parecia ser alguém influente, agora estava assustada, encolhida atrás do homem que tentava seduzir seu namorado, agarrando-se ao tecido de sua cintura sem ousar fazer um som.

Viviana: “Não estava tão corajosa quando jogou a água? Agora está com medo?”

A mulher, temendo Miguel, mas não a outra que tentava seduzir seu namorado, respondeu com o pescoço esticado: “Estou grávida.”

“Sua gravidez não é culpa minha, por que eu deveria te mimar por isso? Mas você jogou água em mim, e isso nós precisamos resolver,” Viviana virou-se para Miguel: “Advogado Miguel, se formos ao tribunal com isso, que tipo de acusação poderia ser aplicada?”

Miguel, que estava secando a área molhada da camisa com um lenço de papel, respondeu sem olhar para cima: “A consulta custará dez mil.”

Isso foi como um tapa na cara.

Ela havia perguntado tão casualmente, e ele respondeu com uma lição de realidade. Viviana rangeu os dentes: “Isso é um roubo, outros advogados cobram apenas algumas centenas ou milhares. Você vem com dez mil de uma vez, não tem medo de que o vento forte lhe torça a língua?”

O garçom se aproximou para expulsá-los: "Senhora, você está afetando gravemente a refeição dos nossos clientes, por favor, saia."

Miguel olhava de cima com um ar de indiferença e frieza, como se fosse aquele divino no templo que com uma palavra decidia a vida ou a morte de alguém: "Isso é apenas uma punição administrativa. Pela água derramada e o prejuízo econômico causado, vocês ainda terão que pagar. Esta roupa que estou usando custa sessenta e oito mil reais, como vocês pretendem pagar?"

A mulher que tinha sido encharcada: "??"

O homem que tinha retornado do exterior: "??"

Ambos olhavam chocados para a roupa de Miguel com detalhes dourados.

Renata sussurrou no ouvido de Viviana: "O advogado Miguel é realmente atraente."

Ele era como o príncipe encantado que, aos olhos de milhares de jovens mulheres, chegava montado em uma nuvem colorida para salvar o dia.

Viviana não tinha tal filtro quando pensava em Miguel; tudo o que vinha à sua mente eram suas experiências dolorosas: "Não se deixe enganar pela aparência dele. Ele é do tipo que pode levar uma simples discussão até o fim dos tempos..."

Quando o olhar leve de Miguel varreu em sua direção, Viviana imediatamente se calou. Ela pegou Renata pelo braço e começou a sair: "Você não tem medo de Eduardo ficar com ciúmes, elogiando outro homem tão abertamente assim?"

Ela ainda se lembrava do compromisso que tinha feito na frente de Miguel, de que se aparecesse novamente na frente dele, faria um gesto de cortar o próprio pescoço.

Mas Miguel, um homem tão ocupado, provavelmente não se lembraria de uma piada tão irrealista.

Ela mal tinha dado dois passos quando ouviu Miguel falar com indiferença: "Srta. Viviana, quando você pretende fazer a performance de cortar o pescoço que mencionou?"