CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 423

Após se separar de Vinicius, Alex deixou o Sabor de Lisboa.

No carro, Rodrigo dirigia e de vez em quando olhava para o rosto dele pelo retrovisor. O homem estava de olhos fechados, e não dava para saber se estava dormindo ou apenas sem expressão.

Com uma voz sutilmente inquisitiva, Rodrigo comentou: "Sr. Ribeiro, hoje é o aniversário do Sr. Gomes, a calça que a Srta. Soares comprou deve ser um presente de aniversário para ele."

Não houve resposta do banco traseiro e, após um momento, Alex lentamente abriu os olhos. "Você daria de presente de aniversário para uma mulher uma peça de roupa íntima sem sequer embalar, entregando-a diretamente? Você é algum tipo de pervertido?"

Sua maçã do rosto subia e descia. "Não tenho interesse na tal Srta. Soares. Ligue para a Família Adams e diga que a negociação da licitação não vai adiante. Quem ganhar, que ganhe por mérito próprio, sem esses jogos de influência que são de mau gosto."

Enquanto Alex falava, Rodrigo o observava discretamente. O homem franzia a testa e, além de desgosto, não demonstrava nenhuma outra emoção. "Preciso mencionar para eles que a Srta. Soares está assediando você ao abusar de sua posição?"

Dar uma peça de roupa íntima como essa era claramente assédio sexual no trabalho.

"Rodrigo, sabe por que sua namorada terminou com você?"

"?? Por quê?"

"Porque você fala demais."

Rodrigo levou dois segundos para entender o que Alex quis dizer, percebendo que ele estava insinuando que Rodrigo não tinha a postura de um cavalheiro, sempre calculista e disposto a destruir a reputação alheia.

Pensando em sua missão, Rodrigo insistiu: "O Sr. Ribeiro parece bastante preocupado com a Srta. Soares."

"Eu sempre preferi não causar problemas às mulheres. Então, aos seus olhos, eu deveria me preocupar com todas elas?" Os olhos de Alex eram profundos e ele falou com duplo sentido: "Rodrigo, se você quer continuar trabalhando comigo, concentre-se em fazer bem o seu trabalho e não fique bisbilhotando como um espião."

...

No dia seguinte.

Viviana Barros havia marcado de encontrar Renata para fazer compras. Recentemente, ela havia viajado com alguns colegas para uma aldeia remota em busca de mercadorias e havia retornado apenas no dia anterior. Assim que chegou em casa, ela ligou ansiosamente para Renata por vídeo.

"Você não tem ideia, eu estava tão acabada que nem me atrevi a entrar em um elevador com outras pessoas, com medo que me colocassem no grupo de moradores do bairro."

Renata sabia que a amiga, dona de uma loja de antiguidades, frequentemente viajava para adquirir itens, mas com a evolução dos transportes, até as áreas rurais tinham hospedarias. Apesar do cansaço, não deveria ser tão ruim assim. "O que aconteceu para você ficar nesse estado?"

"Aquele lugar para onde fomos era tão isolado que os carros não conseguiam entrar. Tivemos que subir a pé, por caminhos íngremes e perigosos, sem qualquer proteção ao lado do abismo," Viviana lembrava daquela cena e ainda sentia as pernas bambas, como se tivesse sido maltratada uma noite inteira: "Eu senti como se estivesse andando nas nuvens. Na volta, um dos colegas estava com pressa e, sem parar para descansar além de usar o banheiro nas áreas de serviço, dirigiu de volta sem parar."

"Ao menos consegui adquirir algumas peças valiosas, o que compensou o esforço da viagem."

Depois de desabafar, Viviana perguntou a Renata: "Como você está? Está se adaptando bem ao trabalho na Família Adams?"