CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 426

Ambos estavam de pé, frente a frente, e Renata podia sentir o leve aroma de colônia de Alex, uma fragrância que Eduardo jamais utilizava. O cheiro amadeirado que ele carregava era unicamente adquirido pelos incensos do seu guarda-roupa.

Ela levantou o olhar e encontrou-se com a visão dominante de Alex. A princípio, ela pensou que havia uma semelhança de sete a oito pontos entre eles, mas de perto, sem a interferência de vestimenta e postura, apenas pelos traços faciais, eles eram praticamente idênticos.

Renata observou o rosto à sua frente e, incontrolavelmente, estendeu a mão, querendo ajeitar a franja que cobria sua testa.

No entanto, antes que seus dedos tocassem o rosto dele, Alex a segurou, "Srta. Soares."

A maçã do pescoço do homem moveu-se, e sua voz, profunda e rouca, soou, "Eu sou Alex."

Ao ouvir o nome 'Alex', a profunda afeição no olhar de Renata gradualmente se transformou em perplexidade. Os olhos claros dela se velaram com uma névoa de confusão e solidão.

"Sei que tenho uma certa semelhança com o falecido Sr. Adams, e é compreensível que a Srta. Soares me confunda com ele, mas Alex é Alex, Eduardo é Eduardo. Não tenho interesse em ser substituto de ninguém," a palma da mão de Alex pousou levemente sobre o ventre de Renata, fazendo um carinho suave que, juntamente com suas palavras cortantes, capturou toda a atenção dela, a ponto de ela não perceber, "mesmo que a Srta. Soares seja deslumbrante, o interesse em uma mulher grávida não surge em mim."

Renata, olhando para cima, sorriu levemente, seus olhos transbordando uma arrogância indomável: "Você é realmente o caçula da Família Ribeiro?"

"Se a Srta. Soares desconfia, pode mandar verificar. Desde pequeno fui frágil e cresci com meus avós maternos no interior da Cidade F, onde sou conhecido por todos nos arredores. Fiz o ensino fundamental e médio na Cidade Y, e ainda tenho colegas que podem confirmar isso."

"E o ensino médio e universitário?"

Agora, se ela passasse por seus antigos colegas de escola na rua, dificilmente os reconheceria.

"Desculpe, sou analfabeto, sempre fui o último da classe, e após concluir o ensino fundamental obrigatório, não prossegui nos estudos."

Renata: "??"

Quem se rebaixa tanto?

Afinal, ele é o responsável pelo Grupo Ribeiro agora, não se dá o mínimo de respeito? Mesmo sendo um péssimo estudante, ao menos poderia inventar uma desculpa.

Percebendo que ela ainda fixava o olhar em seu rosto, Alex apertou os lábios e continuou com um tom e expressão pouco amigáveis: "Quando for perguntar sobre mim, deve perguntar pelo meu apelido, 'Segundo Cão', o nome Alex só veio depois que fui levado de volta para a Família Ribeiro. Antigamente, era comum no interior dar nomes humildes a crianças com saúde frágil, diziam que era para que elas prosperassem."

Renata: "…"

Esse impostor, mesmo que realmente tivesse um apelido humilde, seria algo usado apenas entre amigos íntimos, e para fins escolares, usaria seu verdadeiro nome.

Percebendo o que ela pensava, Alex explicou: "Na zona rural, há poucos estudantes, não se preza por essas formalidades."

Renata suspeitava que Alex estava deliberadamente mentindo para evitar que ela nutrisse sentimentos impróprios por ele. Apenas pelo apelido 'Segundo Cão', tão chamativo quanto sua franja em forma de coração, já seria suficiente para afastar um bom número de mulheres.

Ela conteve o impulso de mexer em seus cabelos e disse: "Segundo Cão, quer dizer, Sr. Ribeiro, você não acha que se parece muito com meu falecido marido? No meio de milhões de pessoas no RJ, nosso encontro não pode ser coincidência, deve ser destino. Que tal ser meu namorado?"

Renata olhou fixamente para ele, provocando: "Quem disse que nossa relação era intensa? Se fosse tão intensa, não seríamos ex-marido e ex-mulher."

Alex encarou-a com um olhar frio e sombrio: "Parece que vou frustrar os desejos da Srta. Soares de ter um namorado. Eu estou doente, não quero atrapalhar você."

Renata: "Que doença é essa? A medicina está tão avançada..."

"Não importa, nasci com limitações." Alex a interrompeu, lembrando-se do convite que havia sido jogado na lixeira e que ele havia visto por acaso, sua voz tornando-se ainda mais fria: "Armar ciladas para homens é uma coisa, mas é estupidez se colocar na armadilha. Esses modelos masculinos, que parecem tão brilhantes e bonitos por fora, não têm todos eles vários patrocinadores por trás? Você acha mesmo que todos são cãezinhos ingênuos e bondosos, homens atraentes e atenciosos? Eles são treinados e escolhem seus alvos baseados nos gostos de vocês."

Alex olhou para a barriga dela, que estava plana: "Você está grávida, pelo menos dê ao seu filho uma boa educação pré-natal, não seja tão superficial."

"..."

Renata foi duramente repreendida e ficou atônita. Quando se recuperou, Alex já estava abrindo a porta do camarim para sair.

Foi então que ela lembrou do seu propósito para aquela noite e estendeu a mão para puxar o cabelo de Alex.

Mas como se tivesse olhos nas costas, Alex desviou antes que ela o tocasse: "Srta. Soares, se não quiser que eu chame a polícia, comporte-se e mantenha as mãos para si."

A porta do camarim se abriu e o modelo masculino que havia pedido o número do telefone de Renata estava lá, vestindo apenas uma roupa de banho, com seus abdominais definidos chamando a atenção. Primeiro, ele olhou para Alex que abriu a porta e, em seguida, passou por ele, olhando diretamente para Renata e mostrando seus dentes brancos: "Srta. Soares, eu sabia que reconhecia sua voz, não acredito que é mesmo você. Posso adicionar você no Whatsapp?"