CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 455

Viviana lançou um olhar de desdém a Valentim, "Volte para a escola imediatamente, ou eu quebro sua perna."

Em seguida, virou-se para Renata, que estava ao lado: "Ele já foi?"

Ela tinha vindo correndo assim que recebeu a chamada de Vinícius e ainda nem tinha comido.

Foi nesse momento que Valentim notou que Renata estava em uma cadeira de rodas. Dominado pela presença autoritária de sua irmã, ele não tinha prestado atenção nela até agora: "Renata, o que aconteceu com seu pé?"

Renata respondeu: "Torci sem querer."

Ela olhou para Miguel: "Doutor Miguel, vamos indo então."

Miguel acenou com a cabeça: "Se eles armaram uma emboscada, é possível que tenham mexido nos dispositivos eletrônicos também. Se precisarem discutir assuntos importantes, melhor fazer pessoalmente."

Ele era advogado e estava acostumado a lidar com todo tipo de artimanhas.

Renata lembrou-se de que havia acabado de falar ao telefone com Nicole, revelando que Alex poderia ser filho de Eduardo.

Viviana planejava cozinhar em casa, mas como Renata tinha torcido o pé e estava difícil para ela sair, decidiram comer fora, já que estavam na rua mesmo.

Já no carro, Renata abriu um envelope pardo e retirou os documentos de dentro.

Mário, de vinte e dois anos, cujo pai era acionista da Família Adams, cometeu suicídio pulando no mar para não enfrentar as consequências legais de um grande desvio de fundos. A mãe o abandonou para fugir com outro homem. Aos sete anos, ele foi enviado para um orfanato, onde, devido à sua natureza reclusa e silenciosa, era frequentemente intimidado pelas outras crianças. Aos oito anos, ele foi abusado por um funcionário e quase morreu. Com oito anos e meio, Nicole o tirou do orfanato e o colocou sob seus cuidados em uma propriedade dela. Aos dez anos, foi enviado para o exterior.

Renata franziu a testa enquanto lia o conteúdo.

Nicole o enviou para o exterior aos dez anos?

Ela se lembrou do que Morticia havia dito uma vez, sobre quase ter adotado uma criança. Será que essa criança era Mário?

Viviana estacionou o carro em frente ao prédio do apartamento e pegou uma mala do banco traseiro: "Alguém está preocupado que algo possa acontecer com você sozinha em casa, então pediram para eu ficar com você até que possa se movimentar livremente."

Enquanto Renata pegava os documentos de Mário, Alex também recebia notícias de que Mário tinha sido hospitalizado.

Quando ele chegou ao hospital, Mário estava sendo levado para fora da sala de cirurgia pelas enfermeiras, com gesso nas pernas e nos braços, parecendo uma múmia deitada ali.

Alex franziu a testa: "O que aconteceu? Como ele foi agredido tão severamente?"

Mário ainda estava sob o efeito da anestesia, meio grogue, mas seus olhos se encheram de lágrimas ao ver Alex, e ele chamou com uma voz frágil: "Irmão."

Ele contou a Alex todos os detalhes do que aconteceu no bar: "Eu vi o rosto daquele homem."

"Você consegue desenhá-lo?"

Mário não tinha aprendido a desenhar e também não tinha talento para isso, então ele balançou a cabeça: "Mas posso descrevê-lo."

Alex olhou para seu assistente Antonio: "Chame um artista forense."

Antonio, antes de se tornar assistente de Alex, era apenas um funcionário que vivia uma rotina de escritório, sem contatos importantes, mas ele sabia como bajular e não tinha problemas em pedir favores, então rapidamente trouxe alguém.

Baseado na descrição de Mário, o artista forense rapidamente esboçou o homem conhecido como 'Irmão Tigre', capturando até mesmo sua expressão e postura. Ele passou o desenho para frente: "Parece com ele?"

Mário mal olhou e já confirmou: "É ele."

Alex olhou para o desenho do homem, com a testa levemente franzida.

Vendo a expressão dele, Mário perguntou: "Irmão, você o conhece?"

Levantou-se para ir ao banheiro, decidindo desligar o celular e tentar dormir depois.

Viviana dormia profundamente, então Renata não quis acordá-la. A curta distância do quarto ao banheiro poderia ser percorrida pulando em uma perna só sem cansar.

Iluminando o caminho com a lanterna do celular, ela acabou tropeçando quando seu chinelo se soltou, e caiu estatelada no chão.

Um som de "ploft" ecoou.

O celular voou de suas mãos.

A queda foi dura, mas como o chão do quarto era de madeira, não doeu tanto quanto esperava. No entanto, ao cair, seu tornozelo bateu no chão, quase fazendo as lágrimas de dor escorregarem.

Viviana, que estava dormindo, acordou com o barulho. Ainda sonolenta e confusa, levou um momento para se localizar e esqueceu que havia alguém doente ao seu lado.

Renata estava deitada no chão, esticando a mão para alcançar o celular.

Estava muito longe.

Seus dedos mal tocavam a ponta da tela, e depois de algumas tentativas, ela conseguiu arrastá-lo um pouco mais perto.

"Caraca," disse Viviana, finalmente percebendo o que acontecia, e saiu da cama às pressas, "Renata, eu não disse para me chamar se precisasse de algo? Como você caiu?"

Ela estendeu a mão para ajudá-la, mas parou no meio do caminho, incerta sobre onde Renata estava machucada e com receio de causar ainda mais dano: "Mexa-se um pouco, tem algo mais doendo?"

Renata se mexeu: "Só o tornozelo mesmo."

"Eu não disse para me chamar?" Viviana repreendia-a com carinho enquanto a ajudava a levantar. Depois foi pegar o celular que Renata havia derrubado e, ao entregá-lo, deu uma olhada involuntária na tela: "Uau."