CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 458

Ao entrar no escritório de Alex, Alfonso franziu a testa, desdenhando do estilo de decoração antiquado que enchia o lugar: "Que gosto é esse?"

Antes de Alex assumir como presidente da Família Ribeiro, era seu 'pai', André Ribeiro, quem ocupava essa cadeira; e o escritório, consequentemente, refletia os seus gostos... um tanto sóbrios.

"Ouvi dizer que o Sr. Oliveira veio aqui para me trazer dinheiro?"

O tom era bastante estranho, com um sotaque de fora, e Alfonso apertou os olhos, examinando cuidadosamente o rosto de Alex.

Ele e Eduardo cresceram juntos, suas famílias moravam perto e frequentemente compartilhavam refeições e estadias, de modo que sua familiaridade com aquele rosto poderia ser dita mais profunda do que a de Renata, sua esposa, com a Família Adams.

Eduardo era filho único, sem irmãos ou irmãs, e quanto aos traços faciais, provavelmente só um gêmeo idêntico poderia ser tão parecido.

Alfonso: "André fisgou você do mar com a sua vara de pescar?"

André era apaixonado por pesca marítima, indo semanalmente praticá-la. Quando a Família Ribeiro estava à beira da falência, venderam casas, carros para pagar as dívidas, e até casaram a filha com um homem da idade dele em troca de financiamento, mas não se desfizeram do seu equipamento de pesca.

Contudo, diziam que foi um casamento por vontade própria e, como a mulher não reclamava e o casal parecia afetuoso em eventos públicos, ninguém suspeitava do contrário. Afinal, casamentos com diferenças de idade não eram incomuns e quem não conhecia a verdade poderia pensar que era um caso de amor verdadeiro.

Ele sabia a realidade porque a mulher foi à Bruna para encomendar o vestido de noiva. Ele estava casualmente na sala de descanso do escritório de Bruna quando ouviu a mulher desabafar, talvez por não aguentar mais guardar para si, ou talvez buscando um pouco de consolo, ela despejou todas suas frustrações e sufocos.

Mas ela estava destinada a se decepcionar. Bruna, uma mulher de coração frio e indiferente, que se você dissesse que ia se enforcar, ela pensaria que você estava apenas balançando num balanço, sem entender por que você usaria o pescoço para isso.

Pensando em Bruna, Alfonso não pôde evitar um sorriso malicioso. Ela ouviu em silêncio a mulher chorar por cinco minutos e então, de forma direta, disse: "Se você não quer se casar, corte laços com a família e se sustente. Se não pode abrir mão do luxo que sua família lhe proporciona e quer mandar em tudo, tire seu pai do poder e assuma você mesma. Se também não pode fazer isso, renasça em outra família. Por favor, não macule meu vestido de noiva; eu digo a todos que ele é um símbolo de felicidade, que ao vesti-lo você se torna a princesa mimada que é adorada pelo seu amado."

A mulher ficou furiosa: "Quantos casamentos hoje em dia são por amor verdadeiro e incondicional?"

Ela esperava que Bruna argumentasse, mas a resposta veio: "Você pode fingir, eu posso fazer vista grossa, mas ao dizer isso em voz alta, você está me desrespeitando e danificando minha marca."

Alfonso reuniu seus pensamentos e olhou para Alex, que estava sentado à sua frente: "Ou você fica aqui, dedicado à caridade, e ainda tira os negócios da própria família, ou compra a Família Adams e pendura o LOGO da Família Ribeiro."

Alex franziu a testa ao ouvir isso: "Sr. Oliveira, se veio aqui para discutir uma parceria, eu o recebo de braços abertos, mas se veio para insultar meu pai, então não me culpe por ser descortês e ter que convidá-lo a se retirar."

Alfonso o olhou, a expressão de raiva fria de Alex parecia genuína. Justo nesse momento, o assistente entrou trazendo café, e os dois ficaram em silêncio por um instante.

"Eu sei que pareço demais com o ex-presidente da Família Adams, e o Sr. Oliveira e o Sr. Adams cresceram juntos como amigos de infância. Entendo que possa estar emocionalmente abalado e perder a compostura por um momento, mas eu sou Alex, o Sr. Oliveira pode verificar isso..."

Alfonso revirou os olhos sem tentar esconder sua irritação: "Emocionado nada."

O termo "Sr. Oliveira" era uma alcunha dada pelos aduladores da Família Oliveira para diferenciá-lo de seu pai. Era apenas um título; chamá-lo de qualquer coisa não importava, mas agora, saindo da boca de Alex, soava estranhamente incômodo.

E saiu correndo.

Alfonso soltou Alex, que estava pressionado contra a mesa, com um olhar de desdém: "Com habilidades tão fracas, é definitivamente um impostor."

Ele sacudiu a poeira de suas roupas: "Desculpe, não imaginei que você fosse tão fraco, usei mais força do que deveria. Acho que hoje o Sr. Ribeiro também não está em condições de falar sobre negócios. Vamos discutir o financiamento em outra ocasião."

Assim que ele saiu, a porta do descanso foi aberta, e Mário, com seu gesso, saiu mancando do quarto: "Irmão, esse Sr. Oliveira tem problemas? Ele chegou e já começou a brigar."

Ele olhou para a marca vermelha no rosto de Alex: "Eu te disse, a Família Adams e aqueles que são amigos deles, não há um que preste, todos abusam de seu poder. Agora você acredita, não é?"

Ele tentou tocar no rosto de Alex, mas como estava com gesso, era inconveniente.

Ele ainda não podia receber alta, mas estava tão entediado no hospital que pediu para o auxiliar de enfermagem levá-lo à casa da Família Ribeiro.

Alex tocou sua bochecha, segurando o estômago como se estivesse machucado: "Sim."

"Irmão," disse Mário, olhando para ele com uma voz suave e cautelosa: "Com tantas pessoas te confundindo com Eduardo, você às vezes não sente que pode realmente ser Eduardo? Lembra da fábula do cervo que foi confundido com um cavalo?"

Alex virou a cabeça para olhá-lo, seus olhos escuros e profundos eram inquietantes, mas Mário não mostrou nenhum sinal de desconforto, mantendo-se firme no olhar.