CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 462

Renata hesitou por um momento, incerta se tinha interpretado mal as intenções de Alex ou se ele realmente tinha se expressado de forma ambígua. Quando finalmente entendeu, ela foi direta e disse: "Não pode ser."

A decepção nos olhos de Alex era evidente. Ele arrastou a voz e soltou um "oh" prolongado: "Eu já entrei, se eu sair agora, as pessoas ainda vão fofocar. Está muito frio no corredor, posso esperar o chaveiro chegar antes de ir?"

"Se você sair agora, ninguém vai pensar nada."

Três minutos não são suficientes nem para tirar a roupa; que mente iluminada pensaria algo assim?

Alex estendeu a mão e tocou o dorso da mão de Renata. Seus dedos estavam gelados e a pele que ele tocou formou arrepios instantaneamente: "Está muito frio lá fora."

Ainda não era novembro e as temperaturas à noite estavam acima de oito ou nove graus. Mesmo que estivesse frio, não era o suficiente para congelar alguém.

Renata estava resoluta como o ferro. Depois de lhe dar um olhar de relance, virou-se e caminhou em direção à sala de estar: "Há um cobertor fino no sofá, você pode se enrolar nele e ficar no corredor de segurança, onde não tem vento e não é frio."

Alex seguiu para dentro e imediatamente viu o porta-retratos sobre a mesa de centro.

Era o de Morticia Adams, que ela mantinha em seu escritório na antiga casa. Ele não esperava encontrá-lo ali.

Renata foi até o bebedouro e serviu-se de um copo de água. Ao se virar, viu Alex pegando o porta-retratos para examinar e ela o interrompeu: "Coloque isso de volta, não toque."

Alex olhou para cima, "Sr. Adams?"

Renata olhou para o porta-retratos que Alex segurava. O homem na foto usava uma camisa e calças pretas, tinha uma expressão severa e parecia inacessível, uma aura completamente diferente da de Alex.

Ela bufou interiormente, imprestável, vê se para de fingir.

"Sim, é o meu falecido marido. Tinha boa aparência, mas infelizmente não teve uma vida longa." Disse ela, com um tom carregado de tristeza em cada palavra e em cada som.

Alex franziu a testa, claramente descontente: "O Sr. Adams deve ter um nome, não é?"

Chamar o ex-marido de falecido parecia menos respeitoso do que usar seu nome.

Ele colocou o porta-retratos de volta e perguntou casualmente: "O Sr. Adams desapareceu há quatro meses e a Srta. Soares ainda estava disposta a ter um filho dele, você deve ter amado muito o Sr. Adams, não é?"

Renata intuiu que não havia boas intenções por trás da pergunta: "E daí?"

Alex aproximou-se dela, sua voz baixa e rouca ressoando de cima para baixo: "Sei que deve estar sofrendo muito. Considerando que nos conhecemos, não me importo de ser um substituto e aliviar temporariamente a dor da Srta. Soares pela saudade."

Sob a luz, a pele da mulher irradiava uma calorosa suavidade, pálida e delicada, com um fino brilho que fazia com que ele quisesse tocá-la, para ver se era tão elástica e macia como imaginava.

Assim que o pensamento surgiu, a mão de Alex já estava tocando o rosto de Renata.

Era exatamente como ele lembrava: macio, suave, quente...

Ele planejara tocar levemente e se afastar, contentando-se com esse breve contato, que poderia saborear por um bom tempo, trazendo um pouco de doçura ao perigoso caminho à sua frente. No entanto, ao realmente tocar sua pele macia, as lembranças de momentos passados começaram a surgir incontrolavelmente do fundo de sua mente, e a saudade reprimida no fundo de seu coração jorrou como uma enchente rompendo a barragem.

Ele sentia assim, e Renata também.

O tempo em que realmente se abriram um para o outro não foi longo. Além do seu 'desaparecimento', nada de muito emocionante tinha acontecido. A vida era tranquila e cotidiana, mas agora, recordando esses momentos, ele percebeu que todos eles estavam gravados em sua memória, mesmo as brigas triviais.