CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 483

Renata revirou os olhos sem paciência: "Enquanto uns desaparecem e trazem de volta uma noiva lindíssima, você me aparece com um pai, e ainda por cima, um pai doente e manhoso."

Eduardo franziu a testa, sentindo-se um tanto injustiçado e também um pouco acuado: "Eu, onde que..."

Ele interrompeu suas palavras na metade, virando-se para Renata com uma expressão de alegria: "Você disse que eu desapareci e trouxe de volta um pai... Renata, você acredita? Acredita que eu sou o Eduardo?"

Ele estava exageradamente feliz, quase como se sua cauda estivesse prestes a girar como uma hélice.

Renata decidiu provocá-lo de propósito: "Não acredito."

Ela era tão astuta na frente de Mário, sabendo até mesmo dar dicas sutis sobre o conhecimento dele acerca da quantidade de medicamentos, como podia ser tão tola agora? Se ela não acreditasse nele, teria permitido todos aqueles beijos e carícias sem lhe dar um tapa na cara?

Eduardo se desesperou, vendo Renata se dirigir para o sofá, estendeu a mão e a segurou: "Mas você acabou de dizer..."

Renata foi puxada por ele e não teve escolha a não ser enfrentá-lo, não podendo se afastar, apenas olhou para ele com desprezo e disse com uma expressão de zombaria: "Sr. Ribeiro, você diz que não se lembra de nada do passado, mas eu suspeito que não é que você não se lembra, mas sim que agora você foi possuído por um porco. Um dia desses você deveria procurar um médium para ver isso, antes que a sua estupidez te mate."

Quando se tratava de insultar alguém sem usar palavrões, só mesmo Renata.

Assim que ela terminou de falar, Eduardo a abraçou apertado, as palavras dela eram claras demais para serem mal-entendidas: "Renata, me desculpe, eu não quis te enganar de propósito, mas essa foi a única maneira que encontrei de te proteger. Eu quero descobrir quem está por trás de tudo isso, alguém que odeia tanto a Família Adams e conhece tão bem a Família Adams, que até tem seus próprios agentes lá dentro."

Não envolvê-la em perigo significava que Mário e os seus aliados não iriam prestar atenção nela, apenas uma ex-esposa, eles não gastariam suas energias com ela, essa era a única coisa que ele podia fazer por ela agora, estando tão limitado em suas ações.

A pessoa que havia tropeçado e quase fez Renata cair da escada já havia sido encontrada, mas ainda não haviam feito nada com ele.

Não o haviam confrontado ainda porque Eduardo queria seguir essa pista até a raiz do problema, desenterrar todos os envolvidos antes que pudessem se alertar.

"E por que não teme mais que eu caia em perigo agora?" Renata ainda estava irritada, irritada por esse homem tomar decisões por ela, agindo como se fosse para o seu próprio bem, suas palavras eram carregadas de raiva e sarcasmo, "Você agora pode virar o jogo e acabar com Mário?"

Eduardo achou a forma que ela falou um pouco estranha, o que significava acabar com Mário? Mas para evitar o assunto, ele não ousou apontar isso, apenas seguiu a conversa de Renata: "Ainda não, mas Mário já está de olho em você. Ele é muito bom em enganar as pessoas, do tipo que todas as garotas gostam, um cachorrinho que faz todos se derreterem."

Joaquim era um homem de estatura baixa e corpulento, que no passado fizera parte do submundo do crime, notório por sua brutalidade. Nos últimos anos, desde que tentou levar uma vida honesta, perdeu aquele senso de vigilância constante, mas ainda assim, era mais capaz do que Renata, uma mulher frágil e sem experiência em perigos.

Se até ele fora enganado por Mário, o que dizer de Renata?

Era arriscado demais.

Renata sabia das preocupações dele: "Eu não me colocarei em perigo, mas e você? Passar todos os dias com aquele psicopata, cuidado para não ser contagiado. Se você ficar tão obsessivo, eu compro uma passagem de avião e vou para o exterior, longe de você."

Após a conversa séria, Eduardo sentiu a tensão desaparecer. Eles haviam falado por tanto tempo no escuro, sem acender as luzes, e ele inalava o perfume que vinha dela, sentindo o desejo reprimido ressurgir.

Já fazia tempo que ele não a tocava, e agora, com sua identidade restabelecida e a beleza delicada dela tão próxima, os pensamentos românticos afloravam involuntariamente.

Na escuridão, Eduardo encontrou sua mão com precisão, e sua respiração pesada tornava-se mais rápida à medida que ele se aproximava: "Claro que não, que tal tentarmos agora?"