CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 502

Os passos de Eduardo pararam de repente, e ele olhou para ela franzindo a testa: "De onde você tirou essa ideia distorcida? Se eu pensasse assim, agora a Villa Bella Vista estaria superlotada de mulheres, e não haveria espaço sobrando para você acolher Rafael Barros?"

Já fazia tanto tempo daquele assunto, e ela ainda guardava rancor.

"É das novelas de palácio, olha só os imperadores, com seus três palácios e seis moradias, sempre atrás daquela que não lhes dá atenção."

Eduardo franziu a testa novamente: "De agora em diante, tente assistir menos televisão sem conteúdo."

"E você assiste a novelas românticas?"

"Foi uma ideia infeliz do Nicolas..."

Ele disse que mulheres gostam de romances, que caem facilmente pelos protagonistas dessas doces histórias, ele não se interessava por esse tipo de série, mas por causa de Renata, se forçou a assistir a duas delas e depois disso nunca mais conseguiu.

Renata não conseguiu segurar a risada: "Você ouvindo um solteiro? Se ele tivesse mesmo jeito para conquistar mulheres, com a idade dele, já estaria no segundo filho, imagino."

Nicolas, ainda no escritório trabalhando até tarde: "..."

Sentia algo coçar o nariz.

Aproveitando a deixa, Eduardo perguntou: "E de que tipo você gosta?"

Renata pensou um pouco e citou um exemplo: "Tipo o Sr. Oliveira."

Ele tem boa conversa, mima a esposa, é fiel, não tem escândalos, inteligência emocional alta e, com a sua posição, poderia ter quantas mulheres quisesse. E ainda assim, é um marido controlado pela esposa.

Apesar de ter uma língua afiada, com certeza ele não usaria isso contra Bruna.

Pensando nisso, ela olhou com desdém para Eduardo — não como essa figura, que não deixa ninguém em paz num raio de três quilômetros, atacando indistintamente.

Eduardo, tendo pensado em algo, soltou uma risada fria: "Então você acha que Bruna não sabe o que é bom? Ter um homem tão bom que a venera todos os dias e ainda assim, vivendo em felicidade sem reconhecê-la, querendo se livrar do Alfonso?"

Renata o encarou ferozmente e apertou sua mão com força, "Não me venha com essa sujeira, nunca disse isso. As questões do coração não são assim, não precisa gostar só porque a pessoa é boa. Pode ser que Alfonso Oliveira não seja o tipo que Bruna gosta."

"Então, você o acha bom e está planejando gostar dele?"

"..."

Eduardo pensou na aparência de Alfonso, realmente muito atraente para as mulheres, "Ele é um falso cavalheiro. Se você tirar essa camada, em minutos ele passa de um jovem elegante para um animal, você acha que ele é bom porque foi enganada pela aparência dele. Se Bruna não quer estar com ele, é por causa dos erros que ele cometeu no passado, ele merece."

Com o exemplo anterior de Vinicius, Eduardo não teve dificuldades em difamar seu próprio irmão, criando uma imagem muito vívida.

Embora ele não tenha descrito detalhadamente, Renata já conseguiu perceber a essência de Alfonso como um homem desprezível através da expressão e do tom de Eduardo, "Você está com ciúmes até do seu próprio irmão e ainda assim difama os outros por trás. Hoje à noite, o Sr. Oliveira ainda trouxe nosso pai ao hospital, você não sente remorso?"

"Vinicius também é meu irmão, e mesmo assim se tornou um rival amoroso," o mais irritante e desagradável de todos, "Alfonso só sabe manter as aparências. Por baixo daquela camada, ele é tão frio quanto parece. Mesmo sendo irmão dele, eu e Vinicius esperamos que Bruna o deixe e encontre alguém novo."

Para garantir que sua opinião fosse levada a sério, Eduardo fez questão de mencionar 'Vinicius'.

No quarto, Renata estava deitada na cama, com os olhos abertos, imóvel, como se tivesse sofrido um grande golpe.

A televisão já tinha terminado, parada na última cena.

Eduardo deu uma olhada e confirmou que era, de fato, uma novela de época.

"Renata," ele se ajoelhou ao lado da cama, cutucando a imóvel Renata, "eu pedi um lanche noturno, levante-se para comer algo antes de dormir."

Renata, com os dentes cerrados: "Não me toque, agora eu quero criar distância de todo mundo."

"......"

"Eu também quero produzir uma novela."

Eduardo nem perguntou o motivo: "Certo, amanhã você fala com Nicolas, se tiver algum ator, diretor ou roteirista que você goste, também pode falar com ele, ele vai organizar."

"Eu serei a roteirista, vou dar o papel da malvada para a protagonista, o da protagonista para o rival amoroso, o da segunda protagonista para o guarda, o da louca de pescoço comprido para o ex-marido, e ainda vou colocar o roteirista original com o seu pior inimigo; se eu não posso viver, ninguém vai."

"......" Eduardo não conseguia acompanhar o raciocínio de Renata, mas como patrão, pensou no arranjo que ela propôs, "Isso provavelmente daria prejuízo, se você fosse a roteirista, a empresa não investiria."

Renata virou para encará-lo, "Então qual é a vantagem de estar com você? Eu ainda estaria melhor..."

Eduardo: "Mas como a Senhora Adams da Família Adams pode, desde que você esteja feliz, eu investirei qualquer quantia que você perder."