CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 508

Renata foi abruptamente transportada de volta para a manhã de ontem em seus pensamentos. Ela acreditava que Eduardo tinha apenas mencionado algo casualmente, mas para sua surpresa, ele já havia discutido o assunto com Nicole e estava planejando algo.

Ao ver a expressão claramente perdida de Renata, Nicole logo percebeu que Eduardo não havia conversado sobre isso com ela e sorriu com compreensão: "Ele é um bom homem, apenas um pouco ingênuo."

Ao lado, Nicolas, completamente alheio à verdadeira situação, demorou um pouco para entender e então disse pensativamente: "O Sr. Gomes realmente é um homem com quem se pode confiar a vida, se eu tivesse uma filha, queria que ele fosse meu genro."

Renata respondeu: "Com essa tua atitude tão complicada em relação ao amor, até teres uma filha, o Vinicius já poderia ser seu avô."

Nicolas retrucou: "Senhora, ataques pessoais não são permitidos. Tenho trabalhado até tarde todos os dias, durmo depois dos cães e acordo antes das galinhas, não tenho tempo para encontros amorosos."

"É mesmo? Parece-me que tens bastante tempo para fofocas."

"..."

Renata estava com uma gravidez psicológica e, portanto, não podia ir a um hospital público, precisando recorrer a uma clínica particular de alto padrão.

Em poucas horas daquela tarde, a notícia de que Renata tinha sofrido uma queda e por acidente perdido o bebê já havia chegado à Família Adams. A fofoca se espalhou entre os funcionários, alguns com lamentos, outros com zombaria e ainda houve quem sentisse pena. As mensagens mais intensas vinham do grupo de secretárias do presidente.

Elas conviviam com Renata há mais tempo e, embora anteriormente fossem comandadas por ela, agora a viam ascendendo à posição de assistente do presidente, ex-esposa do Sr. Adams e mãe do futuro herdeiro da Família Adams. Até o Assistente Nicolas tinha que ajudá-la, e elas já não suportavam Renata há algum tempo.

Agora que tinham a oportunidade, as zombarias não tinham limites.

"Por isso dizem que o destino de uma pessoa já está traçado, se não é uma fênix, mesmo entrando numa família rica, pode ser expulsa. Ela quase conseguiu subir de vida por causa da gravidez, mas agora acabou perdendo."

"O Sr. Adams se divorciou dela há tanto tempo, e ela engravidou logo depois dele desaparecer, a paternidade desse filho é... questionável."

"Não deve ser, a Família Adams tem condições de fazer um teste de paternidade, e já que eles reconheceram a criança, certamente deve ser do Sr. Adams."

"A Srta. Soares também é digna de pena, o marido morreu recentemente e agora perdeu o filho."

"Ex-marido."

"Pena nada, com o divórcio ela já ganhou o suficiente para várias vidas, agora que perdeu o filho, com certeza vai conseguir uma boa compensação. Daqui para frente pode fazer o que quiser, trocando de parceiros mais jovens todos os dias, deve ser delicioso."

"Prefiro o Sr. Adams ao dinheiro, ele é alto, bonito e musculoso. Dizem que o tamanho de um homem é proporcional à altura, olhando para o Sr. Adams, dá para ver que ele deve ser impressionante nesse aspecto."

"Pois não é? Mas eu também penso assim."

O nível da conversa foi declinando e ninguém mais mencionou o suposto 'aborto' de Renata.

Enquanto isso, a Renata que eles diziam que nunca se tornaria uma fênix estava deitada na cama, lendo com prazer as mensagens deles, achando cada vez mais engraçado. O que eles descreviam não era Eduardo, mas sim um brinquedo erótico incansável, desejos insaciáveis, uma noite sem parar, habilidades incríveis...

Ela abriu a lista de membros do grupo, deslizou o dedo pela tela e, exceto por alguns que usavam suas próprias fotos como avatar, ela não conseguia reconhecer ninguém.

O grupo era um antro de fofocas. Quando ela começou na Família Adams como uma mensageira, eles a adicionaram ao grupo para pedir favores como trazer café. Ela sempre esteve invisível no grupo, e provavelmente eles esqueceram que ela também estava lá.

"Se eu soubesse que o Sr. Adams não se importava com antecedentes familiares na hora de escolher uma esposa, eu teria me esforçado. Agora, quem estaria dividindo bilhões seria eu."

Renata suspeitou que ele a tratava como se ela fosse uma de suas subordinadas; sua voz era tão alta que provavelmente os quartos ao redor tinham ouvido.

Ela se virou rapidamente em direção à porta.

Rafael entrou sem fechar a porta, e seu grito atraiu o olhar das pessoas no corredor.

Renata, constrangida, desejou poder desaparecer imediatamente. Ela se virou na cama e sentou-se, com as bochechas tingidas de um leve rubor: "Rafael, por que você está gritando..."

Percebendo que sua abordagem havia sido inadequada pela expressão dela, Rafael se deu conta de que havia sido muito precipitado, esquecendo-se de que aquilo era um assunto muito íntimo e inapropriado para ser discutido em público. Vendo-a irritada como um baiacu, ele imediatamente se sentiu culpado e sua voz amoleceu: "Desculpa, eu... vou fechar a porta."

Após fechar a porta, Rafael voltou com uma expressão grave, fixando seu olhar no rosto pálido de Renata, franzindo a testa com preocupação: "Que mau agouro é esse na Família Adams? Como foi que, trabalhando tranquilamente na empresa, você acabou sendo empurrada e batendo na quina da mesa?"

Renata estava prestes a explicar quando se ouviram duas batidas na porta; era a enfermeira entrando para verificar a temperatura.

Depois de medir a temperatura, ela deu algumas instruções: "Embora tenha sido apenas um aborto, você estava com uma gestação avançada, o que é considerado um parto induzido, quase como um parto normal. Você precisa fazer o resguardo pós-parto. Alimentos frios e picantes estão fora de questão, não abra as janelas para não pegar vento, senão você pode ter dores de cabeça no futuro..."

Essas palavras seriam normais, mas na frente de Rafael, elas eram muito embaraçosas. Renata nem ousava olhar para a sua expressão, apenas concordava com a cabeça, até que de repente seu corpo enrijeceu e, na frente da enfermeira e de Rafael, ela rapidamente jogou as cobertas para o lado e se levantou da cama com a maior velocidade possível.

Ela não estava preparada para o que aconteceu hoje e foi levada ao hospital sem aviso prévio. Normalmente estaria tudo bem, mas agora ela estava menstruada.

Os lençóis e cobertores dos hospitais particulares são todos brancos, e qualquer mancha é visível.

Rafael, ao vê-la assim, pensou que ela estivesse sentindo dor ou desconforto e avançou preocupado: "O que houve?"