CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 562

Eduardo lançou-lhe um olhar que dizia "ela é louca, não ligue para ela".

Renata: "......"

Em comparação com a calma deles dois, Rafael não estava tão tranquilo assim. Ele se engasgou com o ar que havia respirado, tossindo incessantemente, e com dificuldade disse: "Como você a chamou?"

Lorena, num impulso, havia usado um apelido jocoso para se referir a Eduardo, e agora, sob o escrutínio de três pares de olhos, sentia-se um tanto embaraçada. Mas esconder ou disfarçar só levaria a mal-entendidos. Se ela fosse a causa da perda de um futuro parceiro para a Família Costa, provavelmente não haveria mais espaço para eles no RJ.

Sem rodeios, Lorena falou a verdade. Ela apontou para Eduardo, deitado na cama do hospital: "O Sr. Adams é o futuro sócio da Família Costa. Hoje em dia, quem investe dinheiro, nós chamamos de 'sugar daddy', não é?"

Ela então apontou para Renata: "A esposa do Sr. Adams, não seria então a 'sugar mommy'?"

Rafael: "......"

Essa explicação era perfeita, deixando qualquer um sem espaço para argumentar, merecendo total admiração.

Ele e Lorena se encontraram por acaso no andar de baixo, um encontro puramente casual. Ele ainda estava pensando qual seria a relação entre ela e Eduardo para que estivessem num ponto de visita hospitalar.

"Sr. Adams, desejo-lhe uma pronta recuperação. Vou indo", disse Lorena, que tinha ido apenas por formalidade, hesitando muito antes de decidir visitar. A notícia de que Alex Ribeiro havia sido hospitalizado já era conhecida por todos, e, de certa forma, ela estava do mesmo lado que ele. Não visitar pareceria insensível e sem compaixão, mas, ao mesmo tempo, sem uma amizade íntima, era realmente uma situação difícil.

Eduardo acenou com a cabeça.

Ao sair, Lorena também levou Rafael consigo.

Rafael, que se exercitava regularmente, não tinha exatamente uma pele escura, mas definitivamente não era pálida e fria, com as mãos cheias de calos. Lorena, uma dama que por mais de vinte anos não havia sujado suas mãos, tinha a pele branca e delicada. Juntos, eles formavam um contraste notável.

Ele sentiu como se estivesse segurando um pedaço de tofu em sua palma, temendo usar força demais e quebrá-lo.

O homem franzia a testa: "Solte."

Lorena, em vez de soltar, segurou ainda mais forte, "Solte o quê? O casal está feliz e apaixonado, e você aqui fazendo papel de vela. Está incomodado por não estar brilhando o suficiente ou o quê?"

"......"

Rafael quase sofreu um dano interno com a réplica dela, que sabia exatamente onde ferir, rápida e decisiva, sem hesitação.

Ao passar por Renata, o olhar do homem de repente se fixou, e ele virou a cabeça abruptamente para olhar para Eduardo, com as pernas engessadas na cama, e disse entre dentes: "Você é realmente um monstro, pensando em bobagens até num momento desses."

Hoje, Renata usava uma blusa de lã com gola redonda e solta. Ele era alto, e ao baixar os olhos, podia ver, através do decote ligeiramente aberto, um lugar abaixo da clavícula da mulher, marcado por um leve chupão.

Eduardo: "......"

Rafael voltou seu olhar para Renata, com uma voz baixa e repleta de preocupação: "Espere ele se recuperar para decidir se quer continuar com ele. E se ele ficar manco? Não foi dito que ele também bateu a cabeça? E se ficar com sequelas? Casamento é para a vida toda, você tem que pensar bem em tudo."

Ele lançou um olhar em uma certa direção, "Além do mais, considerando o histórico dele, você tem mais é que ser cuidadosa. Antes disso, não deixe que ele tire vantagem."

Renata sabia que ele tinha visto a marca em sua clavícula, suas bochechas esquentando enquanto ela respondia timidamente: "Entendi."

Apesar de tudo, a decisão final era de Renata, e ele só podia aconselhar até ali.

Mesmo assim... ainda assim...

Mas Lorena o ignorou completamente, não esperando por sua resposta, disse a si mesma: "Que fedor."

Eliana a confrontou diretamente: "Não precisa ser tão sarcástica. Eu e ele somos casados no papel. Se for para chamar alguém de raposa, certamente não sou eu."

Lorena não poupou em sua zombaria: "Um casal que precisa evitar suspeitas até para entrar em um hospital, e você tem coragem de dizer que é casada? Como se sente ocupando o lugar com o meu nome? Deve ser um misto de desejo e desespero cada vez que pensa nisso, não é?"

Rafael franzia a testa, não aguentou: "Não use provérbios incorretamente."

Que desejo e desespero, nada.

Apesar de claramente tocar no estômago, Rafael sentiu como se tivesse tocado em carvão em brasa, e rapidamente retirou a mão. Lorena, vendo os olhos arregalados de Eliana, temia que ele falasse demais e estragasse tudo, abriu a boca para começar seu teatro.

Seus olhos estavam levemente vermelhos, com um ar de mágoa.

De repente, Rafael se lembrou de um momento na entrada do hospital, quando ela chorava e gritava acusações contra o cafajeste, e as pessoas ao redor começaram a julgá-lo como o cafajeste mencionado, até ela parar de falar. Não querendo reviver aquele momento, ele cobriu a boca dela sem pensar: "Não grite."

......

No quarto do hospital.

Desde que Rafael partiu, Eduardo permaneceu sério, olhando para Renata, acusando: "Ele está tentando criar conflitos entre nós, e você ainda concorda."