CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 580

Renata já conseguia imaginar que, se aceitasse ser sustentada por Eduardo, Viviana com seu temperamento explosivo certamente a agarraria pelas pernas, levantando-a para esvaziar as ideias que tinha na cabeça.

Homem dizendo que vai te sustentar quando está apaixonado é uma coisa, mas na hora do desdém, vira "sou eu quem te sustenta", sem um tostão no bolso, cada garfada de comida parece mole.

E como Viviana costuma dizer, homem é como cachorro, não se pode dar muitos ossos de uma vez; dê demais e ele perde o interesse, tem que fazer um doce.

Ficar em casa todo dia, seguindo-o com os olhos, tendo-o como seu único círculo social, ele pode te ver sempre que quiser. Uma vez passada a novidade, você se torna como aquele grão de arroz que gruda na roupa, desejando fervorosamente se livrar dele. E se ele for do tipo que tem mania de limpeza, capaz de querer jogar fora até a roupa que você tocou.

Renata revirou os olhos com desdém. "Como assim os anéis estão esgotados? Não podem inventar uma desculpa melhor?"

Apesar de saber que Eduardo estava apenas procurando desculpas, aquilo a despertou do sono.

Ela pegou suas roupas e ajeitou o cabelo bagunçado, sentando-se na cama. "Saia, vou me trocar."

O shopping, já passava das dez, estava movimentado, mas a joalheria estava vazia.

O atendente, vestindo luvas brancas, lançou um olhar discreto para a roupa dos dois, sua simpatia se tornando mais genuína. "Senhorita, se gostar de algo, sinta-se à vontade para experimentar."

Renata respondeu, "Claro."

Eduardo deu uma olhada rápida. Os designs eram bastante comuns, e encomendar um design personalizado levaria pelo menos dois meses. Ele não podia esperar tanto. "Se não encontrar nada de seu gosto, podemos procurar em outra loja."

Para o atendente, Eduardo parecia um tesouro brilhante, e por causa de sua própria comissão, ela não poderia deixá-los ir facilmente. "Senhorita, este é o nosso setor comum, os designs são mais simples. Que tal dar uma olhada em nossas peças exclusivas?"

O celular de Eduardo tocou, era Antonio. "Vou atender essa ligação, pode escolher primeiro."

Renata assentiu, "Pode ir, eu aviso quando escolher."

As peças exclusivas eram de fato mais bonitas em design, textura e acabamento do que as do setor comum.

Ela escolheu um anel com diamantes finamente incrustados ao redor. Não havia uma pedra grande nem design complicado, seria discreto para usar no trabalho sem atrapalhar.

Renata pediu, "Por favor, me mostre este."

O atendente respondeu, "Claro, senhorita. Você tem um ótimo gosto. Este anel é uma das obras de que nosso designer mais se orgulha. Além disso, vendemos apenas uma peça de cada design. Após sua compra, as outras peças em diferentes tamanhos serão destruídas, garantindo que ninguém terá um igual ao seu."

Mediram o tamanho do dedo de Renata e cuidadosamente retiraram o anel para colocá-lo em uma bandeja de veludo.

Renata estava prestes a pegar o anel quando ouviu uma voz feminina surpresa ao lado, "Uau, este anel é lindo. Sr. Andrade, você compraria para mim?"

Então uma mão se estendeu e pegou o anel na frente dela.

Renata virou-se e viu uma mulher apresentando a mão com o anel para um homem de aparência um tanto desleixada. "Sr. Andrade, olhe, é como se tivesse sido feito sob medida para mim, como é lindo."

Ela abraçava o braço do homem, fazendo charme enquanto balançava. "Você compraria para mim? Sr. Andrade é o melhor, o mais incrível."

O homem sorriu maliciosamente e se aproximou do ouvido dela. "Então me diga, onde exatamente eu sou incrível?"

A mulher baixou a cabeça, com um tom doce e meloso. "Você é impossível."

Renata ficou sem palavras.

Ela não esperava que essas duas pessoas começassem a falar abertamente sobre assuntos indecorosos bem na sua frente, quase a fazendo vomitar de nojo.

O homem estava visivelmente encantado, apertando o rosto dela. "Compro, compro, compro. Desde que minha querida goste, eu compro tudo."

A Srta. Lima não respondeu, mas o homem que ela chamou de Sr. Andrade expressou surpresa, "Vinte milhões? Por isso? Eu compro um diamante maior que esse por vinte mil reais."

"Sr. Andrade, eu gosto, você compra para mim, por favor?"

"Este anel só vale alguns milhares no máximo, ela está tentando me fazer de bobo, escolha outro, mesmo que custe vinte milhões, tem que valer o preço."

Renata arqueou uma sobrancelha, observando divertida. O quociente emocional deste Sr. Andrade era ainda menor que o do Eduardo. A Srta. Lima não queria o anel, ela queria ostentar na frente dela.

"Sr. Andrade..."

Sr. Andrade pareceu se dar conta de algo, sua expressão mudou, "Você não é uma atriz contratada por esta loja, é?"

O vendedor, também ofendido, mostrou um leve desprezo, "Então talvez você queira olhar outra coisa."

A Srta. Lima, frustrada, tirou o anel.

Depois de limpar o anel, o vendedor se voltou para Renata, "Você quer ver outro, ou quer experimentar este?"

A mulher resmungou, "Ela experimentou mas não pode comprar, se pudesse, não teria me deixado."

Ela justificou por que Renata foi tão complacente; Renata sabia o preço, então estava apenas assistindo à cena para se divertir.

Antes mesmo de Renata responder, um cartão preto foi estendido por trás dela, "Passe o cartão."