CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 588

Eduardo agora segurando aquele dinheiro, sentia como se tivesse agarrado uma batata quente nas mãos, querendo se livrar dela o mais rápido possível para evitar problemas.

Renata falou, "Esse dinheiro eu te emprestei, é óbvio que deveria te devolver."

"Não foi empréstimo, foi dote. Você casou comigo, esse dinheiro é seu agora."

"Não estou precisando de dinheiro agora, pode ficar com você."

Eduardo não aceitava, com o casamento se aproximando, ele temia que um dia Renata se lembrasse de que ele usou esses trezentos milhões como uma ameaça para ela não pedir o divórcio, o que seria uma grande perda.

Renata então sugeriu, "Que tal transformar em ações de alguma empresa? De qualquer forma, deixar comigo significa que o banco emprestará para outras pessoas. Se cair nas mãos de um 'estagiário', eu provavelmente acabaria sem nada e ainda devendo ao banco."

Eduardo concordou, "Certo, amanhã pedirei para o Assistente Antonio levar o contrato até você."

Depois que Vinicius saiu, ele pegou um copo de vinho e se aproximou de Alfonso Oliveira, "Por que chegou tão tarde?"

"Houve um imprevisto," ele respondeu, chegando justo quando viu Eduardo com um semblante sério conversando com Vinicius, "O que está fazendo?"

Alfonso olhou na direção de Eduardo e deu de ombros, "Atormentando os casais?"

Vinicius sorriu, "Não, estava conversando com Renata sobre assuntos de trabalho. Ela fez o design exterior do projeto da cidade, que foi muito elogiado pela indústria, por isso pensei em convidá-la para participar da segunda fase do projeto."

Alfonso o olhou com suspeita, "Sério que é só por causa do trabalho? Ou você ainda não desistiu e quer usar o trabalho como uma desculpa para se aproximar dela?"

Vinicius deu uma risada fria, "A equipe da segunda fase é a mesma da primeira, exceto pela Renata que ainda não confirmou. Até o assistente que pede as refeições continua o mesmo. Será que também estou tentando me aproveitar da situação?"

...

Pouco depois do aniversário de Vinicius, veio o Ano Novo. O inverno no Rio de Janeiro é muito frio, tudo coberto por uma névoa branca.

Dentro de casa era quente, enquanto lá fora estava frio. Nesse vai e vem de temperaturas, Morticia Adams, que já não tinha uma boa saúde, acabou adoecendo como esperado, e Nicole Adams decidiu levá-la para uma viagem de férias para uma cidade tropical.

Depois de finalmente conseguir alguns dias de folga, Renata não queria ir a lugar algum, só queria ficar em casa descansando. Afinal, ela não tinha muitos parentes para visitar. Quanto à Família Sousa, exceto Marcel Sousa, ela não era próxima dos outros, então não sentia necessidade de visitá-los.

No segundo dia do Ano Novo, Marcel marcou um jantar.

Era um dia de reuniões familiares, e quase todos os restaurantes estavam cheios de famílias grandes reunidas em uma única mesa, fazendo muito barulho. Por outro lado, a mesa de Renata, apenas com ela, Eduardo, e Marcel, parecia especialmente silenciosa.

Marcel olhou para a mesa ao lado, onde algumas crianças vestidas com roupas vermelhas de Ano Novo pareciam adoráveis e invejáveis. Quando seu olhar se voltou para Eduardo, ele expressou desaprovação, "Quando você planeja se casar com Renata?"

Eduardo abriu o aplicativo de notas em seu celular, pronto para discutir possíveis datas com Marcel. Eles já tinham algumas em mente, só precisavam decidir qual seria a mais adequada.

Essa discussão normalmente seria iniciada por Nicole e Morticia para dar um ar mais formal, mas como Morticia estava doente e coincidiu com o Ano Novo, decidiram deixar para visitar oficialmente a Família Sousa após as festividades.

Mas agora que Marcel havia perguntado, Eduardo decidiu fixar uma data e também verificar se havia algum pedido específico em relação ao dote.

Renata segurando seu copo, disse, "Pai, depois do Ano Novo, talvez eu precise viajar para o exterior."

"..." Marcel ficou sem palavras, olhando para Renata "Você é tão bonita, como pode ter uma boca que fala essas coisas? Que tal dar uma olhada nas opções que eu encontrei para você, garanto que todos são doces e charmosos."

"Tio, os doces e charmosos nove em dez vezes são Don Juans, você quer que a Renata, depois de casada, tenha que lidar com traição todos os dias?"

"Cala a boca," Marcel, irritado, guardou o celular que havia passado para Renata "Em plena festa, só fala coisas desagradáveis, sua cabeça que vai ter problemas..."

Apesar de Eduardo não falar de maneira agradável, parecia haver razão em suas palavras; doces e charmosos, se um dia usassem esse truque com outra mulher, Renata ficaria devastada.

Não, isso não pode acontecer, é preciso reconsiderar.

Deixe para lá, filhas crescem e não devem ser retidas, reter demais só cria ressentimentos.

O assunto da viagem ao exterior foi temporariamente deixado de lado, e Eduardo, preocupado com a viagem de Renata, permaneceu um tanto melancólico.

A certa altura, ele se levantou para fumar lá fora.

Nos últimos tempos, seus sintomas de dor de cabeça tornaram-se mais frequentes, e ele sempre sentia a necessidade de fumar nessas horas.

Eduardo franzia a testa, esfregando as têmporas com força, mas essa pressão amadora não aliviava a dor.

"Sr. Adams?" Uma voz feminina familiar soou ao seu lado, "Você está com dor de cabeça novamente? Esse tipo de pressão aleatória não vai ajudar, quer que eu faça uma massagem?"