CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 604

Miguel "..."

Embora estivesse ocupado com seus afazeres, ele ainda conseguia ouvir a conversa ao redor, e quando a discussão chegou até ele, embora um pouco confuso, não estava completamente alheio à situação.

Levantou os olhos, encontrando o olhar de Eduardo, e após um momento de reflexão, perguntou: "Você tem certeza?"

Está certo de querer se humilhar assim?

Sua pergunta foi extremamente sutil, a ponto de, exceto por Eduardo, ninguém no local, além de Alfonso, ter captado a insinuação.

Alfonso só percebeu porque havia sido severamente repreendido por Bruna. Afinal, ninguém poderia estar em uma situação mais lamentável do que ele, que antes de entrar no quarto precisava avaliar o humor da esposa para decidir se deveria entrar com o pé esquerdo ou direito. Um passo errado significava que ele teria que se contentar em dormir no escritório.

Sob essa rígida política, até um porco aprenderia a se adaptar.

Ele também suspeitava do motivo pelo qual Renata estava ignorando Eduardo.

Nesse relacionamento, Eduardo nunca foi o mais confiante, então, hesitou instintivamente antes de finalmente dizer: "Sim."

Miguel imediatamente ligou para Viviana.

Viviana estava sentada com sua mãe, sendo forçada a ouvir seus sermões sobre os benefícios do casamento na juventude, a importância de ter filhos para cuidar dos pais na velhice, e como a solidão na velhice pode ser devastadora sem uma família, insistindo que Viviana expressasse concordância, caso contrário, enfrentaria consequências.

Essa ligação foi como uma chuva em um dia de seca para ela: "Alô, mano."

Sua voz era tão entusiasmada quanto possível, tão doce que Miguel quase deixou o celular escorregar de sua mão.

Ainda tentando se recuperar da inesperada calorosidade de Viviana, do outro lado da linha, ela já estava falando rapidamente, como feijões pulando numa frigideira: "Você quer comprar objetos de arte? Algo acima de dez milhões? Com urgência? Precisa ir à loja agora?

Não estou ocupada, tenho tempo, vou para lá agora, não demoro. Contanto que você fique feliz, posso ir mesmo à meia-noite."

Enquanto falava, Viviana buscava desesperadamente sua bolsa e fazia um sinal de "vou nessa" para a imperatriz mãe.

Ela não ousava deixar que sua mãe soubesse que Miguel era quem estava ligando; caso contrário, dada a aprovação dela por ele, certamente faria algo tão drástico quanto enrolá-la em um tapete e jogá-la na cama dele.

Miguel "..."

Ele esperou alguns segundos, até ouvir o som surdo da porta se fechando, antes de falar novamente: "Renata entrou em contato com você depois que foi para o exterior?"

Viviana mal podia imaginar que um magnata rico e um advogado de sucesso, ambos sem falhas em suas carreiras, estariam interessados em tal futilidade, e respondeu casualmente: "Entrou em contato sim. Você está procurando por ela?"

Eduardo "..."

Então, todos tinham sido contatados, exceto ele?

Seu peito já apertado de frustração recebeu mais alguns golpes com a resposta de Viviana.

Miguel respondeu: "Não é nada."

Livre do olhar mortal da imperatriz mãe, Viviana rapidamente voltou ao seu eu verdadeiro, revirando os olhos e dizendo: "Então por que você perguntou? Que tédio, vou dirigir agora, tchau."

"Espere," Miguel se levantou e saiu do privado, longe dos ouvidos alheios, sua voz fria misturada com um leve tom indulgente: "Como você me chamou agora?"