Cativa do Sheik romance Capítulo 21

―Relaxa, Isabela. Quero que se sinta bem comigo. E outra coisa, quando voltarmos para os Emirados, iremos ao médico. Você já fez o ultrassom?

Encontro minha voz. Tudo em mim está muito consciente dele.

―Não, ainda não.

―Então iremos ver isso. ―Ele me dá um beijo na boca. ― Te espero na sala.

Assinto para ele e depois de um novo beijo na boca o vejo sair do quarto.

Allah! Está tudo diferente entre nós. E acredito que foi pela intimidade que acabamos de compartilhar. Mas não vivemos uma situação convencional, lembre-se que ele está com você por causa desse filho.

O que me confunde foi aquela paixão toda. A admiração em que vi em seus olhos. Foi tudo tão intenso. Não sei o que pensar...

Allah! Preciso de tempo. Só com o tempo conseguirei decifrar esse homem. E tempo é o que não me falta.

Lembranças de suas falas passadas invadem meu cérebro me assustando de imediato:

"—Mas e seus sentimentos? Como amar alguém? —Eu pergunto.

—Allah! Você acha que eu acredito nisso? —Raed diz."

Não sei que conceito ele faz de mim. Um homem árabe é muito preconceituoso. Fui do irmão dele e agora sou dele.

O que ele pensa sobre tudo isso?

Como ele me enxerga?

Será que depois que a criança nascer terei valor em sua vida? Ou ele aos poucos me deixará de escanteio?

Meneio a cabeça de um lado para o outro e dou um suspiro, resignada.

Passo a mão no rosto em aflição. Não posso deixar essas dúvidas acabarem comigo. Transei com ele, não transei? Que adianta agora chorar pelo leite derramado? E não se engane, esse caminho não tem volta, ele já sabe o que provoca em seu corpo. Viva, um passo de cada vez. É isso que te sobrou para fazer.

Minutos depois entro na sala, Raed se levanta do sofá quando me avista. Eu o encaro sem sorrisos. Minha expressão não é nada boa.

―O que foi? Você está bem?

Eu respiro fundo e falo baixo, só para ele ouvir, pois Donatela está ajeitando a mesa.

― Você acha que tudo isso é fácil para mim? Eu estou confusa.

Ele funga, avança na minha direção e me abraça. Solta o ar. Seu rosto está tão perto do meu que sinto o ar quente de suas narinas no meu rosto. Seus olhos se fixam nos meus.

― Sei que atravessa um momento difícil. E que ainda está na fase de aceitação das coisas que estão acontecendo ao seu redor. Mas encare o fato que eu sou o melhor para você.

Allah! Esse homem não existe!

O pior de tudo é a vergonha de ver que os momentos fugazes que vivi com Zein se desfez como pó, provando para mim mesma que eu estava carente, foi carência que me levou a flertar com Zein.

Ele me envolve pela cintura.

―Vem, vamos nos sentar. Vamos jantar e depois você me fala o que está sentindo.

O telefone toca, Raed fica tenso. É a primeira vez que ouço o telefone tocar aqui. Ele está ao nosso lado, mas Raed não atende.

―Você já sabe. ―Ele avisa Donatela.

Ela sabe o quê?

Donatela assente para ele com o semblante estranho. Raed fica comigo em seus braços olhando para a governanta enquanto ela atende o telefone.

―Alô. Salaam Aleikum. Não, vossa excelência ele não está. — Ela tira o fone do gancho pois daqui eu escuto os gritos, então ela o põe no ouvido novamente e ouve mais alguma coisa e desliga o telefone.

Donatela olha para Raed e eles se comunicam com os olhos, então ela se dirige para a cozinha.

Raed volta seu olhar para mim e respira fundo.

―Era seu pai, não era?

―Sim.

―Raed, por que você está fugindo? Uma hora você terá que enfrentá-lo! ―Digo, insegura.

Claro que ele me acha inferior. Ele fugiu do confronto com o pai, como se ele tivesse fugido com uma garota de programa. Dor dilacera meu peito e não me surpreendo por isso. Eu sempre achei Raed um real perigo para o meu coração. Ele sempre me impôs medo.

―Habibi, falar do meu pai agora vai me causar indigestão. Não vale à pena. Vamos jantar, e depois teremos uma conversa.

―Que bom, precisamos conversar. ―Digo, me sentindo mal com tudo isso.

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