―Relaxa, Isabela. Quero que se sinta bem comigo. E outra coisa, quando voltarmos para os Emirados, iremos ao médico. Você já fez o ultrassom?
Encontro minha voz. Tudo em mim está muito consciente dele.
―Não, ainda não.
―Então iremos ver isso. ―Ele me dá um beijo na boca. ― Te espero na sala.
Assinto para ele e depois de um novo beijo na boca o vejo sair do quarto.
Allah! Está tudo diferente entre nós. E acredito que foi pela intimidade que acabamos de compartilhar. Mas não vivemos uma situação convencional, lembre-se que ele está com você por causa desse filho.
O que me confunde foi aquela paixão toda. A admiração em que vi em seus olhos. Foi tudo tão intenso. Não sei o que pensar...
Allah! Preciso de tempo. Só com o tempo conseguirei decifrar esse homem. E tempo é o que não me falta.
Lembranças de suas falas passadas invadem meu cérebro me assustando de imediato:
"—Mas e seus sentimentos? Como amar alguém? —Eu pergunto.
—Allah! Você acha que eu acredito nisso? —Raed diz."
Não sei que conceito ele faz de mim. Um homem árabe é muito preconceituoso. Fui do irmão dele e agora sou dele.
O que ele pensa sobre tudo isso?
Como ele me enxerga?
Será que depois que a criança nascer terei valor em sua vida? Ou ele aos poucos me deixará de escanteio?
Meneio a cabeça de um lado para o outro e dou um suspiro, resignada.
Passo a mão no rosto em aflição. Não posso deixar essas dúvidas acabarem comigo. Transei com ele, não transei? Que adianta agora chorar pelo leite derramado? E não se engane, esse caminho não tem volta, ele já sabe o que provoca em seu corpo. Viva, um passo de cada vez. É isso que te sobrou para fazer.
Minutos depois entro na sala, Raed se levanta do sofá quando me avista. Eu o encaro sem sorrisos. Minha expressão não é nada boa.
―O que foi? Você está bem?
Eu respiro fundo e falo baixo, só para ele ouvir, pois Donatela está ajeitando a mesa.
― Você acha que tudo isso é fácil para mim? Eu estou confusa.
Ele funga, avança na minha direção e me abraça. Solta o ar. Seu rosto está tão perto do meu que sinto o ar quente de suas narinas no meu rosto. Seus olhos se fixam nos meus.
― Sei que atravessa um momento difícil. E que ainda está na fase de aceitação das coisas que estão acontecendo ao seu redor. Mas encare o fato que eu sou o melhor para você.
Allah! Esse homem não existe!
O pior de tudo é a vergonha de ver que os momentos fugazes que vivi com Zein se desfez como pó, provando para mim mesma que eu estava carente, foi carência que me levou a flertar com Zein.
Ele me envolve pela cintura.
―Vem, vamos nos sentar. Vamos jantar e depois você me fala o que está sentindo.
O telefone toca, Raed fica tenso. É a primeira vez que ouço o telefone tocar aqui. Ele está ao nosso lado, mas Raed não atende.
―Você já sabe. ―Ele avisa Donatela.
Ela sabe o quê?
Donatela assente para ele com o semblante estranho. Raed fica comigo em seus braços olhando para a governanta enquanto ela atende o telefone.
―Alô. Salaam Aleikum. Não, vossa excelência ele não está. — Ela tira o fone do gancho pois daqui eu escuto os gritos, então ela o põe no ouvido novamente e ouve mais alguma coisa e desliga o telefone.
Donatela olha para Raed e eles se comunicam com os olhos, então ela se dirige para a cozinha.
Raed volta seu olhar para mim e respira fundo.
―Era seu pai, não era?
―Sim.
―Raed, por que você está fugindo? Uma hora você terá que enfrentá-lo! ―Digo, insegura.
Claro que ele me acha inferior. Ele fugiu do confronto com o pai, como se ele tivesse fugido com uma garota de programa. Dor dilacera meu peito e não me surpreendo por isso. Eu sempre achei Raed um real perigo para o meu coração. Ele sempre me impôs medo.
―Habibi, falar do meu pai agora vai me causar indigestão. Não vale à pena. Vamos jantar, e depois teremos uma conversa.
―Que bom, precisamos conversar. ―Digo, me sentindo mal com tudo isso.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Cativa do Sheik
To gostando desse livro... bem leve e interessante....