Cativa do Sheik romance Capítulo 4

Eu sinto meu rosto pegar fogo de nervoso. Vou até ele e começo a socá-lo. Raed fica como uma parede, recebendo meus murros em seu peito. Aos poucos meus socos vão diminuindo e eu começo a chorar. Raed me abraça. Sinto seu estremecimento.

—Shiiiii.

Fecho meus olhos quando sinto o cheiro da roupa dele. Ela me lembra muito o de Zein e eu fico quieta em seus braços, sem força nenhuma, como se o próprio me abraçasse, mas por pouco tempo. Pois começo a sentir seu perfume amadeirado, de algum perfumista famoso, completamente diferente do meu amor. Logo me lembro quem é esse homem.

Meu inimigo. Ele quer tirar meu filho.

Eu o empurro com força e aperto meus passos e vou até o banheiro e me tranco. Parece ser uma atitude infantil, mas eu não me importo, melhor que desabar na frente dele. Sento-me no vaso sanitário e colocando o rosto entre minhas mãos, eu começo a chorar.

Infeliz, muito infeliz.

Quando me recomponho, lavo meu rosto e penteio meus cabelos castanhos avermelhados, iguais os da minha mãe. Olho para o meu rosto pálido com pequenas sardas, meus olhos verdes estão vermelhos ainda.

Depois de um tempo eu saio, mas Raed ainda está lá.

Allah!

—O que...?

O olhar que ele me dá me fez calar-me.

—Você já ama seu filho, não ama?

—Sim. Claro que amo. É fruto de amor.

Ele passa a mão nos cabelos com o semblante carregado, pensativo. Eu não gosto muito dessa energia que estou vendo nele. Ele então me encara sério.

—Eu tenho uma solução.

Meu coração se agita em esperança. Mas de repente a ideia de que esse homem não faz nada se não tiver um motivo me assalta.

—Você me ajudará a fugir? —Pergunto, acreditando em milagres.

Raed ri. Seu rosto se transforma, ele fica muito mais charmoso, mas eu só consigo pensar por que ele está rindo. Sinto uma pressão na cabeça de tanto pensar o que ele vai me propor.

—Não. Claro que não!

Eu aperto meus lábios.

—Se não vai me ajudar a sair daqui o que você tem a propor?

—Você se casará comigo e assim poderá ser a mãe legítima de seu filho.

—Mas eu sou a mãe! —Digo estupefata. Então me vem as palavras "casará comigo". Eu pisco aturdida quando assimilo isso. —Você disse casar-se?

—Sim. —Ele diz nada amistoso.

Eu respiro fundo. Passo a mão nos olhos.

—Mas você mesmo me falou que seu pai era contra meu relacionamento com seu irmão, por que ele aceitaria que você me desposasse?

—Porque eu não sou como meu irmão e ele sabe disso, quando eu decido uma coisa vou até o fim. Eu sou a ovelha negra dessa família.

Engulo em seco, tentando entender sua proposta.

—Por que se casaria comigo, se indispondo com a sua família?

—Porque eu vou reconhecer a paternidade da criança. Foi esse acordo que entrei com meu pai. Meu pai está para se aposentar, não tem forças para criar mais uma criança como um filho. E essa criança ficaria nas mãos de babás. Meu pai então me pressionará a me casar para dar uma mãe para seu filho. Então, por que não a mãe verdadeira?

—Então tudo isso é por causa da criança?

Raed acena um sim com a cabeça, sério.

—Exatamente.

—Mas e seus sentimentos? Como amar alguém?

—Allah! Você acha que eu acredito nisso?

Eu engulo em seco e instigo mais:

—Você não pensa como seu pai? Se casar com uma mulher como eu?

Ele me olha atentamente antes de responder:

—Eu não estou pensando em você, eu não estou pensando em mim. E sim, nessa criança. Eu cresci com babás. Eu sei o que é isso. Meu irmão teve mais sorte que eu.

Eu vejo uma dor enrustida em seus olhos.

—Eu não estou entendendo.

Ele funga.

—Eu sou filho do primeiro casamento do meu pai, minha mãe morreu quando eu tinha dois anos. Zein é meu meio-irmão.

Eu fico surpresa com as palavras dele.

—Praticamente não tive mãe. Meu pai se casou depois de um ano da morte dela, mas minha madrasta nunca me tratou como um filho. Entende agora?

Eu aceno um sim. Sei que deveria agradecê-lo, afinal é a chance de ficar com meu filho, mas não sinto essa vontade, pois quero a minha liberdade e vou consegui-la. É só eles baixarem a guarda que vou fugir, para bem longe daqui.

Raed parece muito prático agora, mas um dia ele pode se apaixonar e eu e meu filho seremos um peso na vida dele.

—Entendo.

Ele então se contrista.

—Você não precisa me responder agora. Você tem nove meses para tomar uma decisão.

— Então você não falará de sua proposta para o seu pai?

—Não, não quero me indispor com meu pai. Ele está arrasado, não é um bom momento agora. Quando você tiver uma resposta, então eu falo com ele.

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