Passei umas três horas fora. Martin me deu algumas instruções de como devo me comportar e me explicou um pouco como funciona a empresa. Eu não entendi nada e ele sabia disso. Então ficou decidido que ele ia falar e eu daria a palavra final. Claro que vamos combinar essa palavra final bem antes de qualquer reunião. E também decidimos não contar para Matthew.
- Aonde você estava? - Matthew perguntou assim que passo pela porta.
Eu tiro meus salto e deixo no canto da porta.
- Bem longe para você poder conversar com a sua mãe.
- Ela queria que você estivesse presente…
- Eu sei disso. - Eu vou para cozinha e Matthew me segue. - É por isso que eu estava bem longe.
Abro a geladeira e pego a água. Eu vou atrás de um copo.
- Aria! - Olho para ele e bebo minha água. - Eu estou surtando dentro dessa casa. Anna não me deixa entrar no escritório. Ela e a Clara controlam o tempo que fico no celular. Manda elas pararem! Eu não tenho mais voz nesta casa.
E nem na sua empresa.
- Até você melhorar as coisas vão ser assim. - Deixo meu copo de lado e vou até ele. - Mas pensa que é incentivo…
- Aria…
Passo a mão em seu rosto.
- Estou no comando agora, Matthew Dawson. - Vou descendo minha mão. - E se você for bonzinho. Eu posso ser sua enfermeira hoje a noite. - Eu paro minha mão no cós da sua calça de moletom.
Ele olha para minha mão em sua calça e volta a olhar para mim.
- Com direito a fantasia?
Não escondo minha surpresa.
- Eu não sabia que você curtia essas coisas.
Matthew pega em minha mão que até então estava em sua calça e leva até a boca dando um beijo. Acabei sorrindo para ele. Eu realmente fiquei surpresa que ele goste de usar fantasias na hora do sexo.
- Não é necessário, as coisas ficam melhores sem roupa mesmo. - Ele dá outro beijo. - Mas imaginei uma imagem tão perfeita.
Fico com vergonha e evito olhar para ele. Puxo minha mão de volta e seguro meu outro braço atrás da costas, sem chances dele pegar na minha mão de novo. Mas não evitaria se ele fizesse.
- Como foi a conversa com a sua mãe? - Eu mudo de assunto.
Matthew passou a mão pelo cabelo e suspirou.
- Não foi nada fácil. - Ele pegou uma maçã na fruteira. - Mas eu consegui. Fechei em quinhentas pessoas.
- Mas…
Ele ergue as mãos no ar.
- Foi tudo que consegui. - Matthew dá uma mordida na maça. - E suas coisas já estão no meu quarto.
Matthew sai da cozinha sem me dar chances de discutir. Olicia tem me ajudado e muito com o casamento e deixado eu escolher, como ela diz é o meu casamento, mas quando se trata dos convidados. Ai as coisas mudam. Antes eram mil o mínimo para ela. Então quinhentas pessoas está de bom tamanho. Metade! Ainda é muita gente. Eu não faço ideia de quem sejam. Se eu conhecer dez pessoas no meu casamento será muita.
Eu nunca parei para imaginar o meu casamento. Para falar a verdade eu nunca achei que me casaria um dia. Matthew tem sido meu primeiro relacionamento ‘sério’. A maioria dos homens na minha cidade me via como uma nada, outros ficavam comigo, mas nada sério e muito menos exposto para alguém.
Depois que aquele homem me prendeu na garagem a fim de fazer coisas contra minha vontade. As pessoas não acreditaram em mim. Para elas foi eu que provoquei e agora queria fazer drama. Eu odeio aquela cidade.
Pego meu celular para olhar minha conta bancária. Eu tenho mandado dinheiro para minha mãe e hoje pagaria a dívida do meu pai. Esse seria o último mês que faria tal coisa e cortarei todo o vínculo com eles. Ligo para a Isis, ela entrou em contato para ver o atual valor da dívida.
- Está tudo pago.
- Como assim? - Fico confusa.
Meus pais não tem duzentos mil e eu não mandei tanto dinheiro assim.
- Eu entrei em contato e a casa de jogos me disse que a dívida foi paga.
Mordo o lábio pensativa. Quem? Reviro os olhos e me despeço da Isis. Não é preciso pensar muito para saber quem foi. Saio da cozinha a procura do Matthew. Me encontro com ele em seu quarto. Matthew está na varanda olhando a paisagem.
- Por que não me contou?
- Sobre? - Matthew não se virou para responder.
- Que pagou a dívida do meu pai.
Dessa vez Matthew se vira, ele me olhar por um tempo e dá de ombros.
- Eu sabia que faria isso, apenas adiantei o processo.
- Então desconta os duzentos mil do próximo mês…
Matthew sorriu negando com a cabeça e voltou a olhar a paisagem. Vamos mesmo ter que discutir sobre isso? Suspirei. Ele não tinha que ter feito isso. São meus pais. Matthew não tem que gastar seu dinheiro com eles.
- Matthew…
- Eu não vou fazer isso, Aria. - Ele apoiou os braços no corrimão. - Não é um dinheiro que vai me fazer falta. Eu quis pagar e eu paguei antes mesmo de você assinar aquele contrato.
- Por que?
Por que ele faria isso? Por que gastar seu dinheiro sem ter a certeza que eu assinaria o contrato? Matthew podia muito bem ter usado a dívida do meu pai para me fazer assinar o contrato.
- Caso não assinasse eu queria pelo menos te dar um alívio.
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