Chamas da Paixão romance Capítulo 38

Luísa levantou os olhos com cuidado para Juliana e não respondeu à pergunta dela. Em vez disso, ela perguntou a Juliana:

- Juliana, você gosta do Sr. Xavier?

Juliana negou rapidamente:

- Não, não sou eu, são outras pessoas. Muitas pessoas gostam do Sr. Xavier.

O olhar sério nos olhos de Luísa diminuiu, e ela persuadiu Juliana seriamente:

- Ainda bem que você não gosta do Sr. Xavier. Veja bem, Sr. Xavier é um cara rico e bonito, ele com certeza tem altos padrões. A garota que se tornar namorada dele deve ser muito talentosa. Sr. Xavier vem ao Clube Internacional do Imperador apenas para se divertir, é impossível que ele se interesse por essas mulheres superficiais do clube. Juliana, não quero te desanimar, mas Xavier deve ter exigências muito altas, então é melhor você não ir na onda daquelas mulheres superficiais. Assim, você evitará chorar em silêncio no futuro.

Depois de dizer isso, Luísa olhou para Juliana, que abaixou a cabeça e não disse nada. Luísa apertou os lábios e segurou a mão de Juliana, acrescentando:

- Juliana, eu estou te falando tudo isso porque me importo com você. Veja, nem sequer estou falando com aquelas pessoas. Como amiga, só quero que você não se machuque.

Juliana ficou um pouco constrangida e respondeu:

- Eu entendo, Luísa, preciso ir trabalhar.

Não se sabia por que, mesmo que Luísa estivesse dizendo aquilo para o bem dela, Juliana ainda sentiu sua autoestima ferida.

Luísa não pensou muito nisso e foi direto para o hospital.

Ao entrar no quarto, ela viu Jane ainda dormindo e torceu o nariz:

- Que incômodo.

Ela havia discutido com o médico sobre o corte na testa de Jane. Parecia grave, mas foi apenas um sangramento causado pela demora em trazê-la. O verdadeiro problema eram as condições do corpo destruído de Jane.

...

Quando Jane acordou, já era de tarde do segundo dia. A febre havia diminuído um pouco, mas ainda estava alta.

Jane abriu os olhos e estava com a boca extremamente seca. Inconscientemente, ela disse com sua voz rouca:

- Sede...

O som alertou Luísa, que franziu a testa e olhou para Jane:

- Espere um minuto. - Luísa falou friamente e serviu um copo d'água para Jane.

Jane pegou o copo, mas não disse nada. Ela bebeu silenciosamente toda a água.

Depois de beber a água, ela ainda permanecia em silêncio.

O quarto do hospital estava silencioso. Jane baixou os olhos, mantendo a calma e a serenidade. Ela estava esperando.

De repente...

- Você bateu a testa na maçaneta e vai ficar com uma cicatriz, mas parece que você já tinha uma cicatriz nessa parte da testa, então essa nova cicatriz não fará muita diferença. Não conte isso a ninguém, já pedi uma licença para você no clube, e assim que a febre passar, você pode voltar a trabalhar. Eu paguei todas as despesas hospitalares. Durante sua internação, vou trazer suas refeições regularmente.

Jane permaneceu em silêncio.

Luísa ficou irritada e achou que Jane não estava reconhecendo a sua bondade:

- Ei, você está ouvindo? Essa situação não é totalmente minha responsabilidade, você também tem culpa. Quem dorme fora de casa a noite inteira depois de tomar chuva? É por isso que você ficou com febre alta. Caso contrário, como você teria caído com um simples toque meu?

Jane continuou em silêncio.

Luísa levantou ainda mais o tom, continuando:

- O que mais você quer? Já te trouxe para o hospital! Se não fosse por mim, te trazendo para cá a tempo, você já teria morrido de febre alta. Eu também paguei as despesas médicas por você. Como uma estudante universitária, só estou trabalhando meio período neste verão para pagar minha mensalidade e despesas, então eu não tenho muito dinheiro. Mesmo assim, paguei as despesas médicas por você. E você ainda está sendo teimosa? Jane, me diga, quanto dinheiro você quer para manter esse assunto em segredo?

Suspirando profundamente, Jane ficou ainda mais silenciosa. Não era um pedido de desculpas que ela precisava, mas o desejo interior de ser respeitada como uma pessoa normal.

Embora ela já soubesse que “ser respeitada” por outros estava além de seu alcance há muito tempo.

O Rafael.... Sendo uma pessoa superior, podia destruir alguém com um simples gesto? De dentro para fora, dos pés à cabeça, de forma completa e total.

Ela ficou em silêncio, se arrependendo mentalmente: “Eu não deveria ter essas expectativas. ”

O direito de ser respeitada por outras pessoas, ela já não tinha mais.

- Jane, mesmo que eu tenha que sacrificar tudo o que tenho, não vou pedir desculpas a você. Por dinheiro, você foi capaz de se ajoelhar e imitar um cachorro, abanando o rabo para agradar aos ricos. Jane, você não merece minha desculpa, mesmo que eu tenha feito algo errado. – Disse Luísa, furiosa. - Se você quer sair por aí espalhando mentiras, vá em frente, mas não diga que eu não te avisei. Sou estudante da Universidade S, trabalhando duro para pagar meus estudos. Você é uma mulher que faria qualquer coisa por dinheiro. Diga-me, as pessoas vão acreditar em você ou em mim?

Debaixo das cobertas, Jane apertou os punhos com força, lutando para conter a dor em seu coração. Depois que terminou de falar, Luísa saiu do quarto furiosamente, batendo a porta com força. Jane olhou para o teto branco sem dizer uma palavra.... Deixando a dor maçante em seu coração se espalhar pelo corpo, uma sensação de impotência permeando cada membro.

Ela achou que não sentiria mais dor, achou que a dignidade já não importava mais para ela.

- O que aconteceu comigo hoje? - Ela murmurou para si mesma em uma voz rouca. – Ah.... Devo ter ficado louca por causa da febre.

Ela mesma respondeu à própria pergunta.

Jane sabia muito bem que o que ela queria não era apenas um pedido de desculpas. Ela queria.... Depois de tanto tempo, ser respeitada como uma pessoa normal!

Uma dor quase imperceptível passou por seus olhos.... Tudo o que ela queria era um pedido de desculpas que deveria ter recebido desde o início.

Ela estava querendo demais?

- Eu estava.... Querendo demais - Ela abaixou a cabeça. - Nunca mais vou me permitir pedir aos outros que me respeitem.

Ela parecia estar fazendo um juramento para si mesma, repetindo hipnoticamente várias vezes:

- Eu nunca mais vou ter esperanças, não vou fantasiar mais...